Quinta-feira, 20.05.10
É comum o questionamento acerca das razões que levam uma mulher a permanecer em uma relação violenta. Alguns estudos realizados, dentre eles o do Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), demonstram não haver uma causa única, mas sim múltiplos fatores que corroboram esta situação. É imprescindível, entretanto, a tentativa de identificação dos principais aspectos envolvidos neste processo, no intuito de compreender a dinâmica de uma relação marcada pela violência. Uma mulher pode permanecer durante anos vivenciando uma relação que lhe traz dor e sofrimento, sem nunca prestar queixa das agressões sofridas, ou mesmo, quando decide fazê-la, em alguns casos, é convencida ou até mesmo coagida a desistir de levar seu intento adiante. No que se refere a este aspecto, constatou-se que as vítimas permaneceram em média de 2 a 5 anos no relacionamento. A violência acaba sendo protegida como um segredo, em que agressor e agredida fazem um pacto de silêncio que o livra da punição. A mulher, então, passa a ser cúmplice das agressões praticadas contra si mesma. Em face de tal realidade, desenvolvem-se concepções populares de que as mulheres “gostam de apanhar”, ou ainda de que “algo fizeram para merecerem isto”. Esta idéia nega a complexidade do problema e atribui à violência um caráter individual, oriundo de aspectos específicos da personalidade feminina. Vários são os motivos pelos quais a primeira agressão sofrida, geralmente, não é denunciada: a mulher pode vivenciar um conflito, por não desejar separar se do companheiro ou, mesmo que ele seja preso, apenas pretende que cessem as agressões, procurando socorro, somente quando já está cansada de apanhar e se sente impotente. Freqüentemente, as mulheres procuram justificar as atitudes do agressor, através de argumentos como o ciúme e a proteção, que acreditam ser demonstrações de amor. Atribuem ainda a fatores externos, como o estresse, decorrente principalmente do trabalho, das dificuldades financeiras e do cansaço. Também o álcool é um motivo alegado pela grande maioria das vítimas, para explicar o comportamento agressivo de seus parceiros. O álcool estimula este tipo de comportamento dos homens, mas age apenas como um catalisador de uma vontade pré-existente, havendo, portanto, uma intenção em ferir a integridade física da mulher. Quando há o desejo de se separar do marido, esta idéia vem sempre acompanhada por sentimentos de culpa e vergonha pela situação em que vive, por medo, impotência, debilidade, além dos mitos sociais que afirmam o prazer da mulher em apanhar. Todas as mulheres, depois de tomada esta decisão, ainda enfrentavam uma situação de instabilidade ocasionada por ameaças de perder a casa, a guarda dos filhos e a realidade de sobreviver sozinha. Desta maneira, elas só tomam a decisão quando não têm mais alternativas e não suportam a dor. Ainda assim, muitas se mantêm em uma relação de dor para não verem a família destruída. Outro elemento que impede a separação entre vítima e agressor e contribui para o aumento do índice de violência é a falta de apoio social, refletido pelo escasso número de pessoas (parentes, amigos ou vizinhos) ou entidades (igreja, instituições), aos quais a mulher pode confiar o suficiente para relatar as agressões e acreditar que algo será feito para evitar sua incidência. Quando a mulher tem uma boa relação com familiares e amigos, permitindo-se contar-lhes sobre sua vida conjugal, suas casas passam a ser uma possibilidade de refúgio. No entanto, quando isto não é possível, devido à situação de isolamento provocada por seu parceiro, a única possibilidade encontrada é recorrer às casas-abrigo, que funcionam para acolher mulheres em situação de violência, mas que representam, para muitas, enfrentar um futuro desconhecido. O fator financeiro foi o mais destacado por depender economicamente do companheiro e terem medo de não conseguir sustentar a si mesmas e/ou a seus filhos; outras, por receio de perderem suas residências, como confirma o depoimento seguinte: O que me faz permanecer nesta situação é que a casa é minha. Eu trabalho para sustentar eu, filho e casa. Eu não posso sair da minha casa com minhas filhas e viver de aluguel, ou então viver na rua pra deixar a casa pra ele [...] Agora, deixar minha casa pra ele, eu não vou deixar, porque eu não tenho condições de viver de aluguel. (36 anos, 4ª série, 9 anos de convivência, casada). O caráter cíclico da violência, caracterizado através de momentos alternados de agressões e afetos, nutre uma esperança nas mulheres de que seu companheiro possa vir a se arrepender de suas atitudes e restabelecer um ambiente familiar harmônico. A gente pensa que vai mudar. Ao passar dos tempos, dos anos, a gente acha que aquele comportamento vai mudar, mas só piora; ele pensa que é nosso dono [...] (28 anos, 2º grau completo, 10 anos de convivência, separada). As relações entre homem e mulher são marcadas por uma desigualdade de poder que favoreceu o estabelecimento de um modelo de família patriarcal, na qual à mulher cabe a submissão e o não questionamento dos comportamentos masculinos. Esta atitude é também reafirmada pela idéia de sacralidade da família, tida como uma entidade inviolável, devendo ser protegida de qualquer interferência externa. Esta realidade é expressa no cotidiano, por frases do tipo “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. Nesta tentativa de preservação da imagem familiar, os filhos são tidos freqüentemente como elos de ligação da vítima a seu agressor. As mulheres persistem na relação conjugal por desejarem criar os filhos junto ao pai. O que me fez permanecer foi meu filho de oito meses. Porque meus pais têm 37 anos de casados e criaram os filhos juntos. (19 anos, 2º grau incompleto, 1 ano e 6 meses de convivência, separada). As ameaças de morte têm sido outro artifício bastante utilizados pelos homens, como meio de aprisionar suas companheiras. Eles utilizam-se do medo para impedir a desvinculação da mulher a ele, e, sobretudo, o estabelecimento de um novo relacionamento afetivo. O que me fez permanecer nesta situação foi porque gostava dele e tinha medo, pois ele me vigiava. Chegava bêbado e me ameaçava, dizendo que se eu não ficasse com ele também não ficaria com ninguém. (27 anos, 5ª série, 13 anos de convivência, separada). POSTADO POR UMA MULHER


