Quarta-feira, 05.05.10
Ainda me lembro de quando estava grávida de você, lembro-me de que foi uma época especialmente difícil para mim. Foi a confrontação da realidade que minhas escolhas foram totalmente erradas, baseadas em desespero, em erros que me levaram a outros erros... Quando fiquei grávida de você, não pude mais deixar de enxergar que o pai que eu escolhi para vocês, que o homem que eu escolhi para viver ao meu lado, era na realidade um monstro. Uma pessoa sem a menor sensibilidade ou empatia pelos problemas do outro, mesmo que esse outro fosse eu, sua irmã ou você. Alias para ser realista, não mesmo que se fosse, é principalmente se fossemos nós. Um homem capaz de caluniar, de fazer com que minha vida se tornasse um verdadeiro inferno, pelo simples fato de que isso lhe dava prazer, ainda não sei o que dói mais, se o fato de ter sofrido tanta violência durante minhas gravidez, ou se o fato de ter descoberto que elas foram muito bem planejadas..., talvez isso tenha começado a influenciar você, ficávamos sozinhos sua irmã, eu com você dentro de mim, o dia todo, tendo como comida arroz e tomate, outras vezes ovos e arroz, o pão era comprado nas promoções e vinha de cinquenta ou até mais e ai tínhamos que come-lo ao longo do tempo do jeito que tivesse....mas não era por falta de dinheiro, dinheiro esse monstro sempre teve muito, era por pura crueldade...meu Deus como demorei para descobrir isso, como eu me achava poderosa a ponto de acreditar que eu tinha o poder de mudar uma mente tão demoníaca... Lembro do dia que você foi nascer eu e sua irmã, fomos ao ginecologista, porque já fazia dias que eu não estava me sentindo muito bem. Ela disse que você já estava passando da hora de nascer, que teríamos que fazer o parto o mais rápido possível, quando sai da clínica e fui descendo a rua, sua irmã disse que já estava cansada... Ela tinha apenas quatro aninhos, eu a peguei no colo, nesse momento seu pai passou de carro, parou perguntou por que tínhamos saído de casa, eu disse, disse que tinha que ir urgente para o hospital, você já estava querendo vir ao mundo a muito, ele simplesmente me disse então vai pra casa com a menina, que mais tarde eu vou lá te pegar... Meu Deus, quanta falta de consideração, quanta falta de humanidade... Muito tempo depois eu fui saber que naquele momento estava indo temperar uma carne para um churrasquinho com os amigos de pescaria... Lembro-me que quando você tinha vinte dias tive que te deixar com uma empregada e sair para buscar trabalho, porque não aguentava mais aquela vida de miséria, de calunia de difamação, de descaso... Sabe “Vi” uma cena que não me sai da cabeça é quando você fez um aninho, eu consegui comprar um velotrol para você, fiquei tão feliz, e você quando recebeu o presente, lembro até agora da sua felicidade montado naquele velotrol azul, que comprei com o meu salário, seu pai estava em uma pescaria como sempre, quando chegou nervoso, ele estava “nervoso” com a gente, ele chutou o velotrol até quebrar o guidon, lembro da tristeza estampada em seu rostinho, da dor que você deve ter visto espada em meu rosto... Uma semana depois ele arrumou um pedaço de pau e arrumou o guidon, mas eu sempre que olhava para o velotrol me lembrava dos coices, e acredito que você também. Você aprendeu muito cedo meu filho a violência, a mais extrema e cruel forma de violência, a que é cometida com os seus, a violência silenciosa que não podia sair de dentro de nossa casa, a violência que tinha que ser fingida, escondida, engolida... Talvez por isso você roía sua unhas, assim como eu comia muito para esconder dentro do excesso de gordura o medo, a humilhação, a dor, você roía suas unhinhas para não externar a barbaridade que estávamos todos nós vivendo, experimentando...foram anos terríveis aqueles, alias você meu filho teve uma vida difícil muito difícil, tenho que admitir isso, fico me perguntando porque só agora tenho consciência de tudo isso? POSTADO POR UMA MULHER


publicado por araretamaumamulher às 15:06 | link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 14.04.10

O lar muitas vezes não é aquele paraíso seguro e de felicidade que muitos idealizam, a violência doméstica, no contexto do lar faz parte do dia a dia de muitas mulheres. Não é um mal social novo. Nos tempos Medievais e no início da Era da Industrialização, a violência contra as mulheres era um aspecto tido como normal no casamento. 

Nos finais do século XIX não existiam leis que proibissem a uma pessoa espancar o seu parceiro, desde que daí não resultassem ferimentos graves. 

O recurso à lei por parte de pessoas sujeita a violência e maus-tratos é bastante difícil, ainda que se fale muito sobre o assunto e em teoria elas tenham acesso à proteção. Na realidade, apesar de terem melhorado de estatuto, o recurso à lei nestes casos é bastante difícil. De um modo geral a atitude da polícia é a de não intervenção em “disputas domésticas” e revela-se muitas vezes inútil.

Quando a polícia é chamada a intervir num caso de violência doméstica, tende a restringir a sua ação no sentido de acalmar os ânimos, em vez de incentivar a que a vítima proceda a uma queixa contra o agressor.
As mulheres que são vítimas de violência doméstica têm muita dificuldade em abandonar o lar e estas vão desde as econômicas, sociais, até à responsabilidade que sentem perante os filhos.
Estas mulheres, embora sendo agredidas sistematicamente, continuam a coabitar com o agressor, pois no nosso país existem poucas estruturas de apoio para estes casos. Saem de casa e vão viver onde? E os filhos, quem é que cuida deles? Existem casas de acolhimento suficientes para o número de casos existentes no Brasil?
A tendência do poder publico, é achar que existe um certo exagero por parte da mulher, com o objetivo de conseguir um alojamento alternativo.
Na realidade constata que a vítima, para provar o quanto é maltratada, passa por inúmeras humilhações: primeiro dirige-se à policia onde para fazer queixa, tem que relatar em pormenor todo o sofrimento e atos de violência de que foi vítima, tem que se submeter a exames médicos, para comprovar a veracidade dos maus-tratos físicos que lhe foram infringidos, aí mais uma vez se sente humilhada, tanto nos hospitais como na polícia, pois nem sempre há pessoal especializado para tomar conta deste tipo de ocorrências, o que dificulta muito a vida da vítima.

A violência doméstica é inaceitável e uma conduta que afeta todos os membros de uma família, é ilegal e ocorre em todas as classes sociais.
Dependência, controle e poder. 
Muitos homens proíbem terminantemente a mulher de trabalhar fora de casa, de falar com amigos, familiares, vizinhos. Desta forma o abusador transforma-se na única fonte afetiva e financeira, criando assim a dependência absoluta da vítima em relação a ele.

Segundo alguns especialistas o perfil psicológico do agressor é o de um indivíduo emocionalmente imaturo e possessivo. Exalta-se facilmente, briga por motivos fúteis e reage com muita freqüência como se fosse uma criança, que “destrói” o brinquedo, quando este o desagrada. 

É freqüente o agressor mostrar um perfil psicótico, demonstrando medos diversos e a mania da perseguição.
Durante a crise a vítima é barbaramente espancada, pois é a válvula de escape para os seus “fantasmas”.
Em alguns casos possuem o complexo de Édipo exacerbado, são do tipo “bate e pede desculpa”. A relação de amor-ódio que sente pela mãe é transportada para a mulher. A seguir a uma monumental culpa, confessa-se arrependido, jura que não lhe volta a bater. Demonstra através de palavras e carícias que a ama muito e deseja fazer amor com ela, como uma forma de reconciliação. Muitas mulheres são apanhadas nesta armadilha, depois dos maus-tratos, vem à relação sexual. Toda esta situação faz subir a adrenalina e as pessoas ficam dependentes física e mentalmente desta situação. É por isso que muitas mulheres levam a culpa com freqüência, mas não conseguem viver sem o agressor, ficaram presas física e psicologicamente, neste jogo de amor – ódio. 

Estas mulheres só conseguiram quebrar este ciclo doentio, com a ajuda de pessoas especializadas nesta área específica. 
De um modo geral o agressor sente que tem sempre razão, é muito autoritário e sente-se ameaçado sempre que a companheira dá a sua opinião. No caso desta ter razão, a situação agrava-se, pois ele não aceita que está errado, agride o outro como uma forma de se impor. 

Outros são movidos a álcool, sob o efeito da bebida fazem o que lhes passar pela cabeça. Desta forma libertam-se das inseguranças, incompetência e insatisfação, sejam elas devido ao trabalho ou das suas relações de amizade ou amorosas. Em casa, a bebida age de uma forma impulsionadora da agressividade, dando-lhes a falsa sensação de poder. O companheiro é o bode expiatório de todos os seus sentimentos reprimidos. 

