Segunda-feira, 03.05.10
Um milhão de mulheres celebrando sua menstruação
O grupo de círculos de mulheres do Projeto Clã dos Ciclos Sagrados, coordenado por pela terapeuta Sabrina Alves, carioca de nascimento e paulista de coração, reaviva uma campanha que pretende ter ação mundial entre as mulheres para valorização dos ciclos de sangue feminino.
A campanha com nome original em inglês “Menstrual Monday”, ou a “Segunda Vermelha” adaptado para o português, convoca a mulher contemporânea a participar ativamente de sua própria vida, redescobrindo e compartilhando com outras mulheres sua essência, empoderando-se e tornando-se uma forte agente transformadora de si mesma, de sua comunidade e do Planeta.
.::História da Campanha::.
Com nome original em inglês “Menstrual Monday”, ou a “Segunda Vermelha”, adaptado para o português, a campanha convoca a mulher contemporânea a participar ativamente de sua própria vida, redescobrindo e compartilhando com outras mulheres sua essência, empoderando-se e tornando-se uma forte agente transformadora de si mesma, de sua comunidade e do Planeta.
A primeira vez que se comemorou foi em 2000, idealizado por Genebra Kachaman e Molly Strange. Elas arrumaram um jeito de incentivar as mulheres a ritualizarem suas menstruações e o fizeram com manifestações artísticas. Na época, a campanha teve adesão da França, Canadá, Escócia e Quênia. Kachaman e Strange diziam que a intenção da campanha era criar um senso de diversão em torno de menstruação; para encorajar as mulheres a assumir a responsabilidade da sua menstruação e de saúde reprodutiva, para criar uma maior visibilidade da menstruação nos meios de comunicação social; e para reforçar a honestidade da menstruação em nossos relacionamentos.
Na realidade a campanha foi um efeito contrário à grande quantidade de registros do chamado “choque tóxico” provocado pelos tampões internos naquela década de 90 e por tudo o que ele representa para a mulher: vulnerabilidade, vergonha, invasão, agressão e uma infinidade de doenças arrebatadoras e outras tão silenciosas quanto fatais, como o câncer de útero. Os tampões vão bem, obrigada, e pra quem trabalha com saúde da mulher, como eu sei que o número de casos de “choques tóxicos” com tampões e absorventes descartáveis continua de vento em polpa, no mundo todo. Menos na Índia, porque lá elas nem sabem o que é isso. Bom, sorte a delas.
O movimento “Segunda Vermelha” parte de uma releitura dos aspectos femininos que se contrapõe ao movimento feminista da década de 70, onde os processos cíclicos da mulher foram caracterizados como uma desvantagem para a disputa com o homem pelo mercado de trabalho. Ele é fruto de novas perspectivas em relação à mulher e a natureza, o que ficou denominado como ecofeminismo, que revela um novo corpo feminino que se molda e vem surgindo em movimento de valorização dos aspectos e protagonismo femininos revelando um enorme potencial das mulheres em mudar o curso da história. A campanha não pretende excluir o homem das novas atividades dessa nova mulher; ao contrário, é um chamado para valores como honra e respeito à diversidade, principalmente à multiplicidade dos aspectos da mulher.
O movimento tem como mote o dia das mães. Por que a menstruação vem antes e, muitas vezes, depois dela também. E na verdade é a grande liga, o grande fio condutor da vida, o sangue. Mas eu queria dizer mais uma coisa sobre esta data escolhida para representar a Segunda Vermelha: inicialmente Julia Ward Howe criou o “Dia das Mães para a Paz” nos Estados Unidos. É, pois é, o dia das mães era político/espiritual. É verdade também que a visão oportunista americana o transformou em uma data “capitalistamercadológica”, porém vejo em nossas mãos a chance de redefinir esta data novamente.
O fato é que os anos que se seguiram, a campanha foi tomando forma. Com alguns registros em outros países. E sempre comemorada, mantida e coordenada por Deanna L’am nos Estados Unidos. E assim, pela ação cada vez mais pungente dos novos movimentos de mulheres conheci DeAnna L'am, pois partilharmos do mesmo estilo de trabalho. Ela Compartilhou a proposta. Achei linda e viável. Convidou-me pedindo que eu coordenasse a campanha na América do Sul. Eu recebi. Gestamos. E na SEGUNDA VERMELHA 2008 LATINA todas “vermelharam” juntas em um só ventre e coração.