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Quarta-feira, 19.05.10
Toda a mulher tem direito a que se respeite sua integridade psíquica e moral. Na medida em que nossa sociedade produz modelos de comportamento desiguais a serem obedecidos por homens e mulheres, ou seja, a mulher é mais valorizada quando se dedica inteiramente à família, aos filhos, ao marido, ao cuidado com a casa etc., a violência psicológica contra a mulher passa a fazer parte da própria cultura. As práticas sociais e culturais baseadas em conceitos de inferioridade e subordinação da mulher passam a ter um valor positivo. Fica claro que, nessas circunstâncias, metade da humanidade passa toda a sua vida vivendo sob uma arraigada tensão psicológica. De maneira geral, a violência psicológica está sempre presente na violência física e sexual contra a mulher, principalmente na violência doméstica ou intrafamiliar, quando o agressor é um membro da família. Neste contexto o agressor vai minando a auto-estima da mulher, anulando ou desclassificando suas emoções, desvalorizando suas realizações e ridicularizando-a em casa ou na rua. Falam-se muito em violência doméstica, murros, pontapés e coisas bem piores. Este tipo de violência é mais fácil de denunciar, uma vez que existem marcas físicas da agressão. Mas existe um outro tipo de agressão que por norma não se fala, até porque não existem provas. É a chamada agressão psicológica, que se poderá se tornar tão ou mais agressiva que a agressão física, porque destrói a pessoa por dentro deixando marcas psíquicas, paralisando-a tornando-a paranóica, doente por dentro, no que existe de mais intimo. É existe um perfil para este tipo de agressor, que gosta de atrair mulheres, bem sucedidas profissionalmente, com boa estabilidade emocional e financeira. São indivíduos quase sempre simpáticos, extrovertidos e educados, com enormes complexos de inferioridade. Daí terem como objetivo a destruição de pessoas bem sucedidas que lhe estão próximo. Começam com pequenos “conselhos”, do gênero: “Está mais gordinha! Tem de prestar atenção à sua alimentação!”. “Depois vão avançando para discretos comentários em público, que a paralisem e a façam sentir insegura, sem que os outros percebam: “Estás com mau hálito”, “Estão a gozar com você,” Ouvi comentar que está mal vestida “““… Perante isto, e com o passar do tempo à pessoa vai perdendo a auto-estima, enquanto que ele brilha cada vez mais. Aos poucos vai ganhando fama de tímida e lá se vai desculpando com o trabalho e o cansaço, recusando educadamente os convites dos seus amigos… E incrível como a vitima não consegue realmente perceber que está sendo manipulada, até que seja tarde demais. Porque a violência começa de uma forma tão sutil, tão como se fosse até um carinho, um gesto de boa vontade, e quando percebemos já caímos. Curioso é que a vítima acredita o outro é o seu único amigo e mesmo quando o abuso é insuportável, há uma tendência enorme para acreditar nas críticas e nos insultos que lhe são dirigidos. É de suma importância ter em mente que esse individuo é alguém com um enorme complexo de inferioridade, que não tem nenhuma segurança, e por isso vivi de tentar minar a auto-estima de outros, pois só assim ele se sentirá superior. Essa é a vontade de todo agressor, a de ser superior, é ele quem manda, ele que dá as cartas, ele é o senhor todo-poderoso, a quem todos devem respeito, e reverencias. Pessoas desse tipo vivem demarcando território, ele não quer mais não se interessa mais, mas o território é dele, ninguém pode se aproximar. E por isso tipos como esses cometem assassinatos, como o que aconteceu em Rondonópolis, onde um psicopata entrou em um restaurante e assassinou sua ex namorada e seu padrasto e sua mãe, justificativa do assassino (que alias se sente ofendido, quando é chamado assim: ela o estava desprezando). Homens desse tipo não conseguem viver se não estiver controlando todas as situações em volta deles. O medo tremendo que sentem em perder o controle da situação é tal ou mais do que o medo que eles nos causam. Nosso problema é que ficamos tão enredadas em suas tramas que não conseguimos ver o obvio. Em casa ele não liga, grita a toda a hora, manda-a calar, chama-lhe burra, diz-lhe que está com cara de velha e que nem vale a pena maquilar-se porque ainda fica pior… Em público, abraça-a, beija-a, elogia-a em voz alta, mas lá a vai humilhando em segredo, sempre à espera que tenha um ataque de fúria perante toda a gente que o acha o máximo, de forma a que todos concordem que endoideceu de vez, quando na verdade o doente é ele! Reconhece este quadro? Se a resposta for afirmativa, talvez esteja na altura de tomar uma atitude, mas não sem antes preparar um grande jantar de amigos, contarem umas histórias e anedotas, e lá uma vez por outra, aproxime-se dele com o sorriso mais convincente do mundo e segrede-lhe que, além de estar com um hálito de morte e um macaco na ponta do nariz, está mais mal vestido que um palhaço! Abrace-o e continue a distribuir sorrisos pelos seus convidados! Afinal, faz bem provar do próprio veneno! É tão avassalador porque é uma situação em que você fica realmente sem ter como provar o que está se passando. Não tem como as pessoas saberem que você está falando a verdade. Que a verdade é que você esta sendo psicologicamente violentada. Não existem formas materiais de se provar uma situação dessas. Vivemos isso por muitos anos, meus filhos e eu, mas parece que agora eu encontrei uma forma de dar ao malandro um pouquinho do seu remédio. Vamos ver se ele vai gostar... POSTADO POR UMA MULHER