Quando o casal tem uma vida sexual insatisfatória e o homem tem dificuldade em manter a ereção ou tem ejaculação precoce, não se satisfazendo a si próprio nem à sua companheira, a frustração que sente dá lugar à violência, acusa a mulher destes fatos. Existem também alguns homens que no momento do orgasmo, agridem a mulher física e verbalmente, como meio de atingirem um maior prazer e desta forma submeter e humilhar a mulher ao seu poder superior. 
Há também homens que agridem a mulher por se sentirem socialmente inferiores a esta. Inseguros em relação à sua masculinidade devido a insucessos na vida profissional ou por se sentirem muito a quem das expectativas que têm deles próprios. Em casa uma opinião da mulher, ou até uma pequena brincadeira faz sentir-se ofendido. A única maneira que encontra para impor os seus pontos de vista e desejos é através da violência.
As mulheres que apanham do companheiro, de uma forma repetida, são, de certa forma, cúmplices da situação. Normalmente desde a infância que viveu com cenas de violência e castigos físicos. De uma forma inconsciente, na vida adulta, repete as relações que viveram e vivenciaram em criança. Quando chega a hora de escolher um parceiro, opta normalmente pelo tipo agressivo, por aquele que demonstra mais “força” para enfrentar os problemas que a vida lhe ponha.

É o tipo de pessoa que admira um companheiro brigão, isto para ela representa proteção. De um modo geral este tipo de casamento acaba na relação amor-ódio e em cenas de pancadaria quando a relação começa a se desgastar. 
Para outras vítimas pode ser uma herança educacional, elas podem ter sido acostumadas a ver a agressão como forma de afeto, proteção e carinho. Estas pessoas podem interpretar uma agressão, como um ato de amor e proteção.
Há também o caso das pessoas que apanham por estarem acomodadas financeiramente, estes casos dão-se, sobretudo com mulheres, uma vez que estas têm tendência a ficar em casa, limitando-se a criar os filhos. Estas mulheres sentem-se incapazes de se sustentarem a si próprias e aos seus filhos e assim não rompem com o parceiro. São em muitos casos impedidas de trabalhar pelo seu companheiro, para desta forma mais facilmente as manterem como reféns. Provavelmente em crianças foram educadas de forma a sentirem-se incapazes de viver sem a proteção econômica de um homem. 

Outras são agredidas por sentimento de culpa, sentem-se culpadas de não terem sido capazes de realizarem um casamento perfeito. Estas de uma forma geral sofrem a violência doméstica em silêncio, escondem da família, dos amigos e dos vizinhos os sofrimentos que o companheiro lhes impõe. Como o objetivo era ter um casamento feliz, recusa-se a admitir que escolheu a pessoa errado.
Apesar de ser maltratada física e verbalmente, depois de cenas de grande violência, ainda se mostra dócil e carinhosa para com o companheiro.
Alimenta a secreta esperança de que ele mude de atitude, estas pessoas levam muito tempo a tomar consciência da realidade, pois ninguém muda ninguém.

Romper com o silêncio é sem duvida o caminho para ajudar a acabar esta situação infame em que muitas mulheres se encontram.
Há mulheres que são agredidas, que se calam e que escondem a agressão, por sentirem vergonha. Outras se afastam gradualmente de amigos, familiares e vizinhos, isolam-se para desta forma esconder os maus-tratos de que são vítimas. Mas ao procederem assim, tornam-se mais vulneráveis e ficam à mercê do agressor. Outras são dependentes economicamente e têm medo de novas agressões, reduzindo-se ao silêncio. Esta atitude só encoraja o agressor a que se sinta impune e à vontade para repetir as agressões que muito bem lhe aprouverem. 
Estes e outros preconceitos, a dependência econômica em relação ao agressor, a dificuldade em aceitar que um casamento acabou e o medo de novas agressões, são alguns dos motivos que impedem as vítimas de tornar o seu problema público e tomarem medidas para se protegerem.
O primeiro passo para acabarem com estas situações é romper a barreira do silêncio.



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Quinta-feira, 18.03.10

 Os casos de violência doméstica dizem respeito a todos.

Deixaram de ser assunto privado, passaram a ser considerados crime público, um atentado 
aos direitos humanos.
Designa-se por “violência doméstica” todo o tipo de agressões que existem no seio de uma 
relação familiar,dentro do lar ou espaço simbólico representado pelo lar (relações de 
vínculos consangüíneos, de afetividade, de afinidade ou de amizade). O agressor se vale da 
condição privilegiada de uma relação de casamento, convívio, confiança, amizade, namoro, 
intimidade, privacidade que tenha ou tenha tido.
Não é necessário que aconteça dentro do âmbito do lar, mas sim que ocorra entre pessoas 
que mantém vínculos permanentes de parentesco e amizade.
Diferente da violência cometida por estranhos, pois volta a repetir.
A violência doméstica atinge crianças, mulheres, idosas, deficientes ou doentes. Também 
se registam outros casos de violência doméstica, como em casais homossexuais e em 
casais heterossexuais em que a vítima é o homem.
No entanto, é nas mulheres que se concentram os esforços de erradicação da violência 
doméstica porque é sobre elas que recai a esmagadora maioria dos casos de violência. Ela 
vem da escalada dos conflitos que naturalmente ocorrem entre todas as pessoas, mas, 
quando mal gerenciados, podem enveredar para ataque, tanto moral como físico.
Nos casos de violência psicológica e moral,  a auto-estima da mulher é atingida por 
agressões verbais constantes: ameaças, insultos, comparações, humilhações, ironias, ou 
então, a mulher é proibida de se expressar, estudar, sair de casa, trabalhar, escolher o que 
vestir. Essa forma de violência é, em geral, mais sutil, mas não menos prejudicial, pois 
enfraquece a capacidade de reagir ante a agressão.
A violência física é feita por meio de socos, empurrões, beliscões, mordidas, chutes, ou atos 
mais graves, como queimaduras, cortes e perfurações feitas com armas brancas ou de 
fogo, podendo chegar à morte.
Fases do ciclo de violência doméstica

1 – Fase de “acumulação de tensão”
A irritabilidade do homem vai aumentando sem razão compreensível e aparente para com a 
mulher. Intensificam-se as discussões por questões irrelevantes e as agressões verbais.
2 – Fase de “explosão violenta”
O homem descontrola-se e concretiza os atos violentos. Insulta e bate na companheira, atira 
e parte objetos, embebeda-se, permanece calado vários dias, agride emocionalmente. O 
homem trata de demonstrar a sua total superioridade em relação à mulher.
3 – Fase da “lua-de-mel”
Na verdade não é correto chamar a este período de “lua-de-mel”, já que este bom momento 
pode não ser tão idílico: “ele” decide quando começa e quando é que termina. Pode ser o 
tempo mais difícil para a mulher, que se sente confusa e desorientada.
Seria mais adequado chamar-lhe período de “manipulação afetiva” porque o agressor se 
sente contrariado depois de cometer o abuso.Neste momento de “desdobramento 
emocional”, sente remorsos pelas suas atitudes. Pede perdão, chora, promete mudar, ser 
amável, bom marido e bom pai. Esta atitude costuma ser convincente porque o agressor se 
sente culpado. A vítima tende a acreditar numa mudança.
4 – Fase de “escalada e reinício do ciclo”
Uma vez perdoado pela companheira, começa de novo a fase da irritabilidade, a tensão 
aumenta e termina a fase relativamente agradável. Quando ela tenta exercer a autonomia 
recém-conquistada, ele sente de novo a perda de controle sobre ela. Tem início uma nova 
discórdia e com ela o reiniciar do ciclo da violência.










Algumas questões:

Como se reconhece um agressor?
Se inflige maus tratos físicos ou psicológicos não há dúvidas. Mas pode ser detectado muito 
antes de chegar a esta fase. São homens, fundamentalmente possessivos que exercem 
muito controle sobre a mulher: se entra, se sai; com quem vai; como veste; quanto dinheiro 
gasta; se faz ou recebe chamadas – seja de amigos ou familiares – e que a desvaloriza, 
desautoriza ou insulta em público. E inclusivamente antes, na fase de namoro, há sintomas 
que podem ser um alerta para a mulher: antecedentes de condutas violentas com outras 
mulheres, familiares ou amigos; acessos de cólera repentinos e sem sentido; atitudes de 
crueldade (por exemplo com animais); falta de arrependimento ante os seus próprios erros, 
uma forma de pensar excessivamente rígida, convencido de que está sempre do lado da 
razão…
O que é o síndrome da dependência afetiva?
É um nexo emocional que impede a vítima de se separar do seu agressor. É muito frequente 
em mulheres maltratadas que vivem isoladas porque o agressor não as deixa relacionar-se 
com ninguém. Ele é todo o seu mundo, é o pai dos seus filhos, ela continua a acreditar que 
o ama. Uma espécie de síndrome de Estocolmo que a leva a justificar e perdoar 
continuamente as agressões e vexames do seu agressor e lhe paralisa a capacidade de 
agir e romper com a relação violenta.
Bate-me mas depois pede-me perdão, jura que me ama e que vai mudar. É possível?
Não. As promessas de mudança são mais uma fase do ciclo da violência. Um homem bate, 
maltrata, pede perdão, inclusivamente oferece prendas. Fica calmo um certo tempo, depois 
repete os maus tratos e volta a pedir perdão. De cada vez as temporadas tranquilas são 
mais curtas. Regra geral, os agressores não mudam os seus comportamentos violentos.
É possível reabilitar um agressor?
É possível, segundo especialistas que trabalham em terapias de reabilitação de 
agressores. Mas o êxito da reabilitação requer várias condições: que o agressor se 
reconheça como tal, que tome consciência dos efeitos do seu comportamento e mostre 
motivação para mudar a sua atitude. Em muitos casos a reabilitação é impossível porque o 
agressor perde toda a capacidade de racionalizar os seus comportamentos e de se 
responsabilizar por eles, tornando-se num potencial homicida de grande periculosidade, 
que persegue a mulher mesmo após muitos anos de separação ou divórcio.
A reabilitação do agressor deve ser acompanhada de um programa paralelo de proteção da 
vítima, que por vezes obriga a sua mudança para outra cidade ou país.

