Terça-feira, 16.03.10

 O IMPORTANTE É NÃO DEIXAR QUE NENHUMA MULHER TENHA DE VIVER SOZINHA O DRAMA DE SER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA.

Mulheres que sente a estranha dor de ser vitima de gente, de uma forma brutal e, mesmo assim, ficam desamparada. O Estado não as conhece. A polícia tem dificuldade em enxergá-las, resta a essas mulheres, silenciosa e invisível, uma dor que não cessa.
Aprendi a entender que no peito essas mulheres carregavam uma dor igualzinha a minha. 
A violência contra a mulher é um tema melindroso de tratar porque se trata de algo que ofende e fere, muitas vezes mortalmente, quem dele é vítima.
E porque ofende, no mais íntimo do seu ser e da sua auto-estima, muito poucas ainda são às vezes em que as vítimas saem num ato de denúncia contra o agressor, dirigindo-se.
às autoridades competentes para que lhe garantam a integridade física, já que a psíquica é um tema ainda mais delicado de aferir e difícil de garantir.
Tratando-se de um problema tão sensível e que, ao contrário do que muitos pensam, é transversal a todos os escalões sociais, pois dos mais pobres aos mais ricos esses comportamentos se registram, torna-se urgente definir políticas de combate a tal atitude.
Se no patamar legislativo elas são importantes, desde logo ao nível da justiça, necessitando-se de uma cada vez maior evolução e formação, também os agentes de segurança e o pessoal hospitalar - que são os primeiros, depois da vítima, a contatar com o problema - devem estar habilitados.
Também não é menos verdade que as autarquias têm um papel de grande importância a desempenhar ao nível do apoio e do acompanhamento. Apoio abrindo portas onde se atendem e em caso limite se acolhem mulheres em desespero, no tal momento e estado limite em que não agüentando mais, se vêem na necessidade de recorrer a terceiros. E depois constituindo serviços de apoio técnico, com assistentes de acompanhamento familiar, psicólogos e juristas. O mais importante é não deixar que nenhuma mulher tenha de viver sozinha o drama de ser vítima de violência.
Só a terminar volto a sublinhar o fato de muitas vezes a violência sobre as mulheres ser exercida não só ao nível físico, em que as marcas são bem visíveis, mas também ao nível psíquico e sexual. Aí tudo se agrava porque há marcas que não sendo negras são bem mais difíceis de ultrapassar.
É urgente caminhar para um estado de alerta em relação a este problema que envolva toda a sociedade e onde o Governo faça a sua obrigação a de se comprometer, a dar segurança e estabilidade aos cidadãos.
 
 