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Quarta-feira, 12.05.10
As conseqüências das agressões sofridas no lar - se é se pode chamar assim uma casa onde há violência-requerem custos econômicos enormes, são despesas com médicos, apoio social e psicológico, abrigo, entre outros. Mas, o preço da violência ultrapassa o valor financeiro. Dinheiro não é o empecilho para que isso seja solucionado. Melhor se fosse. O custo a ser levado em consideração é o pessoal e o social do sofrimento das vítimas. Freqüentemente, a sociedade enxerga as agressões que acontecem dentro da casa do vizinho, por exemplo, como um problema localizado e, preferem não se interferir. Esse pensamento é bastante comum, já que não imaginam a ligação que há entre a violência daquela casa e a que ocorre na esquina. A agressão cometida num ambiente familiar não é menos grave, ou merece tão ou mais a atenção das pessoas. Além disso, as pessoas não costumam projetar as conseqüências da educação dada àquela criança agredida na casa do vizinho na sociedade. Pessoas que sofreram violência na infância, quando crescem, reproduzem essa atitude, tornando-se adultos violentos. A violência não é hereditária, mas sim aprendida. A família como base do desenvolvimento humano deveria ser o ponto de partida para uma criança receber orientação e amor. No entanto, diversas famílias proporcionam esse desenvolvimento moldado por agressões gratuitas ou ainda violência justificada supostamente pelo amor. A perpetuação da violência assegura e reforça as relações de poder historicamente desiguais e injustas entre os membros da família. Seja do homem sobre a mulher ou dos pais sobre os filhos. Reproduz, dessa maneira, uma atitude doente, de geração em geração, que se repete e se agrava através dos tempos. Esse comportamento está arraigado na cultura e, por conseqüência, na educação de todos; e, sem perceber, as pessoas encaram o problema como algo ‘aceitável’ e ‘comum’. É comum que não só as famílias que sofrem com a violência, mas também toda a sociedade fechem os olhos para as barbáries que estão por todos os lados gritando por socorro. As pessoas recusam-se a enfrentar tal realidade e, por conta dessa omissão - a qual pode ser chamada de cumplicidade -, permitem e até, por que não dizer, encorajam a violência. É importante ressaltar que a autoridade dos pais na família deve ser fundamentada no respeito e não nas relações de poder exercidas pelos mais fortes sobre os mais fracos. Os pais fazem uso da necessidade que os filhos têm de seus cuidados e, com esse poder, manipulam a relação. O pátrio poder em relação à criança cria uma dependência ainda mais cruel ao passo que o filho fica à espera de amor, mas os pais podem decidir por conceder ou retirar esse sentimento, ou ainda transformá-lo em algo bem perverso. Os pais são capazes de criar uma confusão imensa nos filhos quando maltratam e dizem que o fazem em nome do amor que sentem por eles. Nesse momento, as crianças chegam a relacionar a dor provocada pelos pais ao carinho que dizem sentir. A criança fica sem defesa pelo fato de tratar-se de alguém da família. Pois, se por um lado aprendeu a desconfiar de estranhos, por outro, disseram-lhe que ‘na família tudo é permitido’. O domínio sobre a criança pode ser exercido facilmente. Todos os caminhos que levam à discussão sobre como educar os filhos, num momento ou em outro, chegam à violência como ‘solução’. A punição é resultado de tolerância cultural, a sociedade já está acostumada ao castigo físico como procedimento educativo, dentro de uma estrutura de poder autoritária. Tal situação é mantida pela figura do pátrio-poder,que permanece intocável. Lamentavelmente, o que se ouve com grande freqüência é: ‘um tapinha não faz mal a ninguém’. Tal expressão não se justifica, já toda ação que causa dor física numa criança, varia desde um simples tapa até o espancamento fatal. Embora um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o mesmo: utilizar a força e o poder. Muitos pais dizem crer que uma ‘simples palmadinha’ não é violência e que pode ser um recurso eficiente. No entanto, bater não passa de uma atitude equivocada de descarregar a tensão e a raiva em alguém próximo e que não pode se defender. A mãe deixa sempre claro que o bebê que ela concebeu é ‘filho dela’ - o uso do indicativo de posse é inevitável e nem sempre traz uma conotação de orgulho e carinho. Muitas vezes, a expressão ‘o filho é meu’ carrega a intenção de mostrar a quem quer que seja que ‘faço o que quiser com ele, é meu’. Isso intimida a sociedade para que não haja interferência naquela relação de posse. A violência doméstica contra crianças assume contornos nem sempre brutais e evidentes, ou seja, nem sempre deixam marcas físicas. Muitas vezes, são constantes agressões ‘cuidadosas’ - para não marcar, atitudes que humilham, gestos de raiva, negligência e outras violências sutis que também deterioram, destroem, estraçalham, ou, no mínimo, atrapalham o desenvolvimento da criança e deixam conseqüências drásticas, não só no corpo, mas principalmente nas lembranças. POSTADO POR UMA MULHER