Como a violência doméstica afeta as crianças?
‘‘A violência doméstica é uma epidemia que contamina todo o tecido familiar. Estatísticas 
mostram que homens que espancam suas parceiras também são violentos com as 
crianças dentro de casa’’, explica a psicóloga Maria Luíza Aboim.
Estudo feito entre 2000 e 2001 pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo mostrou que os filhos de 5 a 12 anos criados em 
famílias em que a mulher é submetida à violência apresentam mais problemas, como 
pesadelos, chupar dedo, urinar na cama, ser tímido ou agressivo. Na cidade de São Paulo, 
as mães que declararam violência relataram maior repetência escolar de seus filhos de 5 a 
12 anos; e na Zona da Mata de Pernambuco houve maior abandono da escola.
O que se pode fazer para prevenir a violência doméstica?
Mudar os estereótipos e valores vigentes. A violência é uma realidade social e cultural: ao 
longo da história – e ainda hoje – o homem foi identificado com a força e a mulher com a 
submissão.    Mudar os estereótipos atuais supõe uma intervenção de longo prazo, a 
começar na educação das crianças e jovens como forma de investimento social na criação 
de uma nova mentalidade, de respeito pela igualdade. Essa sensibilização visa esclarecer a 
população sobre as diversas manifestações da agressão doméstica. “Culturalmente, ela 
está banalizada. Desqualificar, ofender e ameaçar são formas sutis de agredir, mas com 
impacto psicológico muito sério para a mulher”, afirma Célia Regina Zapparolli, presidente 
da ONG Pró-Mulher Família e Cidadania, criada em 1977 com o objetivo de diminuir o 
impacto da violência doméstica e prestar atendimento às famílias.

Ajudando as vítimas
Escutar cuidadosamente a vítima, apoiando e acreditando nela, para que ela possa falar 
abertamente.
Ajudar a vítima a procurar apoio especializado, a fim de minimizarem os danos. Em geral, 
elas têm medo de buscar ajuda, entretanto, quanto antes os maus tratos forem identificados 
e resolvidos, maiores serão as chances de se evitar mais violências e danos.
Não pedir à vítima para ignorar ou esquecer o que aconteceu. Ela não pode simplesmente 
perdoar o agressor e deixar que a violência se perpetue. O perdão é necessário, mas o 
problema deverá ser enfrentado.
Nunca deixar a vítima pensar que é culpada pelo que aconteceu. A vergonha e a culpa estão 
entre os sentimentos mais comuns entre as vítimas de violência doméstica. Elas pensam 
que ninguém as pode compreender.
Se houver suspeita de maus tratos, não ignore. No interesse da vítima, investigue e procure 
ajuda.

Sugestões para as vítimas
Esteja preparada para a violência e tenha um plano de ação.   Por exemplo, corra para um 
canto e agache-se, protegendo o rosto e a cabeça, cobrindo-os com os braços e as mãos.
Não corra para onde seus filhos estão, pois eles podem acabar sendo feridos também.
Evite fugir sem os filhos, pois eles podem ser usados como chantagem emocional.
Ensine seus filhos a pedir ajuda e a fugir do local em caso de violência.
Evite locais onde haja armas. Jamais use armas contra o agressor. Ele poderá usá-la para 
atacá-la.
Mantenha uma agenda com possíveis contatos para pedido de ajuda, bem como busque 
um lugar de fuga em momentos críticos.   Deixe documentos e roupas em locais seguros, 
para fugas posteriores.
Não esconda o fato de que você é vítima de violência.
Procure ajuda, não se isole. Há pessoas que podem ajudá-la.

 

 



publicado por araretamaumamulher às 13:03 | link do post | comentar | favorito









Os casos de violência doméstica dizem respeito a todos.
Deixaram de ser assunto privado, passaram a ser considerados crime público, um atentado 
aos direitos humanos.
Designa-se por “violência doméstica” todo o tipo de agressões que existem no seio de uma 
relação familiar,dentro do lar ou espaço simbólico representado pelo lar (relações de 
vínculos consangüíneos, de afetividade, de afinidade ou de amizade). O agressor se vale da 
condição privilegiada de uma relação de casamento, convívio, confiança, amizade, namoro, 
intimidade, privacidade que tenha ou tenha tido.
Não é necessário que aconteça dentro do âmbito do lar, mas sim que ocorra entre pessoas 
que mantém vínculos permanentes de parentesco e amizade.
Diferente da violência cometida por estranhos, pois volta a repetir.
A violência doméstica atinge crianças, mulheres, idosas, deficientes ou doentes. Também 
se registam outros casos de violência doméstica, como em casais homossexuais e em 
casais heterossexuais em que a vítima é o homem.
No entanto, é nas mulheres que se concentram os esforços de erradicação da violência 
doméstica porque é sobre elas que recai a esmagadora maioria dos casos de violência. Ela 
vem da escalada dos conflitos que naturalmente ocorrem entre todas as pessoas, mas, 
quando mal gerenciados, podem enveredar para ataque, tanto moral como físico.
Nos casos de violência psicológica e moral,  a auto-estima da mulher é atingida por 
agressões verbais constantes: ameaças, insultos, comparações, humilhações, ironias, ou 
então, a mulher é proibida de se expressar, estudar, sair de casa, trabalhar, escolher o que 
vestir. Essa forma de violência é, em geral, mais sutil, mas não menos prejudicial, pois 
enfraquece a capacidade de reagir ante a agressão.
A violência física é feita por meio de socos, empurrões, beliscões, mordidas, chutes, ou atos 
mais graves, como queimaduras, cortes e perfurações feitas com armas brancas ou de 
fogo, podendo chegar à morte.
Fases do ciclo de violência doméstica

1 – Fase de “acumulação de tensão”
A irritabilidade do homem vai aumentando sem razão compreensível e aparente para com a 
mulher. Intensificam-se as discussões por questões irrelevantes e as agressões verbais.
2 – Fase de “explosão violenta”
O homem descontrola-se e concretiza os atos violentos. Insulta e bate na companheira, atira 
e parte objetos, embebeda-se, permanece calado vários dias, agride emocionalmente. O 
homem trata de demonstrar a sua total superioridade em relação à mulher.
3 – Fase da “lua-de-mel”
Na verdade não é correto chamar a este período de “lua-de-mel”, já que este bom momento 
pode não ser tão idílico: “ele” decide quando começa e quando é que termina. Pode ser o 
tempo mais difícil para a mulher, que se sente confusa e desorientada.
Seria mais adequado chamar-lhe período de “manipulação afetiva” porque o agressor se 
sente contrariado depois de cometer o abuso.Neste momento de “desdobramento 
emocional”, sente remorsos pelas suas atitudes. Pede perdão, chora, promete mudar, ser 
amável, bom marido e bom pai. Esta atitude costuma ser convincente porque o agressor se 
sente culpado. A vítima tende a acreditar numa mudança.
4 – Fase de “escalada e reinício do ciclo”
Uma vez perdoado pela companheira, começa de novo a fase da irritabilidade, a tensão 
aumenta e termina a fase relativamente agradável. Quando ela tenta exercer a autonomia 
recém-conquistada, ele sente de novo a perda de controle sobre ela. Tem início uma nova 
discórdia e com ela o reiniciar do ciclo da violência.