publicado por araretamaumamulher às 19:57 | link do post | comentar | favorito

Quinta-feira, 28.01.10
A organização da sociedade tem como principio a diferença biológica dos sexos que são interpretadas culturalmente, como já foi mencionado. Essa definição social dos órgãos sexuais é produto de uma construção efetuada à custa de uma série de escolhas através da acentuação de certas diferenças, ou do obscurecimento de certas semelhanças, já que a diferença sexual é comprovada visivelmente, concretizando a definição estabelecida socialmente entre sexo forte e sexo frágil.
A relação de gênero tem sido marcada por uma relação de dominação onde a mulher assume um papel de submissão ao homem. A dominação masculina tem suas origens num comportamento histórico de forças materiais e simbólicas que atuam tanto na unidade doméstica como também em unidades maiores como o Estado, a escola, a igreja e outras instituições que orientam a conduta dos indivíduos na sociedade. O homem desde criança aprende a representar a imagem de virilidade que é passada tanto pelo pai (dominador) quanto pela mãe (dominada), possibilitando que ambos reproduzam a relação de dominação.
O poder simbólico da dominação está presente também na imagem do corpo desejado. A mulher tende a se transformar buscando o padrão que é estabelecido pelo outro. A mulher, , é levada a se instituir na posição de ser-percebido, condenado a se ver através das categorias masculinas dominantes.
Contrapondo-se a dominação masculina, o movimento feminista, além de reivindicatório, também procurou estudar a relação de poder vinculada ao gênero como forma de mudar essa concepção. As pesquisas em geral consideram mais o estudo sobre a mulher e menos as relações sociais entre os sexos.
De modo geral, os estudos de gênero têm contribuído para mostrar e denunciar as injustiças sociais que muitas mulheres enfrentam no seu dia a dia. Recentes dados estatísticos divulgados pela Organização dos Direitos Humanos sobre a violência de gênero mostraram que a cada seis mulheres no mundo uma já sofreu algum tipo de violência. Estes dados alarmantes contribuíram para a realização da campanha internacional: "Está em Suas Mãos: Pare a Violência Contra as Mulheres" organizada pela Anistia Internacional com o intuito de modificar as atitudes que levam mulheres a se manterem em relações de violência. Estas fontes de interesse cientifico surgem com a intenção de questionar a imagem que a sociedade construiu ao longo dos anos sobre a mulher e sua atuação.
As pesquisas indicam que a mulher é alvo de todo tipo de violência, seja física, simbólica ou sexual que geralmente parte de parentes próximos da vítima. Quando a mulher agredida internaliza o medo através de um processo educativo repressor, inibe todo tipo de iniciativa, até mesmo a iniciativa de denunciar o agressor e buscar alternativas de mudança para a sua própria vida, sendo aprisionada em seu próprio medo.
A ruptura com o agressor leva tempo e um intenso trabalho de regaste dos valores das mulheres que foram agredidas. A conquista de independência econômica e psicológica é o passo principal para autonomia dessas mulheres.
A rede social pessoal na sociedade capitalista e industrial tem como base à família nuclear onde geralmente ocorrem as primeiras relações sociais. Conforme vão aparecendo novos vínculos com quem interagimos de maneira regular, a rede social pessoal aumenta proporcionando uma certa estrutura para o indivíduo. A rede social pessoal pode ser definida como a soma de todas as relações que um indivíduo percebe como significativas ou define como diferenciadas da massa anônima da sociedade. Na dimensão desses quadrantes apresentam-se três áreas. Estas áreas são classificadas por um círculo interno que corresponde às relações íntimas geralmente sendo familiares com contato cotidiano e amigos próximos; um círculo intermediário que são as relações pessoais com menor grau de compromisso tais como familiares intermediários, relações sociais ou profissionais com contato pessoal, porém sem intimidade; e por último um círculo externo de conhecimentos e relações ocasionais como por exemplo conhecidos do trabalho ou escola, bons vizinhos, familiares distantes, ou freqüentadores de uma mesma comunidade.
Conforme, a avaliação da rede pode ser realizada com base nas características estruturais: tamanho, composição, dispersão e densidade.Funcionais: companhia social, apoio emocional, guia cognitivo e ajuda material. Atributos do vínculo: função predominante, versatilidade, freqüência dos contatos e a história dos relacionamentos.

A rede de narrativas é o campo de histórias comuns a uma família ou a uma rede social mais ampla onde "o foco da atenção já não é o indivíduo, ou a família, ou a rede como tal, mas as histórias encaixadas no espaço virtual da conversação entre pessoas, ou seja, a narrativa" Sluzki (1997: 131). Considera que para o indivíduo se sentir parte de uma família não são levadas em conta apenas os aspectos biológicos, mas também o compartilhamento de histórias, descrições, valores e os relatos que fazem referencia aos aspectos particulares de uma determinada rede familiar.
A narrativa apresenta três elementos: os atores que são os personagens da narrativa, os roteiros, que são conversas e ações, e por último os contextos, que são cenários onde transcorrem as ações, as histórias. Estes elementos são ligados entre si e podem variar de acordo com as disposições de cada um deles.


publicado por araretamaumamulher às 10:25 | link do post | comentar | favorito

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