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Terça-feira, 13.04.10

A idéia da família como uma entidade inviolável, protegida da interferência até da Justiça, faz com que a violência se torne invisível.
A violência é protegida pelo segredo; agressor e agredida fazem um pacto de silêncio, que o livra da punição. Estabelece-se um verdadeiro ciclo, a mulher não se sente vítima, o que faz desaparecer a figura do agressor. Mas o silêncio não gera nenhuma barreira. A falta de um limite faz com que a violência se exacerbe. O homem testa seus limites de dominação. Quando a agressão não gera reação, aumenta a agressividade. O vitimizador, para conseguir dominar, para manter a submissão, exacerba na agressão.
A ferida sara, os ossos quebrados se recuperam, o sangue seca, mas a perda da autoconfiança, a visão pessimista, a depressão, essas são feridas que não curam.
Por isso, é preciso romper o pacto de silêncio, não aceitar sequer um grito, denunciar a primeira agressão. É a única forma de estancar o ciclo da violência da qual a mulher é a grande vítima.
As relações familiares, em sua grande maioria, têm origem em um elo de afetividade. Surgem de um enlaçamento amoroso. A essa realidade evidente por si só cabe questionar, afinal, por que as relações afetivas migram para a violência em números tão chocantes e surpreendentes? O mais intrigante é que nem sempre é por necessidade de sustento ou por não terem condições de prover sozinhas a própria existência que as mulheres se submetem, calam e não denunciam as agressões de que são vítimas.
O desejo do agressor é submeter à mulher à vontade própria, é dominar a vítima, daí a necessidade de controlá-la. Para isso, busca destruir sua auto-estima. As críticas constantes a fazem acreditar que tudo que faz é errado, de nada entende, não sabe se vestir nem se comportar socialmente. É induzida a acreditar que não sabe administrar a casa nem cuidar dos filhos. A alegação de não ter um bom desempenho sexual leva ao afastamento da intimidade e à ameaça de abandono.
O silêncio passa à indiferença e às reclamações, reprimendas, reprovações. Depois vêm os castigos, as punições. Os gritos transformam-se em empurrões, tapas, socos, pontapés, num crescer sem fim. As agressões não se cingem à pessoa da vítima. O varão destrói seus objetos de estimação, a envergonha em público, a humilha diante dos filhos. Sabe que eles são o seu ponto fraco e os usa como massa de manobra, ameaçando maltratá-los.
Para dominar a mulher, procura isolá-la do mundo exterior, afastando-a da família. Proíbe as amizades, denigre a imagem dos amigos. No entanto, socialmente, o agressor é agradável, encantador. Em público se mostra um belo companheiro, a não permitir que alguma referência a atitudes agressivas mereça credibilidade.
Muitas vezes impede a esposa ou companheira de trabalhar, levando-a a se afastar de pessoas junto às quais poderia buscar apoio. Subtrai a possibilidade de ela ter contato com a sanidade e buscar ajuda. O medo da solidão a faz dependente e sua segurança resta abalada. A mulher não resiste e se torna prisioneira da vontade do par, o que gera uma situação propícia a uma verdadeira lavagem cerebral, campo fértil para o surgimento do abuso psicológico.
Assim, facilmente a vítima encontra explicações, justificativas para o comportamento do parceiro. Acredita que é uma fase, que vai passar, que ele anda estressado, trabalhando muito, com pouco dinheiro. Procura agradá-lo, ser mais compreensiva, boa parceira. Para evitar problemas, afasta-se dos amigos, submete-se à vontade do agressor, só usa as roupas que ele gosta, deixa de se maquiar para não desagradá-lo. Está constantemente assustada, pois não sabe quando será a próxima explosão, e tenta não fazer nada errado. Fica insegura e, para não zangar o companheiro, começa a perguntar a ele o que e como fazer, torna-se sua dependente. Anula a si própria, seus desejos, sonhos de realização pessoal, objetivos próprios.
O vitimizador sempre atribui a culpa à mulher, tenta justificar seu descontrole na conduta dela, suas exigências constantes de dinheiro, seu desleixo para com a casa e os filhos. Alega que foi ela quem começou, pois não faz nada certo, não faz o que ele manda. Ela acaba reconhecendo que ele tem razão, que em parte a culpa é sua. Assim o perdoa. Para evitar nova agressão, recua, deixando mais espaço para a agressão.
Nesse momento a mulher vira um alvo fácil. A angústia do fracasso passa a ser seu cotidiano, questiona o que fez de errado, sem se dar conta de que para o agressor não existe nada certo. Não há como satisfazer o que nada mais é do que desejo de dominação, de mando, fruto de um comportamento controlador.
Depois... Vem o arrependimento, pedidos de perdão, choro, flores, promessas. A vítima acredita que ele vai mudar e se sente protegida, amada, querida. As cenas de ciúmes são recebidas como prova de amor, e ela fica lisonjeada.
Tudo fica bom até a próxima cobrança, ameaça grito, tapa...
Forma-se um ciclo em espiral ascendente que não tem mais limite.
O homem não odeia a mulher, ele odeia a si mesmo. Muitas vezes ele foi vítima de abuso ou agressão e tem medo, precisa ter o controle da situação para se sentir seguro. A forma de se compensar é agredir.
A sociedade protege a agressividade masculina, constrói a imagem da superioridade do homem. Afetividade e sensibilidade não são expressões da masculinidade. O homem é retratado pela virilidade. Desde o nascimento, é encorajado a ser forte, não chorar, não levar desaforo para casa, não ser “maricas”. Os homens precisam ser super-homens, não lhes é permitido ser apenas humanos.