Algumas questões:

Como se reconhece um agressor?
Se inflige maus tratos físicos ou psicológicos não há dúvidas. Mas pode ser detectado muito 
antes de chegar a esta fase. São homens, fundamentalmente possessivos que exercem 
muito controle sobre a mulher: se entra, se sai; com quem vai; como veste; quanto dinheiro 
gasta; se faz ou recebe chamadas – seja de amigos ou familiares – e que a desvaloriza, 
desautoriza ou insulta em público. E inclusivamente antes, na fase de namoro, há sintomas 
que podem ser um alerta para a mulher: antecedentes de condutas violentas com outras 
mulheres, familiares ou amigos; acessos de cólera repentinos e sem sentido; atitudes de 
crueldade (por exemplo com animais); falta de arrependimento ante os seus próprios erros, 
uma forma de pensar excessivamente rígida, convencido de que está sempre do lado da 
razão…
O que é o síndrome da dependência afetiva?
É um nexo emocional que impede a vítima de se separar do seu agressor. É muito frequente 
em mulheres maltratadas que vivem isoladas porque o agressor não as deixa relacionar-se 
com ninguém. Ele é todo o seu mundo, é o pai dos seus filhos, ela continua a acreditar que 
o ama. Uma espécie de síndrome de Estocolmo que a leva a justificar e perdoar 
continuamente as agressões e vexames do seu agressor e lhe paralisa a capacidade de 
agir e romper com a relação violenta.
Bate-me mas depois pede-me perdão, jura que me ama e que vai mudar. É possível?
Não. As promessas de mudança são mais uma fase do ciclo da violência. Um homem bate, 
maltrata, pede perdão, inclusivamente oferece prendas. Fica calmo um certo tempo, depois 
repete os maus tratos e volta a pedir perdão. De cada vez as temporadas tranquilas são 
mais curtas. Regra geral, os agressores não mudam os seus comportamentos violentos.
É possível reabilitar um agressor?
É possível, segundo especialistas que trabalham em terapias de reabilitação de 
agressores. Mas o êxito da reabilitação requer várias condições: que o agressor se 
reconheça como tal, que tome consciência dos efeitos do seu comportamento e mostre 
motivação para mudar a sua atitude. Em muitos casos a reabilitação é impossível porque o 
agressor perde toda a capacidade de racionalizar os seus comportamentos e de se 
responsabilizar por eles, tornando-se num potencial homicida de grande periculosidade, 
que persegue a mulher mesmo após muitos anos de separação ou divórcio.
A reabilitação do agressor deve ser acompanhada de um programa paralelo de proteção da 
vítima, que por vezes obriga a sua mudança para outra cidade ou país.

Como a violência doméstica afeta as crianças?
‘‘A violência doméstica é uma epidemia que contamina todo o tecido familiar. Estatísticas 
mostram que homens que espancam suas parceiras também são violentos com as 
crianças dentro de casa’’, explica a psicóloga Maria Luíza Aboim.
Estudo feito entre 2000 e 2001 pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo mostrou que os filhos de 5 a 12 anos criados em 
famílias em que a mulher é submetida à violência apresentam mais problemas, como 
pesadelos, chupar dedo, urinar na cama, ser tímido ou agressivo. Na cidade de São Paulo, 
as mães que declararam violência relataram maior repetência escolar de seus filhos de 5 a 
12 anos; e na Zona da Mata de Pernambuco houve maior abandono da escola.
O que se pode fazer para prevenir a violência doméstica?
Mudar os estereótipos e valores vigentes. A violência é uma realidade social e cultural: ao 
longo da história – e ainda hoje – o homem foi identificado com a força e a mulher com a 
submissão.    Mudar os estereótipos atuais supõe uma intervenção de longo prazo, a 
começar na educação das crianças e jovens como forma de investimento social na criação 
de uma nova mentalidade, de respeito pela igualdade. Essa sensibilização visa esclarecer a 
população sobre as diversas manifestações da agressão doméstica. “Culturalmente, ela 
está banalizada. Desqualificar, ofender e ameaçar são formas sutis de agredir, mas com 
impacto psicológico muito sério para a mulher”, afirma Célia Regina Zapparolli, presidente 
da ONG Pró-Mulher Família e Cidadania, criada em 1977 com o objetivo de diminuir o 
impacto da violência doméstica e prestar atendimento às famílias.

Ajudando as vítimas
Escutar cuidadosamente a vítima, apoiando e acreditando nela, para que ela possa falar 
abertamente.
Ajudar a vítima a procurar apoio especializado, a fim de minimizarem os danos. Em geral, 
elas têm medo de buscar ajuda, entretanto, quanto antes os maus tratos forem identificados 
e resolvidos, maiores serão as chances de se evitar mais violências e danos.
Não pedir à vítima para ignorar ou esquecer o que aconteceu. Ela não pode simplesmente 
perdoar o agressor e deixar que a violência se perpetue. O perdão é necessário, mas o 
problema deverá ser enfrentado.
Nunca deixar a vítima pensar que é culpada pelo que aconteceu. A vergonha e a culpa estão 
entre os sentimentos mais comuns entre as vítimas de violência doméstica. Elas pensam 
que ninguém as pode compreender.
Se houver suspeita de maus tratos, não ignore. No interesse da vítima, investigue e procure 
ajuda.

Sugestões para as vítimas
Esteja preparada para a violência e tenha um plano de ação.   Por exemplo, corra para um 
canto e agache-se, protegendo o rosto e a cabeça, cobrindo-os com os braços e as mãos.
Não corra para onde seus filhos estão, pois eles podem acabar sendo feridos também.
Evite fugir sem os filhos, pois eles podem ser usados como chantagem emocional.
Ensine seus filhos a pedir ajuda e a fugir do local em caso de violência.
Evite locais onde haja armas. Jamais use armas contra o agressor. Ele poderá usá-la para 
atacá-la.
Mantenha uma agenda com possíveis contatos para pedido de ajuda, bem como busque 
um lugar de fuga em momentos críticos.   Deixe documentos e roupas em locais seguros, 
para fugas posteriores.
Não esconda o fato de que você é vítima de violência.
Procure ajuda, não se isole. Há pessoas que podem ajudá-la.



publicado por araretamaumamulher às 05:16 | link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 10.03.10







Muitas famílias têm a violência como forma de estabelecerem vínculos. No ponto de vista destas famílias, não existiria outra forma de se comunicarem, e, em decorrência desta forma de comunicação, muitas vezes  nos re-contextualizarmos e ao resumirmos, nos surpreendemos com a  raiva que demonstramos ter do  nosso agressor.
Isto normalmente acontece porque todo sistema tende à um equilíbrio como forma de manter sua existência. Há uma resistência à mudança.
A mudança é ameaçadora, geradora de insegurança e desconforto, visto que o sistema funciona daquela forma a muito tempo, independentemente de ser uma mudança positiva ou não.Em nossos  discursos nos, surpreendemos falando com freqüência frases como “eu vivia bem com ele, apesar disto”(sic), ”pensando bem, ele tem o lado bom”(sic). E quando ouvimos de nós mesmos, esse tipo de frase, percebemos claramente o temor à mudança, às conseqüências que ocorreriam para este sistema que já estava organizado desta forma, que, sendo nociva ou não, era o jeito que  tínhamos de  nos organizar para viver, pois era esse o nosso  estilo de interação familiar que esta sendo ameaçado. Se  um membro de nossa família participante deste ciclo (levando-se em consideração o conceito de circularidade que a teoria sistêmica propõe) resolvesse mudar o comportamento e os outros não concordassem, a tendência é de que desistíssemos de mudar e permanecêssemos  no circulo vicioso, porque precisaria existir um compromisso de mudança do conjunto dos elementos, de todos os participantes do ciclo, e não só de uma pessoa.
Percebo claramente as resistências nas falas dos meus filhos,que me dizem em tom de voz amargurado, como era difícil pensar em qualquer mudança. Outro fato que percebo  é que não compreendem como nossas relações estão desgastadas já há bastante tempo. Eles   refletem a respeito de a quanto tempo estamos vivenciando este contexto de violência, a partir de minhas colocações.
A partir daí consigo fazer com que organizem  melhor suas idéias a respeito de suas próprias relações com a família  a ver  o quanto estas relações originavam a violência.  No meu caso , verifiquei o quanto a minha história de vida pregressa contribuiu para o surgimento da violência como forma de comunicação  na minha  família e então, com essa  descoberta feita ,foi  possível mobilizar meus  recursos internos, identificando minhas reações e sentimentos que surgiram ao longo da história e também explorar qual seria as minhas expectativa diante destas novas descobertas e diante de toda a situação.
 Entendi que não sabíamos escutar uns aos outros, eu não escutava meus filhos, e eles não me escutavam, ficávamos presos ao medo terrível de não saber a reação do agressor, sempre que entrava em casa, ou mesmo em quando isso ia acontecer, vivíamos em suspense constante, e portanto em estado de total estresse que o suspense e o medo acarreta a uma pessoa. As nossas  novas conclusões, tem feito com que nos reposicione, ou pelo menos, a que entendamos as razões de estarmos  com sentimentos confusos e contraditórios .


publicado por araretamaumamulher às 14:25 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Quarta-feira, 03.03.10

 

 

 Talvez a forma como fomos educados, como vemos Deus, e a vida, nos leve diretamente para a aceitação da violência em nosso lar.

Eu sei que não sou a unica pessoa que passou grande parte da vida com raiva de Deus. Quando eu não estava com raiva de Deus, estava completamente confusa, com medo.