Em 2009 tomaram-se novas esferas, novas mulheres partilhando. Em 2010 foi criado o Blog / http://segundavermelha.blogspot.com / com o intuito de gerar material de informação para os próximos anos da Campanha no Brasil e a possibilidade de criar um museu virtual, de modo que todas as ações das mulheres pelo Brasil fiquem registradas.
.::Campanha Segunda Vermelha 2010::.
Este ano a campanha será no dia 03 de Maio, uma segunda-feira, claro!
E está direciona à arte visual.
Acesse o Blog e veja como aderir adequadamente à Campanha.
http://segundavermelha.blogspot.com
OBS: Quem quiser enviar a convocação que está fazendo em sua cidade para a gerencia do blog para ser publicado, é só escrever para: cladosciclossagrados@yahoo.com.br
A todas as mulheres que, ao tomarem conhecimento de seu Poder de Sangue, sentiram-se a mais poderosa das mulheres, minhas sinceras reverências.
Sabrina Alves
1 MILHÃO DE MULHERES CELEBRANDO SUA MENSTRUAÇÃO!! Porque menstruar intensifica a vida
Dedicado a re-emergencia da Cultura da Mulher. Ativismo menstrual em ação!
Iniciativa Brasil: WWW.CLADOSCICLOSSAGRADOS.COM
Sabrina Alves
Coordenadora
Clã dos Ciclos Sagrados
"Mulheres em círculo para honrar seus ciclos; avançando fronteiras e tecendo redes."
www.cladosciclossagrados.com
http://circulosagradodevisoesfemininas.blogspot.com
http://segundavermelha.blogspot.com
http://ayurvedaparamulheres.blogspot.com
http://rusticacuisine.blogspot.com
Skype: alvessabrina
http://twitter.com/tecedeiradalma
Sábado, 27.03.10
Desde o início dos tempos, a mulher é vista como sagrada, por ter o dom de dar à luz um novo ser humano. Hoje, apesar de a maioria das mulheres ter se distanciado da sua natureza, é comum as mulheres pagãs retomarem essa ligação, e a maternidade é um momento onde todos os sentimentos – inclusive essa ligação – ficam à flor da pele.
O ato de dar à luz ainda é considerado sagrado. Não deve ser visto como um momento de sofrimento e ansiedade. Você, que está grávida, veja seu corpo como uma dádiva da natureza. O fato de ser fértil e capaz de gerar uma vida dentro de você deve ser visto como algo maravilhoso, porque realmente é. E, por maior que seja a participação do pai da criança, a gravidez até o parto é uma transformação da mulher.
Desse ponto de vista, é chocante pensarmos em como hoje são as práticas obstetrícias: a imobilização forçada da gestante, a indução do parto, o uso de drogas que tiram a consciência da mãe, as intervenções cirúrgicas planejadas antecipadamente sem necessidade, além do tratamento frio dado à mãe e ao recém-nascido.
Existe o consenso de que só uma mulher que pariu pode compreender e apoiar o sofrimento de outra mulher. Atualmente, há o resgate da prática de doulas, ainda que não seja algo difundido comumente.
O Cristianismo transformou o ato de dar à luz em algo impuro, e que a mulher deveria sofrer pois estava pagando pelos seus pecados. O que era visto como sagrado, passou a ser visto como parâmetro para dor: “aquilo doeu mais do que a dor do parto” ou “não existe dor pior que a dor do parto” – conceitos que ficaram na mente de todas as mulheres e transformaram o momento do parto em algo temido e indesejado. O batismo servia para “purificar” aquele bebê. Dentro das crenças pagãs, sabemos como isso tudo é absurdo.
É necessário que as mulheres pagãs conheçam mais sobre a história da maternidade e reivindiquem seus direitos – resgatem rituais para reconsagrar seu corpo e sua alma.
Fundamental é ter em mente que uma concepção consciente implica sexo consciente. Não faz parte do respeito aos nossos corpos induzir uma gravidez sem que você e seu parceiro estejam de acordo. Também não é respeitoso com ele, muito menos com o seu bebê.