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Quarta-feira, 07.04.10

http://araretamaumamulher.blogspot.com/2010/04/paz-sem-voz-nao-e-paz-e-medo.html
Mulheres que sofreram, apanharam dos próprios maridos. Quem são elas?
Não se sabe. Sabe-se apenas que mesmo depois da supra sugerida denúncia elas continuam com olhos fugidios, marcas das lembranças, das “cicatrizes da alma”, uma imagem em preto e branco, são as árduas memórias. Na esperança de motivar outras mulheres revivem os maus momentos e tornam-se vítimas anônimas, projetáveis a tantas outras se perde a unicidade de suas histórias, são histórias parecidas, emaranhadas e editadas ao molde do autor assim como nos retratos pintados pelo espanhol Pablo Picasso “especialmente os retratos de mulheres – (...) Jacqueline, Marie-Thérèse, Olga, Dora Maar perderam a identidade pessoal junto com seus sobrenomes; adquiriram em seu lugar as identidades que Picasso pintou para elas, quando entraram em seu universo fixo e fluido como Mulher sentada, Mulher lendo, Mulher com bola napraia, ou às vezes Retrato de Jacqueline, Retrato de Marie-Thérèse, nomes fictícios, inventados para a ocasião. (...), as mulheres de Picasso – suaves ou quebradas em pedaços irados, levemente esboçadas ou cortadas em ácido – não estão presentes por gestos de sua própria escolha” (MANGUEL, p. 206, 2001), ou seja, são maneiras artísticas utilizadas para expressar a dor alheia, elementos semióticos que a propagada se utilizará forma menos magistral e mais faceta. A superexposição de um exemplo para provocar comoção.
Como fechamento do anúncio, temos a presença de uma figura pública, uma atriz, que agora em cores vivas dará as diretrizes para sair da situação de violência. A mulher emancipada, o exemplo a ser seguido.
Mais uma vez tem-se no olho machucado a expressividade da dor e da opressão, mas desta feita envolto não apenas pela dor física, mas também as conseqüências dos outros tipos de violências contra mulher, que geram, além do hematoma e da cicatriz, a vergonha, apatia e a humilhação. Tudo aparece em forma textual e é repetidamente falado, é a violência recorrente que só terá fim se a mulher não se abater. A falta de respeito, a apatia, a humilhação, a vergonha, que junto com o medo, fazem com a mulher não procure ajuda, não apenas para denunciar, mas também para continuar lutando e não desistir de sua vida social.
Aqui não se tem o respaldo de uma figura pública e sim da entidade responsável pela aplicabilidade da Lei. Muito se fala em encorajar a mulher para a denúncia, mas pouco se diz nas propagandas, se o Estado está preparado para tirar a Lei do papel e garantir os direitos nela expressos, tais como a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher, oferecer defensoria pública ou programa oficial ou comunitário de proteção.
Ocorre que, dentre as formas de violência doméstica, encontra-se a primeira e mais fácil de evidenciar-se, a corporal. Basta um exame médico-legal para averiguar-se a existência da agressão física perpetrada pela ‘cara metade' da mulher. Isto não ocorre quando se está diante da violência psicológica. Esta se mostra difícil, tormentosa, no seu deslinde e revelação. Acredita-se que, não obstante ser de difícil comprovação deva existir uma busca incessante das provas e circunstâncias desta espécie de violência, por parte da que sofre tal abuso. A violência na psique na mulher ocorre, em essência, quando sua auto-estima é solapada pelas menores humilhações e picuinhas no universo da convivência doméstica, efemeridades estas que desembocam na conduta que a degrada, bem assim, quando é privada de agir de acordo com a sua própria vontade. Tais aspectos estão umbilicalmente ligados; de uma parte, estão às perversidades diárias por parte de quem seria, ou deveria ser o seu melhor amigo, companheiro para toda uma vida; de outra parte, estão às limitações impingidas sempre no seu cotidiano, no seu viver; ‘não faça isto', ‘não gosto disso', ‘não quero isto', ‘você está errada nisto'; daí surge aquela que, criada e ‘cultivada' em um universo machista, submete-se a estas violências sem querer admitir ser ela, a vítima, produtora do seu próprio algoz. Há uma simbiose, uma relação viciada, gerada, da parte da mulher, de ser considerada a guerreira, a que suporta tudo, em nome de uma convivência, convivência esta em muitos casos geradora de prole, e por esta prole, dizem, fazem de tudo para suportar tal estado degradante do seu ser, da sua psique. Não é tão somente por conta desta prole, é também por conta disto. Mas, é também por conta desta função que considera socialmente edificante: tentar mudar o outro para que ele saiba, lá no fundo, e venha à superfície, que se trata de uma mulher especial, que com ele está para ‘o que der e vier', ‘até que a morte os separe', ou até que um colapso nervoso ocorra. Nossas ancestrais, e aí entra o nosso amigo FREUD em campo, sempre se gabavam de que haviam agüentado todas as intempéries perpetradas por seus companheiros, maridos, até que um dia eles começaram a mudar, ‘a mudar para melhor', não mais as traíam, não mais as agrediam. Depois até de 45 anos de casados! Viu só, conseguiu-se finalmente ter aquele amigo, companheiro, para o crepúsculo da vida...
“O lugar que ela não deve ocupar, ou seja, o lugar de agressora”. E isso se deve ao fato da sua imagem estar atrelada ao cuidado, à proteção. Talvez essa seja uma das questões que torna difícil o reconhecimento das desordens que as violências geram, como restritos universos masculinos.
E para comemorar o grande feito, será ela agora a enfermeira que cuidará das doenças do corpo do pobre mortal, já que a mazela da alma suportou todas com invejável galhardia por quase uma existência inteira... Então surge a pergunta que tanto nos inquieta: que vitória é essa? A de Pirro?
A não expressividade, mesmo com todas as cicatrizes e todas as mentiras, abala ainda mais, pois percebemos a luta silenciosa de todas as vítimas de violência conjugal de não ter a quem recorrer. Com a omissão do choro a dor também pode ser expressa por detrás de um singelo sorriso.
Essa paralisia, resignação com a dor, reflete o medo de romper com o modelo imposto pela sociedade, pela igreja e pela família e, assim, viver fora das crenças e ideologias dominantes, mesmo que seja em nome de sua própria felicidade. Ao fim da hercúlea jornada, a mulher acaba descobrindo que passou pela vida e não viveu (ou viveu em função do outro, tentando mudá-lo, adaptando-se ao seu perfil, cuidando dele, respirando baixo para não incomodá-lo, etc.), foi um espectro de ser humano que se deixou esmagar pelo desamor e pelo desrespeito de seu parceiro, o qual, com essas indeléveis e silenciosas formas de violência, fez sucumbir à mulher e o amor que lhe sustentou por toda uma vida. Morreu. E não sabia.
Então, desesperadas e agredidas, num último sopro de vida, auto-estima e fé, as Marias, Beneditas, Imaculadas entre outras tantas vítimas da crueldade de seus ‘amados', buscam um ‘braço forte' que as ajudem a romper com esses grilhões, uma ‘mão amiga' que lhe mostre uma nova forma de recomeçar a vida com dignidade. 
Sejamos nós esse farol, prontos a dissipar as névoas dessas existências tão sofridas e sombrias......Oxalá possamos nós ensinar ao mundo o que mais precisamos aprender: o respeito ao próximo, à sua diversidade e, à sua liberdade de escolha.
Dificilmente o agressor deixará de agredir devido às bem intencionadas propagandas. Não se sabe o que a Lei prevê por meio das comerciais que falam diretamente às próprias vítimas. O medo deveria ser do agressor perante a Lei.
A violência doméstica contra a mulher é repudiável em qualquer instância, assim como o é o retrato da mulher na televisão, na música, os papéis lhe impostos e a continua descriminação e desconfiança em outros antros que não os cantos escuros e solitários da violência.



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Quarta-feira, 17.03.10

 A violência e as suas expressões sociais parecem ter invadido a vida e o cotidiano das pessoas.