Na religião onde fui criada, Deus me foi apresentado como uma entidade externa a mim, grande e feroz, só esperando que eu fizesse alguma besteira para me pegar. Me pegar tinha a ver com me fazer sofrer e me tirar as coisas que eu amava, e não me deixar ter as que eu desejava, tinha a ver com jamais me aprovar ou me aceitar, por causa de todas as coisas ruins e erradas ou puramente humanas que eu poderia fazer.

Em algum ponto entre minha infância e adolecência, eu compreendi que Deus não me aceitava, e não estava satisfeito comigo. Descobri que eu era um erro. Um erro muito provavelmente cometido pelo proprio Deus, que me havia criado a sua imagem e semelhança, me disseram. Mas isso não tinha mais nenhuma importancia, porque eu também não tinha uma opinião melhor a respeito D'Ele, não estava também satisfeita com o seu desempenho como Deus.

O que significa Deus? Haviam me ensinado e eu tinha como certo que Ele estava em todos os lugares, e que podia ver tudo, e isso não me agradava, Deus me via roubar dinheiro na gaveta do meu pai para lanchar na escola, balas na casa da minha avó, Ele me viu beijar atrás do murro da escola, e me disseram que Deus não gostava que a gente namorrasse ou sentisse qualquer prazer, tinhamos que sentir prazer Nele, é o que Ele fazia para me dar prazer?? Ele sabia que eu falava palavrões e que tinha vergonha dos meus pais, e não gostava de ter aquele monte de irmãos. Ele sabia que eu fumava, que eu mentia e que tinha sido promiscua, Deus sabia que eu não gostava da minha familia, e que não sentia a vontade no meio deles. Ele sabia que eu não gostava de rezar o terço todos os dias que odiava ir a missa aos domingos, porque era na igreja, na hora da missa que eu tomava verdadeira consciencia do quanto eu estava longe de ir "para o ceu", e o quanto estava perto do inferno...

Por esses e outros mnotivos eu tinha medo de Deus e a certeza de que Ele vivia uma "fera" comigo, aliás vamos ser justos não só Deus vivia uma "fera" comigo, mas meu pai, minha mãe, minhas tias, e minha avó também, com a vantagem de que esses ultimos não estarem em todos os lugares e não verem tudo, o que me causava um certo alivio.
Mas Deus eu tinha certeza, que foi sua irá que me fez engravidar aos 16 anos. Depois Ele me deixou casar com um homem violento, que me batia, humilhava, me traia, e fazia toda a especie de pressão psicologica que eu conheço...
Deus permitiu que eu ficasse sem teto com três crianças na minha responsabilidade, Deus nunca me deixou ter dinheiro suficiente para honrar meus compromissos em dia. E Ele permitiu tudo isso porque eu não era uma das pessoas escolhidas por Ele, para ser amada, ter sucesso, ser aceita, eu era um erro de Deus, e tudo o que me acontecia só confirmava isso...
Por isso Deus e eu não nos davamos e quase não nos falavamos. Já que minha opinião a respeito D'Ele também não era das melhores. Eu o achava um incompetente já que tinha deixado seu unico filho morrer na cruz. Um despota que me fez nascer em pecado e ainda mais o motivo porque nasci em pecado jamais me conveceu.. era por causa de um tal de Adão e Eva, que nem da minha familia eram, será que Ele achava pouco os meus proprios pecados? Tinha que me impor o de pessoas desconhecidas em cima de mim? O que eu tinha a ver com o pecado original, eu nem conheci o Paraiso, eu conheço bem é o inferno..que Ele me legou..
Depois comecei a desconfiar dessa historia de que Ele estava em todos os lugares e que via tudo. então porque Ele não via e não sabia que eu vivia confusa e assustada?Porque não me impedia de fazer certas coisas que Ele sabia que eram erradas? Porque não me guiava pelo caminho certo? Quantas vezes eu de joelhos pedi isso: Deus me guia, ilumina o meu caminho, eu estou desesperada... Eu perdi as contas de quantas vezes eu fiz essa oração..
Não sei direito qual foi o pensamento profundo que me levou a fazer algo que mudou a minha vida para sempre. Não sei quando, como e onde aconteceu, mais de repente eu soube sem a menor sombra de duvidas que eu e Deus estavamos bemum com o outro.
Aprendi a reconhecer Deus, a aceita-Lo, dentro de mim. Hoje mesmo com todos os tormentos, todas as escolhas tolas, e decisões eradas que já tomei na vida sei que Deus está dentro de mim, que Ele acredita em mim, e que cabe a mim também acreditar....
POSTADO POR UMA MULHER



publicado por araretamaumamulher às 14:06 | link do post | comentar | favorito

Segunda-feira, 01.03.10



Existe alguma justificativa para a violência?
 Essa pergunta não é feita quando a vítima é um homem Muitas vezes, a violência doméstica contra a mulher é considerada um problema particular da família.
A tolerância feminina à violência perpetua essa atitude, e a idéia machista de que a mulher deve ser punida caso sua conduta esteja fora dos padrões que a sociedade estabelece. Isso implica que o problema de maus-tratos às mulheres não está restrito a uma área geográfica ou cultura. Ele é tão aceito na sociedade, é por isso que muitas vítimas se resignam ante o abuso.
Isso cria um efeito - domino. Filhos e filhas de famílias onde a mãe foi vítima de abuso tendem a reproduzir o mesmo padrão de violência. É um erro supor que o que acontece dentro de casa não tem efeito sobre o ambiente doméstico.
As evidências mostram que mulheres vítimas de abusos físicos e psicológicos são inibidas em seu desenvolvimento na sociedade e no lar. Sua produtividade no trabalho, seu desempenho como mães, seu desenvolvimento pessoal, suas qualidades como cidadãs, são afetados pelo resto de suas vidas, até que se ergam para reivindicar sua dignidade pessoal ou agir contra essa situação abusiva.






Mitos sobre a violência doméstica
Mitos relacionados à violência doméstica estão tão arraigados em certas culturas e padrões de pensamentos, que sua erradicação torna-se quase impossível. Assim sendo, é importante entender e desfazer esses mitos, a fim de fazer face, tanto individual quanto corporativamente, à ameaça da violência doméstica. Consideremos alguns desses mitos:
A violência doméstica não afeta muitas pessoas. Ela afeta sim. Os ataques no âmbito doméstico são uma das principais causas de ferimentos em mulheres, revelando índices mais elevados do que os dos acidentes em auto-estradas ou qualquer outro. 7 Estima-se que 50% dos lares sofrem ou já tenham sofrido violência familiar.
Maus-tratos são o resultado momentâneo da ira. A verdade é que os agressores têm o hábito de atacar. Não se trata de um impulso breve, mas de uma atitude repetitiva. Muitas mulheres vítimas de agressão relatam que têm sido maltratadas repetidamente por muitos anos.
Os abusos ocorrem somente entre os pobres e nas comunidades de baixo nível. Esse é um conceito errôneo. As pessoas que usam de violência contra suas esposas ou namoradas pertencem a toda classe social e nível educacional. A lista de agressores, conforme um estudo feito em Boston inclui médicos, psicólogos, advogados, clérigos e executivos. Outro estudo revela que há maior nível de agressão entre casais com grau universitário, do que entre pessoas de menor nível educacional.




