Sábado, 27.03.10






Desde o início dos tempos, a mulher é vista como sagrada, por ter o dom de dar à luz um novo ser humano. Hoje, apesar de a maioria das mulheres ter se distanciado da sua natureza, é comum as mulheres pagãs retomarem essa ligação, e a maternidade é um momento onde todos os sentimentos – inclusive essa ligação – ficam à flor da pele.
O ato de dar à luz ainda é considerado sagrado. Não deve ser visto como um momento de sofrimento e ansiedade. Você, que está grávida, veja seu corpo como uma dádiva da natureza. O fato de ser fértil e capaz de gerar uma vida dentro de você deve ser visto como algo maravilhoso, porque realmente é. E, por maior que seja a participação do pai da criança, a gravidez até o parto é uma transformação da mulher.
Desse ponto de vista, é chocante pensarmos em como hoje são as práticas obstetrícias: a imobilização forçada da gestante, a indução do parto, o uso de drogas que tiram a consciência da mãe, as intervenções cirúrgicas planejadas antecipadamente sem necessidade, além do tratamento frio dado à mãe e ao recém-nascido.
Existe o consenso de que só uma mulher que pariu pode compreender e apoiar o sofrimento de outra mulher. Atualmente, há o resgate da prática de doulas, ainda que não seja algo difundido comumente.
O Cristianismo transformou o ato de dar à luz em algo impuro, e que a mulher deveria sofrer pois estava pagando pelos seus pecados. O que era visto como sagrado, passou a ser visto como parâmetro para dor: “aquilo doeu mais do que a dor do parto” ou “não existe dor pior que a dor do parto” – conceitos que ficaram na mente de todas as mulheres e transformaram o momento do parto em algo temido e indesejado. O batismo servia para “purificar” aquele bebê. Dentro das crenças pagãs, sabemos como isso tudo é absurdo.
É necessário que as mulheres pagãs conheçam mais sobre a história da maternidade e reivindiquem seus direitos – resgatem rituais para reconsagrar seu corpo e sua alma.
Fundamental é ter em mente que uma concepção consciente implica sexo consciente. Não faz parte do respeito aos nossos corpos induzir uma gravidez sem que você e seu parceiro estejam de acordo. Também não é respeitoso com ele, muito menos com o seu bebê.


publicado por araretamaumamulher às 17:42 | link do post | comentar | favorito

Domingo, 31.01.10
Em depoimento pungente, a escritora portuguesa Rosa Leonor fala de sua causa pessoal. As pessoas em geral comentam com ela que sua causa é perdida e ultrapassada pois nosso mundo “civilizado” já alcançou os padrões de igualdade e liberdade. Mas a autora finca a voz e brada em nome das mulheres espancadas e violadas, traficadas e prostituídas, e sem identidade...
“Já ninguém sequer fala da minha causa com vergonha”, afirma, “ou, então, fala como se fosse uma anedota velha... uma coisa ridícula que todos querem esquecer, homens e mulheres. Especialmente as mulheres…”.
Em essência, Rosa Leonor nos conta que luta em nome do Ser Uno, o Espírito Santo, a Mãe Original, as águas matriciais, o Espírito de Luz... Focos que dizem de perto ao público do Absoluta, você sabe.

A minha causa
"A opressão sobre as mulheres ainda persiste, e por vezes são as próprias mulheres que tornam o mundo ainda mais difícil para as outras mulheres. Mas este fenômeno tende a desaparecer, à medida que essas mulheres opressoras conquistem a sua auto-estima. Do lado oposto a esta selva, nasce um dia novo e glorioso na terra, o dia em que as nossas filhas deixarão de ser julgadas pelas suas paixões ou postas de lado porque terão poder, força e amor."
in O VALOR DE UMA MULHER de MARIANNE WILLAMSON - 1993

A minha causa é uma causa milenar, a única causa que sempre foi posta fora de todas as causas e disfarçada de causa nenhuma... Passaram séculos, mudanças de regimes e ideologias, desde o escravagismo, feudalismo à democracia, mas nunca nenhum sistema pôs verdadeiramente em causa a causa das mulheres...
A minha causa é a causa perdida de que se riem hoje as pessoas “inteligentes”, pois me garantem que a minha causa não tem causa de ser por ser hoje em dia inútil e ultrapassada... e, que neste mundo “civilizado” e de consumo exacerbado, já não se justifica porque já atingimos todos os patamares de liberdade e igualdade... Já ninguém sequer fala da minha causa com vergonha ou, então, fala como se fosse uma anedota velha... uma coisa ridícula que todos querem esquecer, homens e mulheres. Especialmente as mulheres… É uma causa velha como o mundo, e até dela fazem a mais antiga profissão sem que ninguém tenha problemas de consciência pois é tão velha (e injusta) como o mundo, dizem...

Sim, a minha causa é a das Mulheres, de todas as mulheres. Das mulheres espancadas e violadas, das mulheres exploradas, traficadas e prostituídas e sem identidade! Não um feminismo serôdio, mas o Princípio Feminino que falta ao Mundo onde o Masculino é único e exacerbado em todas as sociedades e que serve, inclusivamente, à própria mulher masculinizada à força para vencer na vida; é o Feminino por excelência, o Arquétipo da Deusa, enterrada durante séculos de barbárie pela violência da espada, ou de armas mais sofisticadas, e que é preciso consciencializar (integrar) tanto por homens como por mulheres.
É o princípio não da igualdade, mas o do equilíbrio que pode superar o abismo da diferença que há entre os dois que se dividem e lutam, e cuja Consciência e Harmonia faz da Mulher e do Homem um ser único e íntegro. Talvez seja o Princípio da Androginia, ou do Ser Uno, o Espírito Santo, a Mãe Original, as águas matriciais, o Espírito de Luz, de que Platão falava antes desta História humana contada só a uma voz e que ele começou... A voz dos homens que dominam e exploram metade da Humanidade - as mulheres - desde o princípio da Barbárie, e que é a mesma que vivemos no século XXI...

Talvez a minha causa não se inclua em nenhuma “causa nossa” nem em nenhuma causa política... Porque não uso a linguagem machista, nem faço salamaleques aos donos e senhores da guerra da Mídia ou da Blogosfera... em que impera o mesmo poder, o falocrático...
Talvez a minha causa seja uma causa metafísica, imprópria para mentes modernas e mentes políticas tão "corretas" dos nossos dias que se dividem em grupos, partidos, e entre homem e mulher e dentro de si mesmos... E POR ISSO MESMO O MUNDO ESTÁ DIVIDIDO E EM GUERRA.
Um País - um governo - que se opõe à liberdade e consciência de uma mulher, que nega a capacidade de discernimento da Mulher-Mãe e a condena pelas suas leis, expondo-a aos seus juízes e padres, que a humilha e a prostitui, que a subjuga e desprestigia, que permite que sobre a mulher recaiam as situações mais degradantes e miseráveis, é um país condenado à sua queda, tal como o mundo inteiro entregue à violência masculina e à guerra. Aponta, assim, a falta do Princípio Feminino, ontológico, complementar do Princípio Masculino no mundo e, sobretudo, nos países onde a mulher é ainda quase escrava - são países fundamentalistas e fanáticos, miseráveis, tanto na África como no Iraque, no Afeganistão, na América ou na Europa...

Seja em nome de Jeová, seja de Alá... do senhor Maomé ou do senhor Cristo, são em todo o mundo as mulheres que em primeiro lugar são sempre sacrificadas!


Rosa Leonor Pedro
Escritora


publicado por araretamaumamulher às 15:03 | link do post | comentar | favorito

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