Não podemos deixar de pensar nesse problemas, como questão social – expressando antagonismos de classe e colocando em relevo, as condições gerais de existência de parcelas significativas da população.
     Embora o desenho da violência como objeto de estudo seja recente, seu papel é importante na história e nas atividades da humanidade. Especialmente, esse tema vem ganhando corpo no Brasil, pelos acontecimentos ocorridos nos grandes centros, pelo medo social instaurado e pelo questionamento aos valores, inclusive dos estudiosos do assunto. Se antes, falava-se em Direitos Humanos referentes aos responsáveis pela violência, hoje fala-se dos Direitos das Vítimas.
     Frente a esta realidade que a todos inquieta e desafia, é hora de perguntar o que mudou? O quantitativo ou o qualitativo da violência? A violência mesma ou sua representação social? O comportamento delituoso ou as marcas político-ideológicas do sistema? Também é tempo de compreender as determinações sociais da violência, entendendo que a pobreza, em si, não leva nem conduz ao caminho inexorável da criminalidade
     Segundo Hannah Arendt, a violência objetiva a anulação da vontade do outro, mantendo a realização da dominação, faz a “distinção entre a violência vermelha, que leva à morte (relação de força) e a violência branca, que mantém a vida física e marca indelevelmente a vida social e psicológica”
     Historicamente a violência contra a mulher é uma ofensa à dignidade humana e manifestação das relações de poder desiguais, entre homens e mulheres. Constitui uma violência contra os Direitos Humanos e as liberdades fundamentais pois limita total ou parcialmente à mulher, o reconhecimento e o exercício de direitos e liberdades. Baseada no gênero, a violência contra a mulher transcende todos os setores da sociedade, ocorre independentemente de classe, raça ou grupo étnico, nível  de salário, cultura, educação, idade ou religião. Ela se dá nos lares, nos locais de trabalho, nas ruas. É física  e/ou sexual, e/ou psicológica, psicológica e/ou física, ou tudo isto junto!
     Entre os tipos de violência mais comuns, estão aquelas ocorridas dentro do espaço doméstico, as ameaças, o abandono material, o atentado violento ao pudor, o estupro. A violência contra a mulher geralmente ocorre no âmbito do privado, no isolamento do doméstico e das relações mais pessoais, gerando agressões e mascaramento de conflitos. Em muitos casos, situações reprimidas podem até vir à tona em forma de somatizações importantes, gerando doenças misteriosas e dificultando o enfrentamento do problema.
     Mulheres jovens podem tomar consciência de seu próprio problema quando percebem que este pode não ser um problema pessoal, isolado de um contexto social mais amplo, geralmente originado de condições culturais adversas e naturalizado pela prática. Esta percepção pode ajudar as pessoas e a comunidade mais ampla a se mobilizar em torno da questão da violência, sensibilizando instituições, o poder público local e a sociedade de modo geral.
     A violência contra a mulher é um fenômeno generalizado que alcança grande número de mulheres. “ Dados da ONU demonstram que a violência doméstica é a principal causa de lesões em mulheres entre 15 e 44 anos, no mundo.
     A gravidade dos problemas da violência contra a mulher, pode resultar em muitos casos, em índices absurdos de morbidade e mortalidade maternas, altos índices de gravidezes precoces, de gravidez por estupro, de abortos, etc. Isto exige posicionamentos oficiais por parte das instituições públicas, provendo serviços e orientações à grande parcela da população feminina.. Políticas de atenção à mulher podem e devem ser adotadas, contemplando amplos segmentos da população direta ou indiretamente afetados. Afinal, a mulher não é a única vítima numa família onde a violência pode representar uma forma de comunicação. È importante atender nos programas oferecidos, a própria mulher, os familiares, mas também o agressor.
     Relatório do Banco Mundial, como subsídio ao evento da ONU afirma que países que diminuem as desigualdades entre mulheres e homens, têm índices menores de corrupção, e taxas de crescimento mais altas. Importante lembrar que entre os exemplos de políticas de desenvolvimento condicionadas por questões de gênero, estão a garantia de direitos iguais, o desenho de sistemas de saúde, educação, assistência e mais – que levem em conta as condições e os interesses das mulheres.
 
  Pensar e melhorar a atenção à mulher vítima de violência, poderá contribuir para diminuir desigualdades e melhorar a condição das mulheres.
     A violência doméstica contra a mulher tem pontos importantes: quando a violência é crônica, a mulher não é a única vítima; todos os membros da família sofrem as conseqüências ... a violência tende a se cronificar porque as mulheres se sentem ambivalentes em relação a confrontar seus maridos, devido ao prejuízo sofrido na formação de sua identidade no que diz respeito à socialização do seu papel sexual. Outras razões mais objetivas podem ser: medo do empobrecimento que virá seguramente após o divórcio, perda de status e até sentimento de culpa que as mulheres referem pelos sentimentos de fracasso em relação às suas expectativas de desempenho como mãe e mulher.
    A violência como um problema social é conceito do século XX. É a partir da década de 1960, com o surgimento do movimento de mulheres que o problema passa a ser encarado como patologia social. “ Não apenas por suas preocupações quantitativas mas também pela gravidade de   suas conseqüências “ ( Azevedo, 1985:37 ).
     Atualmente a mulher não precisa mais ser anulada permanecendo dentro de um casamento frustrado/violento, pois existe uma rede de apoio preparada para recebê-la e orientá-la, tais como: casa abrigo de mulheres vítimas de violência, delegacias de defesa da mulher, ONGs especializadas na atenção à mulher, conselhos de direitos.
Na internet atualmente existe um grande numero de grupos e redes de apoio a mulher, pesquisas comprovam ser a internet o primeiro lugar onde mulheres da classe A e B, procuram ajuda, já que contam com o anonimato.  Em todas estas instancias, podemos observar o atendimento ou a busca do atendimento interdisciplinar pelo menos como uma interface do trabalho técnico profissional. Vejamos um exemplo: as casas abrigo são lugares que oferecem proteção e moradia provisória dentro de um clima residencial e com atendimento técnico para pequenos grupos de mulheres e seus filhos, sem estarem apartados da vida da comunidade e utilizando recursos sociais básicos, como escolas, centros médicos, áreas de lazer e outros. Estas moradias são projetos sociais em geral sob a responsabilidade do poder público ou com a sua supervisão. Tem na sua coordenação profissionais da área de Serviço social, psicologia ou outros profissionais da área das ciências humanas e sociais. O trabalho de atenção às mulheres, é feito de forma articulada entre profissionais de diversas áreas, destacando-se a interface do trabalho técnico  profissional. ( É obvio que ainda não existem tantas casas de apoio as mulheres com deveriam)
     Intervenções são ações profissionais com o intuito de modificar, alterar uma dada situação social. No Brasil, falamos de intervenção de maneira indistinta – tanto quando nos referimos a abordagem individual como quando nos referimos às práticas com dimensão coletiva ou ao trabalho em rede. Um exame das práticas desenvolvidas pelos assistentes sociais na área de atenção à mulher vítima de violência e desenvolvimento de políticas de atenção, mostra sempre que a gravidade das situações e o alcance coletivo dos problemas, demonstram que as situações enfrentadas uma a uma, não levam a reais conquistas efetivas, daí a necessidade de trabalhar a perspectiva interdisciplinar.