Violência está limitada a empurrões, tapas e socos. Muitas pessoas pensam que essas ações não causem danos graves. O fato é que muitas mulheres sofrem lesões incapacitantes e permanentes, e podem até morrer durante confrontos com maridos ou namorados agressores.
É fácil à mulher livrar-se das agressões. Muitas mulheres são tão escravizadas ou psicologicamente dependentes dos agressores, que encontram dificuldades para se distanciar deles. De fato, uma das seqüelas desse problema é, por vezes, um dano psicológico tão profundo que se torna quase impossível escapar sem uma assistência externa.
Para não dizermos impossível. A violência se transforma em um circulo vicioso, onde a vitima se vê presa como em um visgo, e por mais que ela tenta sair, na realidade fica andando em círculos.
A obsessão que se transforma o interesse pela vida do agressor, por saber como ele vai reagir quando entra em casa, como vai estar o que ele vai fazer, prende totalmente a atenção das vitimas. E não tem como escapar disso, sem ajuda. Porque a vitima pensa que está lutando pela sua sobrevivência, afinal das atitudes do agressor depende totalmente sua vida.
A maior parte dos agressores de mulheres é composta de estranhos. Muitos gostariam de acreditar nesse mito, mas a realidade é que 95% dos agressores pertencem ao círculo familiar: maridos, pais, irmãos, sogros e amigos próximos. Uma reportagem mostrou que 70% das vítimas de violência são atacadas em suas próprias casas, geralmente pelo esposo ou amigo íntimo. Uma mulher é mais susceptível a ser morta por um homem com quem tenha uma relação afetiva, do que por um estranho.
O lar, que deveria ser um paraíso de segurança, chega a tornar-se um inferno na terra para muitas mulheres e crianças vítimas de violência.
E quando digo inferno, não estou de forma alguma exagerando, se bem que gostaria, mas o lar onde existe violência é um lugar onde as pessoas tem medo de abrir a boca, para pedir o que precisam no mais básico sentido da palavra, o medo, o terror de não saber como o agressor vai reagir é terrível.
A violência doméstica é o resultado de alguma espécie de doença mental. Esse mito permite muitas desculpas, e explica e tolera violência física e psicológica contra mulheres. O fato é que apenas 10% dos agressores têm algum tipo de desordem psíquica.
Violência e amor não podem coexistir numa família. Muitos episódios ocorrem em ciclos. “O amor coexiste com a violência; pois de outra forma não existiria o ciclo. Geralmente é um amor viciado, dependente e possessivo, baseado na insegurança”. É um amor que não é amor, ele está misturado com medo, com a insegurança.
A violência emocional não é tão séria como a violência física. Entretanto, a verdade é que “a violência emocional contínua, mesmo depois que cessa a agressão física, produz muitas e sérias conseqüências para a estabilidade emocional das vítimas.  Talvez conseqüências tão ou mais graves do que a violência física, já que nos impossibilita para as relações sociais e profissionais, por nos destituir totalmente de auto-estima. O problema é que os efeitos psicológicos e emocionais são menos visíveis em curto prazo, ao passo que os danos físicos são patentes no próprio ato. Em realidade, é possível aterrorizar uma mulher e agredi-la sem recorrer a abusos físicos. A reabilitação de uma pessoa vítima de abuso emocional é tão difícil e traumática ou mais até do que da pessoa que foi fisicamente atacada”.
A conduta violenta é uma característica herdada pelo ser humano. Isso é o que os zoólogos, etólogos e muitos investigadores alicerçados na evolução dizem há anos. A realidade é que “a violência é um comportamento aprendido de modelos familiares e da sociedade que a define como um recurso válido para a resolução de conflitos. O uso de violência é aprendido na família, na escola, nos esportes competitivos e através da mídia”. Uma atitude aprendida pode ser desaprendida.
As mulheres incitam os homens à agressão. A maioria dos agressores acredita nesse mito. Mesmo algumas mulheres, evidentemente as que não são vítimas, tendem a acreditar também. Todas as pesquisas sobre violência mostram que os homens violentos atacam independentemente do que as mulheres façam ou digam. A agressão em qualquer forma, especialmente a física, não pode ser perdoada.
 Temos que ter em mente que o agressor acredita que tem todo o direito do mundo sobre a vitima, que aquele ser humano é dele, para que ele use e abuse da forma que mais bem lhe aprouver. Infelizmente na cabeça do monstro não existe diferença, entre suas vitimas e seus bens materiais.



publicado por araretamaumamulher às 06:10 | link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito

Domingo, 31.01.10
Por Valdecy Alves
Em janeiro de 2010, já foi possível perceber que a violência contra a mulher aumentou terrivelmente. Na mídia corre sangue: Câmeras que filmaram assassinatos a tiros..., ex-maridos que mataram filhos e depois suicidaram-se, companheiros que matam a companheira e depois se matam, até mesmo a facadas... A PERGUNTA É UMA SÓ: A Lei Maria da Penha é ineficaz? O Estado é ineficiente? Como resolver o problema? De quem é a culpa? O que fazer ??? E tantas outras indagações, nos próprios jornais e toda a mídia: rádio, tv, revistas..., que são mais lidos e vistos pela desgraça que noticiam, que pelos debates que mais confundem, que esclarecem. NESSE MEIO COLOCO MINHA HUMILDE OPINIÃO.
Importante começar pela própria lei, que se fosse lida e observada direitinho, indica caminhos, até o presente, ignorados, que podem dar eficácia à lei. Observe-se o artigo 1º, da Lei nº 11340/2006, famosa Lei Maria da Penha:
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Queria destacar no artigo 1º, da Lei, os seguintes verbos: COIBIR, PREVENIR, PUNIR, ERRADICAR... cujos significados, segundo Dicionário Aurélio, Século XXI, 2ª Impressão, Editora Nova Fronteira, são:
COIBIR: Impedir, proibir, tolher, reprimir, refrear...
PREVENIR: Evitar, Antecipar-se a..., acautelar-se...
PUNIR: Castigar, penalizar...
ERRADICAR: Arrancar pela raiz...
O que numa linguagem pode ser assim dito quanto à violência doméstica contra mulher: no verbo coibir tanto pode-se impedir, quanto reprimir. Já o verbo prevenir é sempre agir para evitar, antecipando-se a qualquer ação violenta, punir é sempre castigar aquele ou aquela que praticar violência contra mulher, por fim erradicar, acabar com toda forma de violência contra mulher, fruto de uma cultura que deve ser erradicada, arrancada pela raiz. Pois uma vez erradicada, ao menos do plano teórico, não haverá necessidade de prevenir ou de punir. Ouso colocar a seguinte metáfora: alguém que sente dor de dente, pode impedi-la com remédios, pode prevenir se fizer correta higiene bucal para evitar bactérias causadoras da cárie, pode punir a bactéria utilizando enxaguatório bucal, pode erradicar para sempre a dor de dente, extraindo toda a cárie e daí dar prioridade à prevenção.

Importante salientar que toda forma de violência deve ser combatida: contra criança, contra o idoso, contra os pedestres, contra o meio ambiente, contra toda forma de vida, não apenas contra mulher! Todavia muitas mulheres que defendem o fim da violência doméstica defendem o aborto contra o feto sadio, o que é incoerente. Pois se não se admite violência nem contra um golfinho, nem contra um filhote der foca, imagine-se contra um indefeso feto? Um ser humano em estágio embrionário?
Mais adiante, a lei Maria da Penha em seu Título III, trata da assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar, que vai do artigo 8º ao artigo 12, podendo-se destacar, entre os mais importantes:
a) A promoção de estudos e pesquisas sobre a violência doméstica e familiar;
b) Meios de comunicação respeitar valores éticos e sociais;
c) Campanhas educativas para escolas e para sociedade;
d) Programas educacionais que transmitam o significado da dignidade humana;
e) Capacitação da polícia;
f) Ensinar direitos humanos nas escolas;
g) Integração de todos os órgãos do Poder Público.
Mais adiante, a lei Maria da Penha trata das medidas de proteção à mulher em situação de violência, prevendo varias iniciativas de proteção à vítima, até dar-lhe abrigo seguro, repressão ao agressor, como decretar sua prisão preventiva.
PORÉM: se há estudos e pesquisas não são divulgados e pouco utilizados como ferramenta de combate. Os meios de comunicação ganham muita audiência quando transmitem ao vivo o assassinato como o “caso Eloá”, campanhas educativas na escola e para sociedade não existem, dignidade humana, se alguém saí pela rua perguntando o que é, talvez uma pessoa em dez mil saiba ao menos conceituar com as próprias palavras. A polícia não é capacitada, não tem condições adequadas de trabalho, ganha mal, não tem carreira garantida e tem a dignidade aviltada. A grande mídia é a maior responsável por denegrir o que sejam direitos humanos, não se vê integração de Poder Judiciário, com Poder Legislativo, com Poder Executivo, com Ministério Público, com Defensoria Pública para combater nenhum tipo de violência, que é tão cultural e tão arraigada na cultura, que juízes, promotores, advogados, delegados... de quando em quando estão nas páginas policiais por assassinarem suas atuais ou ex-mulheres...
No último dia 31 de janeiro de 2010, a própria Maria da Penha, no jornal O POVO, página 06, no caderno Opinião, desesperada com tantos homicídios veiculados na mídia, declarou: “ deveria ter uma lei para prender imediatamente em virtude de ameaça. Só assim diminuiriam os ataques contra as mulheres”
Quando a própria Lei Maria da Penha prevê não apenas a prisão preventiva, como agrava a pena para parte agressora, além de limitar a distância do agressor da possível vítima e até freqüentar cursos de reeducação, para aprender a conviver sem uso da violência. A PRÓPRIA MARIA DA PENHA AO CLAMAR POR OUTRA LEI, DECRETA A MORTE E A INEFICÁCIA DA LEI COM O SEU NOME. O que é uma terrível constatação para todos. Porém o que é ineficaz não é a lei, é como está sendo encarada pelo Poder Público, pela sociedade civil e por cada cidadão e cidadã individualmente.
Para aprofundamento da questão é de bom alvitre recorrer-se à Constituição Federal, Lei Fundamental, Lei Mãe e alicerce de todo o ordenamento jurídico brasileiro, começando por seu preâmbulo:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Com destaque para ESTADO DEMCORÁTICO. Pois no Estado democrático de direito não se pode esperar tudo só do Estado. A sociedade, através das associações, e as pessoas têm o direito e o dever de participarem. NÃO APENAS ATRAVÉS DO VOTO! Não pode esperar apenas do Poder Público, que tem tido como principal característica a corrupção, a violação à legalidade e aos direitos humanos fundamentais. Após declarar a instituição do Estado Democrático fundamenta a sua razão de existir, o que também está presente no seu artigo 1º:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Mas uma vez em destaque o Estado Democrático de Direito, que exige a participação de todos, que têm direitos e deveres. Por sua feita, os direitos humanos fundamentais, os mais importantes, do contrário não seriam fundamentais, é dever do Estado garanti-los, mas também de cada um, de toda a sociedade.
Se todo mundo, individualmente, respeitasse o direito à vida, não haveria homicídio; se cada um que fosse dirigir jamais bebesse, os acidentes de trânsito seriam casos fortuitos; se todos os pais pagassem pensão aos seus filhos menores pra que prisão em ação de alimentos? Se todos que fossem se divertir não saíssem armados, se as irmãs dos agressores não tentassem justificar a violência dos irmãos contra suas cunhadas ou ex-cunhadas... TUDO ISSO PARA DIZER QUE COMBATER A CULTURA DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER É UM DEVER DO ESTADO, DA SOCIEDADE CIVIL E DE CADA CIDADÃO. Tudo ao mesmo tempo. De todos os atores sociais existentes. Mesmo os que não puderem agir contra a violência, que se omitam em praticar violência!
A prioridade deve ser: ERRADICAR A VIOLÊNCIA. Através de atos que devem ser praticados por todos: cidadãos, cidadãs, sociedade civil organizada e poder público. APÓS ERRADICAR instituir a cultura da ETERNA PREVENÇÃO, quando a PUNIÇÃO, que deverá ser aplicada aos agressores, será exceção, restando para sempre banida da sociedade a violência, COIBIDA, assim, de forma eficaz, a violência doméstica e todo tipo de violência.
Se assim não for, só restarão os discursos de desespero de prender, prender, prender... punir... punir... punir... sucedendo-se os crimes na mídia de forma contínua e incessante, em torrentes. O fracasso é de todos, porque todos procuram transferir para o outro a responsabilidade e enquanto existir mídia que ganhe muito dinheiro às custas da imagem de presos, da desgraça humana e denegrindo direitos humanos. Enquanto a educação, onde o professor é desvalorizado, mal pago, sem carreira, quando não vítima da violência doméstica, vítima dos assaltos nas ruas ou dos alunos na própria escola; enquanto uma mulher militante pedir apoio contra um tapa e defender o aborto do feto sadio; enquanto não for garantida a plena efetivação dos direitos fundamentais e houver quem defenda pena de morte... será utopia não somente erradicar a violência doméstica e familiar, como toda forma de violência, QUE DEVE SER ERRADICADA INTEGRALMENTE, PARA SEMPRE. SOB PENA DE NÃO MERECERMOS A DENOMINAÇÃO DE CIVILIZAÇÃO E DA CONSTITUIÇÃO NÃO PASSAR DE UMA CARTA DE INTENÇÕES.
A PALAVRA DE ORDEM É: Participação democrática de cada um como direito e dever, sendo a justiça social e a paz fruto da construção coletiva, para qual devem estar voltadas todas as mentes dos cidadãos e cidadãs, toda a estrutura estatal, toda a sociedade civil organizada, todas as autoridades públicas.
Postado por Valdecy Alves


