Segunda-feira, 22.03.10
O conceito de violência doméstica e contra a mulher abrange pequenos atos que não são óbvios, pequenas ações que passam despercebidas se não estivermos atentos.
Todavia é um assunto que merece maior divulgação uma vez que as vítimas não são apoiadas. Uma vítima de agressão sofre a vergonha de ser agredida e a vergonha de ter que pedir ajuda da mesma forma alguém que tente ajudar um agredido não sabe como o fazer devido à falta de informação.
O que encontro sobre este assunto é que o ser humano tende a afastar-se da vítima. Em algumas sociedades a culpa desta barbaridade da violência doméstica está dividida na cabeça das pessoas entre a vítima e o agressor. Noutras um pouco mais evoluídas, mas nem por isso suficientemente evoluída e sensata, consideram a vítima, vítima inevitável para sempre, uma espécie de "pessoa sem sorte" que não sairá nunca de um círculo vicioso, e o estigma acontece rapidamente. Outras ainda, considera a prioridade do bem estar duma mulher vítima e/ou filhos, completamente igual á do criminoso, e a consciência que a vítima toma pela prioridade do seu bem estar e dos filhos uma desigualdade de gênero.
Muita confusão há neste assunto, muita conveniência, muito interesse individualista. A violência doméstica é um assunto de TODOS, porque empobrece literalmente a sociedade e compromete o seu futuro. Cada vítima precisa do apoio de TODOS. A causa precisa de uma luta muito unida e forte para a irradiação.
Deixando de parte a violência e focando-nos apenas na agressividade é incrível o poder que a persuasão tem. A mera consciência de que tal instinto existe permite que haja um maior controle sobre as nossas ações.
A agressividade negativa tem a característica de deixar uma marca, um trauma que não pode ser esquecido e que com o passar do tempo à pessoa nunca esquecerá alguém que tenha lhe causado danos, sejam estes físicos ou psicológicos.
 A sociedade atual não está fechando os olhos à violência e é essa a questão.
Infelizmente vemos ambos os prismas. Á base legal vários progressos foram feitos, as leis abrangem novas modalidades de agressão e os meios de combate a essas agressões são mais eficazes e rápidos. No entanto não se incentiva a participação de casos de violência e há pouca informação de como ajudar uma mulher que é agredida.
Muitos dos casos de agressão não são participados, porque a vitima é completamente subjugada pelo agressor, de uma forma tão complexa que ela acredita realmente ser impotente face ao poder superior do outro.
Além das dificuldades em convencer alguém a apresentar queixa à polícia as próprias forças da lei muitas vezes são impotentes porque sem provas não podem formar um caso e se o agressor descobre que foi feita queixa à polícia as conseqüências são devastadoras para o agredido.
 Apesar da sociedade esta abrindo os olhos para a violência que a rodeia não consegue proteger-se dela, ainda. As mulheres estão sendo privadas de executar o seu direito básico à felicidade sem medo de serem agredidas.

Até hoje em pleno século XXI continuamos sem certezas absolutas acerca da posição da sociedade face às crescentes necessidades das pessoas. As forças policiais ajudam, mas existem os limites, os amigos ou conhecidos de uma vitima também tentam auxiliar, mas a maior dificuldade é a de ser ouvido sem ter provas concretas. Não é possível legalmente apresentar uma queixa completa e formal sem que o agressor seja informado, sem que se apresentem provas concretas de que foi cometida agressão contra a vítima e muitas vezes as queixas não são completamente apresentadas, por isso talvez as vítimas desistem porque não é um pedaço de papel que vai protegê-las contra os punhos fortes do seu agressor ou contra o poder do seu opressor.

Tao Te Chig disse que “ao conhecer os outros demonstra inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria.”.
Mas alguém que comete atos cruéis contra a felicidade, contra a liberdade de outra pessoa demonstra que não tem a menor sabedoria, porque não consegue compreender que apesar de momentaneamente parecer que tal ato lhe proporciona um enorme prazer com o passar do tempo esse prazer dissipa-se e a culpa permanece.
 Wharton defendia que “Se ao menos pudéssemos parar de tentar ser felizes, poderíamos diverti-nos muito mais.”.
Um agressor não entende que se cessar de tentar submeter outra pessoa a humilhação para ter a sua dose de felicidade pode encontrar essa mesma felicidade em diversos outros locais.
Henry Boyle uma vez disse que “A viagem mais importante que fazemos na vida é a de encontrar com os outros o meio-termo.”.
 Esperamos que através do nosso trabalho consigamos ver que há violência nos dias atuais é cada vez mais praticada e já não se esconde. Numa sociedade em que muitas liberalidades não são permitidas a violência implícita é vendida publicamente sem que se tomem medidas.
Não podemos nos deixar levar por este tipo de situações que, de dia a dia se tornam mais evidentes e mais vulgarizados. Não podemos ficar calados perante estas situações.


publicado por araretamaumamulher às 05:38 | link do post | comentar | favorito

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