 É necessário que todas as mulheres saibam que é um crime. E é necessário poder receber apoio por parte das autoridades sociais, desde a polícia aos magistrados. ..Gostaria de dizer a todas as mulheres que vivem atualmente uma relação violenta que é possível partir e construir uma vida nova. Eu sei o que isso significa. Culpabilizamo-nos, ele tem o controle de tudo e nós estamos sempre com medo, de dia e de noite. Imagine o que é ter medo da pessoa com quem vivemos, por quem nos apaixonámos, de quem temos filhos. A pessoa mais importante da nossa vida transforma-se numa ameaça. É preciso entender que não é aceitável e partir para construir uma vida nova.
 



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Sábado, 13.03.10



Fala-se das conquistas da mulher, como se a mulher de nossos dias tivesse seus direitos reconhecidos e respeitados por toda a parte. No entanto, bem longe a realidade.
A mulher ainda vive, nos dias atuais, num clima de opressão e submissão, sendo violentada das mais variadas formas. Ainda está longe da prática a alegada igualdade de direitos entre homens e mulheres. O fenômeno é mundial, mesmo em países considerados de primeiro mundo, onde o progresso intelectual e econômico é notório, a discriminação é uma realidade. Desigualdade de salários no Japão, pensões inferiores na Inglaterra, violência física na Suécia e exploração nos trabalhos domésticos na Alemanha, especialmente das mulheres estrangeiras.
A violência contra a mulher remonta à Antigüidade, cabendo esclarecer que o termo violência é tomado em sentido amplo, para abranger todas as formas.
A história da humanidade é uma história de lutas pelo poder, pelo domínio.
A mitologia greco-romana nos oferece relatos dessas lutas em todos os níveis. Os homens disputam entre si, os deuses disputam entre si, os deuses disputam com os homens. Os mais fortes subjugam os mais fracos que devem ser servis, humildes e obedientes. As mulheres não ficam fora desse contexto. Muito são os relatos de sedução, de estupro e de violência contra a mulher. Os deuses se disfarçam e descem até os campos com o fim de seduzir as ninfas enganado-as ou estuprando-as.
O relato bíblico da perda do paraíso tem na mulher a grande vilã. Eva descumprindo ordem de Deus toma do fruto proibido, tenta Adão levando-o a comer do fruto. O resultado é de todos conhecido. O pobre homem foi vítima da astuta mulher.
A idéia de grandes pensadores do passado acerca da mulher, nada tem de lisonjeiro. Vejamos: 
Eurípedes considerava a mulher como “Vítima de irremediável inferioridade mental”.  
Pitágoras, filósofo grego que deu grande impulso à matemática dizia: “Existe o princípio bom que criou a ordem, a luz e o homem, e o princípio mau que criou o caos, a treva e a mulher”.  
Aristóteles expressava o pensamento comum da época da seguinte forma: “A mulher é mulher em virtude de uma deficiência, que devia viver fechada em sua casa e subordinada ao homem”.  
Shopenhauer, filósofo alemão, diria, muitos séculos depois: “A mulher é um animal de cabelos longos e idéias curtas”.  
Com Jesus, tem início o longo e penoso trabalho de resgatar a dignidade da mulher.  Foi o grande revolucionário judeu que deixou claro que a mulher, da mesma forma que o homem tinha uma alma e que poderia alcançar o reino dos céus.
Jesus, rompendo com os preconceitos da época, dialogava com as mulheres, a exemplo da samaritana, de Joana de Cusa, de Marta e de Maria, irmãs de Lázaro. Jesus não apoiou o apedrejamento da mulher adúltera, e aqui abrimos um parêntese para lembrar que ao lado de uma mulher adúltera existe um homem adúltero.
A prostitua de Magdala conversou com Jesus em público, numa demonstração inequívoca de que os preconceitos deveriam ser superados.
No entanto, sob a forte influência do judaísmo, com Paulo de Tarso, o cristianismo se desenvolve considerando a mulher a perdição do homem, a responsável pela perda do paraíso. Eis porque grandes filósofos ligados à Igreja tinham uma visão nada cristã da mulher, assim expressando-se: 
Tertuliano: “Mulher és a porta do diabo. Persuadiste aquele que o diabo não ousava atacar de frente. É por tua causa que o filho de Deus teve de morrer; deverias andar sempre vestida de luto e de andrajos”.  
São João Crisóstomo: “Em meio a todos os animais selvagens não se encontra nenhum mais nocivo que a mulher”.  
São Tomás de Aquino: “A mulher é um ser “ocasional” e incompleto, uma espécie de homem falhado”.  
Santo Agostinho: “A mulher é um animal que não é seguro nem estável; é odienta para tormento do marido, é cheia de maldade e é o princípio de todas as demandas e disputas, via e caminho de todas as iniqüidades”. 
Nada mais violento que as expressões desrespeitosas desses pensadores, a respaldar ações de igual teor.
Eis os arquétipos predominantes em todas as sociedades da atualidade. A mulher é a causadora de toda desonra e de todo o mal, deve, pois sofrer.
O homem se acha superior à mulher em inteligência, capaz de fazer com melhor qualidade as coisas relacionadas com as atividades intelectuais, que exigem raciocínio lógico, e que a mulher além de inferior intelectualmente deve ser submissa. É a predominância do jogo de poder do qual ainda não se liberou. Detentor de um profundo egoísmo, o homem quer ser servido e vê na mulher uma serviçal para as tarefas consideradas inferiores como cozinhar e lavar roupas, cuidar da casa e dos filhos, além de transformá-la em objeto de seus desejos e prazeres sexuais, desconsiderando os desejos, os prazeres e o bem estar dela.
Esta idéia mesquinha leva-o a pratica de toda sorte de violência contra a mulher, independente de idade, grau de instrução e condição social.
Pesquisas revelam que a violência contra a mulher ocorre em todo o mundo e em todas as camadas sociais, que vai desde a discriminação com a mulher solteira, com a virgindade, a desigualdade salarial para exercício de funções iguais, exploração sexual, até o espancamento e o homicídio. 
Inexistem dados precisos acerca da violência praticada contra a mulher no Brasil.
No entanto, pesquisas revelam que no Brasil, de cada 100 mulheres 25 sofrem violência física, das quais 90% acontecem no ambiente familiar. Vê-se, de logo, o alto índice de violência doméstica, a maioria praticada pelos maridos ou companheiros, padrastos, pais e irmãos.
Tais pesquisas ainda evidenciam que a maioria dos casos não é denunciada, havendo denúncia de apenas 1/3.
As mulheres têm medo de sofrer represálias, temem um escândalo com abalo de sua reputação no meio social, ou não sabem a quem recorrer. Insegurança, medo, indiferença das autoridades públicas e da sociedade, impunidade, dentre outros fatores, contribuem para que não haja a denúncia.
Julgo importante registrar que a mulher tem contribuído para manter essa situação, seja pela apatia com que recebe a violência ou vê violentadas outras mulheres, sem mobilização para qualquer tipo de reação e apoio, seja por aceitar sem questionar, padrões impostos pela mídia e pelo poder econômico, com vistas ao consumo, transformando-se, não raro, em objeto e símbolo sexual. A felicidade deixou de ser conseqüência de uma vida estável emocionalmente e realizada profissionalmente, com a satisfação das necessidades básicas e fundamentais de afeto, carinho, alimentação, habitação, instrução, cultura e lazer, de crescimento espiritual, enfim, de uma vida digna como ser humano, para estar na posse, no poder, na beleza e na juventude. A mensagem sub-reptícia que é passada pela mídia, é que para ser feliz, a mulher tem que consumir tais ou quais produtos, “malhar“ “x” horas por dia, usar roupas desta ou daquela grife, tomar café “magro”, enfim, tudo que lhe proporcionará posse, poder, beleza e juventude, comprando ilusão para mascarar uma realidade difícil, num processo de auto-anestesiamento.
Impõe-se despertar. A felicidade está na harmonia de uma convivência familiar e social de respeito, de solidariedade e de complemento.
Homens e mulheres são iguais em direitos, mas diferentes em funções. O homem não pode exercer a maternidade. A gestação e o parto são funções tipicamente femininas. A amamentação é função da mulher que tem organização física diferente da organização física do homem. Há, portanto, diferenças como estas que têm que ser observadas, respeitadas e tuteladas pela lei. Compreendendo estas diferenças e que elas se complementam, os sexos opostos devem viver em comunhão, num processo de doação recíproca, para que sejam felizes, e não em disputa pelo poder e pelo domínio.
Compreender esta realidade é questão de educação e de conscientização.
Lembremos que podemos tirar da caixa de Pandora a esperança, colocá-la em nossos corações para enfrentar o grande desafio de acabar com a violência sob todas as modalidades, em especial a violência contra a mulher.
O trabalho será árduo e ainda demandará tempo, mas de braços cruzados nada faremos. Organizemos-nos, portanto, e vamos à luta. 