publicado por araretamaumamulher às 09:47 | link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito

Terça-feira, 19.01.10
Violência Doméstica - consiste em humilhações, ameaças, bofetadas, murros e pontapés, abuso sexual, ameaças de morte e assassinatos, bem como toda a intenção de causar danos físicos ou emocionais, criando um ambiente permanente de pânico e terror. O homem controla a mulher pela força e intimidação. Ocorre principalmente dentro da intimidade do espaço privado e é por isso que se denomina violência doméstica.
Os maus tratos domésticos são uma realidade que afeta uma alta percentagem de mulheres em nossa sociedade. Geralmente, permanecem ocultos, escondidos no âmbito das relações familiares por medo ou vergonha e por ter sido trabalhada a idéia de "roupa suja se lava em casa", e por considerar que os maus tratos são assuntos privados do casal.
A imagem da família como o espaço onde se manifestam os afetos, os cuidados com os demais, o amor, etc, oculta freqüentemente as relações de autoritarismo, de subordinação das filhas, dos filhos e da mulher ao homem. A autoridade paterna às vezes impõe o regime de quase escravidão.
Não podemos esquecer que a violência sexual no âmbito doméstico inclui o homem obrigando a mulher a ter relações sexuais por ser seu marido. E, muitas vezes, as mulheres se violentam permitindo o ato sem vontade porque aprenderam que esta é a sua obrigação.
Violência Sexual (estupro) - é um atentado á integridade física e emocional da mulher. O estupro das mulheres é um ato brutal de exercício da dominação dos fortes, que buscam humilhar, amedrontar, degradar a dignidade de uma pessoa.
A base central da existência do estupro é a opressão de gênero, o poder patriarcal dos homens sobre o corpo e sobre a vida das mulheres, a negação do seu direito de decidir sobre seu corpo e sua sexualidade.
Historicamente, o corpo da mulher, de cada uma em particular, e de todas, é tratado como propriedade dos homens, que se fundamentam na manutenção da supremacia masculina e na visão de uma sexualidade constituída a partir dessa supremacia.
Os estudos realizados para definir o papel do estuprador têm concluído que são casados ou solteiros conhecidos das vítimas. Daí, deduzirmos que é um mito falar que os estupradores têm problemas emocionais. Eles existem em todas as raças e classes sociais: há ricos e poderosos, homens da lei, negros e brancos, intelectuais e trabalhadores, e muitos têm comportamentos exemplares em outras esferas da vida. O estupro tem sido minimizado pelo Estado, que não leva em conta a magnitude do problema. As estatísticas existentes, em função do baixo número de denúncias, não se constituem em fator de relevância. Quando uma mulher se "atreve'" a denunciar tem que passar por tortuosos e humilhantes caminhos: delegacias de polícia, médicos legistas... Para a grande maioria, a investigação se converte em outra violência. Levando-se em conta que perpassa uma total negação ou aceitação da fala da mulher, não há credebilidade à sua história.3
O sistema legal brasileiro que rege normas punitivas em relação à violência contra a mulher sustenta-se em leis discriminatórias, de modo que impede a participação plena das mulheres no desenvolvimento da sociedade e dificulta a luta por seus direitos quando estes lhes forem negados e/ou violados. Mostra claramente que as leis existentes, além de não serem eficazes e aplicadas, não são veículos perfeitos para a promoção, proteção e defesa dos direitos da mulher.
O silêncio e a impunidade são mecanismos centrais de manutenção da violência. O silêncio atua como elemento de consentimento e impunidade. As mulheres, ora da classe menos favorecida, ora da classe média e/ou alta, hesitam em denunciar atos de violência por vários motivos: medo, vergonha, dependência econômica, influência da igreja, falsa ilusão de que vale o sacrifício de sofrer para manter a família unida, além do embaraço e humilhação nas delegacias. Na polícia, a mulher (vítima) é questionada de modo a sentir-se culpada ou até a acreditar que mereceu sofrer tal violência.
A não aplicação da lei gera a impunidade, deixando criminosos e agressores de mulheres esquecidos, absolvidos, com processos arquivados ou, quando condenados, recebem penas leves. Os atos violentos dos homens contra as mulheres são aceitos como naturais, como se fosse "normal" a violência doméstica.
A relação entre os sexos é tratada simplesmente como algo privado, permitindo a impunidade dos agressores.
Denunciar a violência é um dos caminhos para romper o silêncio da opressão, mas é preciso buscar mudanças no comportamento social do homem e da mulher, quebrando os falsos padrões tradicionais da sociedade, para que homens e mulheres possam conviver com as diferenças, respeitando-se mutuamente.
À guisa de Conclusão
Em sendo a violência contra a mulher a forma mais dramática de discriminação, mulheres do mundo inteiro começaram a se organizar em busca de uma cidadania plena, não perdendo de vista que mulheres e homens são seres humanos iguais, em dignidade e em direitos. O que as mulheres propõem é apenas e simplesmente que a sociedade se estruture e se organize em função da igualdade social.


publicado por araretamaumamulher às 11:18 | link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 23.12.09
“La única forma de aprender a amar es siendo amado.
La única forma de aprender a odiar es siendo odiado.
Esto ni es fantasia ni teoria, simplesmente es un echo
comproblable.”
ASHLEY MONTAGU, La agresión humana,1976


O poder humano decorre de três fontes principais: o conhecimento, o dinheiro e a violência.
A violência é a forma mais primitiva e inferior de poder, porque só podemos usá-la para castigar, fazer mal, destruir.
Suas sementes são semeadas nos primeiros anos de vida, cultivadas na infância e começam a dar frutos malignos na adolescência, estimuladas por crueldades sofridas, até fazer parte do caráter do adulto.
Nossos comportamentos desde o sadismo até o altruísmo são o resultado de processo evolutivo condicionado pelas forças sociais e valores culturais.
As histórias de nossa civilização estão repletas de agressões humanas. Através do sexo, seres frágeis e grupos minoritários foram objetos fáceis de ultrajes exploração e tormentos.
A Organização Mundial da Saúde (outubro de 2002) relata que atos de violência matam mais de 1,6milhões de pessoas ao ano.
O que nos leva a torturar e matar semelhante e até nossos companheiros de vida?
A disputa entre o genético e a influência social é um tema que gera controvérsias quando se quer explicar a formação das personalidades e conseqüentemente as tendências pacíficas ou violentas das pessoas.
A explicação da violência como genética ou aprendida é uma controvérsia entre os experts.
Para alguns a violência é uma qualidade humana inata, universal e inevitável que se libera automaticamente obedecendo a um impulso natural programado nos genes de nossa espécie.
O mundo é cheio de estímulos perigosos dos quais temos que nos defender. Por isto a violência torna-se necessária para a continuação da espécie.
Para outros, os animais lutam pela sobrevivência, mas não são cruéis. Quando lutam estão motivados por medo de serem eliminados em situação que se sentem acuados, por fome, necessidade de procriação ou defesa de si e da espécie. Quando podem, evitam matar ou mutilar seu competidor, limitando-se a retirarem-se com superioridade quando vencem e permitindo que seu inimigo fuja sem persegui-lo. Quando têm que matar faz-no da forma mais rápida possível, sem nenhuma crueldade.
O homem diferentemente, não tem comportamentos violentos só quando está ameaçado e pode ser cruel quando levado por emoções, mesmo sem necessidade de auto defesa. É no cérebro, dotado de grande plasticidade, para responder aos estímulos do meio, que se desenvolve a maneira de ser violento nos seres humanos. Conseqüentemente, herdamos genes agressivos, mas não a crueldade.
Só alguns são cruéis.
Nascemos com a predisposição para a violência, mas também para a compaixão.
A violência se aprende sob certas circunstâncias e se aprende profundamente.
O bebê satisfeito desenvolve segurança em si e nos demais, bem como a comunicabilidade. O ignorado é temeroso e agressivo.
As paixões jogam um papel poderoso no comportamento humano. Podem estimular tanto a inveja, tirania e agressividade, quanto à criatividade, autonomia e a solidariedade.
As paixões dão significado à vida humana. Geram monstros e heróis.
As experiências que mais predispõe a recorrer à violência para resolver frustrações é ser objeto ou testemunha de repetidas agressões na infância, principalmente por parte dos progenitores. As pessoas que vivem entre agressões e humilhações na infância tendem a ser insensíveis a estes horrores e/ ou podem tornar-se agressores.
A idéia de que o poder das paixões e a violência são aprendidos, garante-nos poder lutar para mitigá-los ou preveni-los. Por isto devemos dirigir os cuidados preventivos e terapêuticos primordialmente aos pequenos durante os primeiros 12 anos de vida enquanto há a possibilidade de desenvolver a compaixão, a tolerância, o sentido de autocrítica e a empatia.
O antídoto universal e mais poderoso contra a violência é o desenvolvimento das tendências altruístas naturais do ser humano.
Olhando do ponto de vista histórico as idéias malignas parecem estar diminuindo entre as pessoas:
1. A posição da criança na sociedade melhorou;
2. A mulher já não é vista como propriedade do homem em grande número de nações;
3. Embora ainda existam guerras se conteve a obsessão de se construir bombas atômicas.
Resta-nos, contudo, um longo caminho até a convivência pacífica entre as pessoas.
A violência é sempre preocupante em vários cenários humanos. A mais inquietante é a que se desenvolve no lar. Espaço que deveria, pelo seu objetivo formador, ser o mais amoroso.
As conseqüências da violência doméstica são tão desastrosas, por que atinge o celeiro humano de novas personalidades destruindo-as antes que se formem.
“A violência doméstica é o conjunto de formas de violência que se exerce no lar, qualquer que seja a pessoa que a exerça ou sofra”
A nosso ver é a mais destruidora.
Perigosa realidade, porque todos temos impulsos amorosos e agressivos e é a família que é a referência, a matriz de identidade e deve nos ensinar como controlar a raiva e dar saída às pulsões internas com limites. Caso a família forneça modelos de agressão o ato lesivo passa a ser considerado normal, não se critica as conseqüências que dele advém e é a violência o modelo aprendido pela criança para reagir a frustrações.
A criança maltratada sente-se isolada, sozinha, com medo, se retrai. Passa a desconfiar de todos e quando em conflito torna-se agressora, porque foi este o mecanismo que aprendeu para solucionar conflitos e aí é excluída pelo social.
Neste momento cria-se o padrão repetitivo de exclusão. A criança se exclui e se isola pelas agressões sofridas em casa, ou é excluída quando castigada pelas agressões que comete em casa e na rua.
Existem várias formas de exclusão doméstica. Desde a agressão psicológica que inclui insultos, desqualificações, ameaças de abandono e morte, até a negação da existência por indiferenças, isolamento ou segredo, chegando às formas mais graves, à condenação à morte em vida, pelo descaso e desqualificação da pessoa, que é tratada com se não existisse. Na maioria das vezes estas atitudes não possuem nenhuma justificativa importante que as explique.
Esta exclusão às vezes se concretiza em formas mais efetivas: impossibilitar a alguém o pertencimento à família negando-lhe o sobrenome, a expulsão de casa sem dinheiro nenhum e/ou chegar a deserdar a pessoa. Em alguns casos isto ocorre como meio de afastamento da família, para impedir que delate abusos sexuais ou físicos que lhe foram infringidos e que são outras formas freqüentes de violências domésticas.
Existem algumas formas disfarçadas de violência:
1. Dizer à pessoa que está sendo espancada para seu próprio bem, o que ainda gera culpa;
2. Abandono disfarçado de falta de exercício de autoridade e falta de fronteiras, em nome de excesso de confiança e flexibilidade, que encobrem comodismo e descuido;
3. Proteção excessiva que encobre desqualificação da capacidade da pessoa para resolver problemas.
4. Relacionamentos em que se encobre manutenção de dependência com obrigatoriedade de lealdade familiar acima de tudo, que deixam a pessoa sem escapatória, pois nada do que é visto ou vivido em casa pode ser contado fora, sob pena da pessoa que o fizer ser qualificada como traidora da família;
5. Atribuição de responsabilidades excessivas a um filho gerando sobrecarga para ele, a fim de
eximir-se de seus deveres parentais ou pessoais;
6. Criação de um clima familiar de raiva e culpa que imobiliza e passa a ser o modelo de relacionamento.
Nosso objetivo ao levantarmos estes padrões de exclusão no lar é informar aos terapeutas e educadores para que se instrumentalizem buscando medidas para vencê-los.
Propostas terapêuticas e sócio-educativas
Como o tratamento da violência ainda está sendo muito estudado no mundo todo, pensamos que seria útil para finalizar, elencar algumas maneiras de pensar e agir, que estão sendo adotadas neste setor na terapia familiar que poderão ajudar os profissionais que trabalham com violência doméstica.
A identificação dos padrões de violência leva à aquisição de força que pode ser posta a serviço da pessoa.
Uma das medidas preliminares é propor à família começar a estabelecer padrões relacionais sem ameaças e aprender a negociar na terapia familiar, sem a exclusão de nenhuma pessoa envolvida no problema.
Construir em conjunto com a família o desapego das crenças do passado e começar a criar formas de relacionar-se mais em conformidade com as necessidades de cada um no presente. Aprender a ouvir o outro para negociar as diferentes maneiras de pensar e agir em busca de soluções que contemplem a todos. Uma das principais conseqüências da violência é a perda de auto-estima que leva a pessoa a ficar presa, sem coragem de sair da situação por não acreditar mais nas suas capacidades. Quando esta pessoa passa a ser aceita e valorizada, recupera sua auto-estima.
É primordial, também a desmistificação da pessoa que é colocada no poder, pela própria trama relacional familiar o que faz dela um mito. Na terapia aprendemos a vê-la como uma pessoa fraca que precisa deste poder de dominação para sentir-se segura. Esta nova percepção devolve o poder às outras pessoas da família que param de endeusá-la como poderosa começando a temê-la menos, o que diminui o seu poder de coação.
Abrir mão do pensamento julgador e procurar compreender o que acontece com cada um desenvolvendo a capacidade de cuidar.
Rever os velhos problemas procurando sempre novas soluções concretas para os mesmos.
Empregar o humor na terapia dá mais alegria e leveza ao tratamento.
Reconhecer a diferença entre a comunicação íntima e a social e aprender que cada um fala por si e sabe o que é bom para si. Compreender a necessidade de respeitar as diferentes formas de ser, para que todos cresçam.
O importante é que:
Cada um descubra sua potência, através da própria história de sobrevivência, aprendendo a valorizar a sua resiliência, ou força interior de resolução de problemas.
É preciso que todos fiquem cientes de que somos autores de nossas vidas e dotados de forças para defendê-la.
As normas de respeitar a palavra de cada um e deixar que falem por si, são importantes para manter a ordem na sessão e estabelecer uma nova forma conversacional entre as pessoas.


publicado por araretamaumamulher às 15:33 | link do post | comentar | favorito

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