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Quinta-feira, 11.03.10

 

Apartir de hoje estaremos falando sobre os sete pecados capitais e suas conseqüências em nossas vidas.

Pecado, do grego hamartia, é um verbo que significa errar o alvo. Isso não significa meramente um erro intelectual de juízo, mas não conseguir atingir o objetivo existencial. Os sete pecados capitais, teologicamente são advindos da perspectiva do cristianismo, ou seja, é a expressão da perda do destino ou do sentido existencial, comprometido com um processo evolutivo, na busca de realização da alma, que pode ser entendida como salvação e cura de todos os males. Com isso, ao pensarmos nos sete pecados capitais: avareza, gula, inveja, ira, luxúria, orgulho e preguiça, chegaremos à conclusão de que todos esses sete pecados desviam os indivíduos das trocas e da verdadeira felicidade.
            Os sete pecados capitais nos dão um tipo de classificação dos vícios que eram abominados na época dos primeiros ensinamentos do cristianismo e que atualmente, por conta do capitalismo avançado, estão cada vez mais presentes no cotidiano da humanidade. O intuito dos antigos cristãos era educar e proteger seus seguidores, no sentido de ajudar os crentes na compreensão e auto-controle das suas pulsões e instintos básicos. É importante ressaltar que não existe registro oficial dos sete pecados capitais na bíblia, apesar de estarem presentes na tradição oral do cristianismo. Para mim, devemos entendê-los como doenças biopsicossociais com repercussões em todos os níveis e quadrantes da vida. Neste contexto é que surgem os estudos de psicossomática e dos comportamentos sociopáticos e psicopáticos.
            Então, cada pecado representa uma tendência equivocada que um fiel poderia ter diante do medo, da angústia e das incertezas da vida. (Essa questão está bem aprofundada no meu livro: “Dinheiro, Saúde e Sagrado”). Assim como, os vícios, as dependências os abusos e as compulsões também abrangem os sete pecados, muito estudados no curso de especialização intitulado: “Dependências, Abusos e Compulsões” ministrado na FACIS.
            Como vida é expressão de trocas e relações entre as demandas instintivas, psíquicas, sociais e espirituais, somos constantemente mobilizados por necessidades, desejos e demandas de todo tipo e forma. Por outro lado carregamos uma bagagem genética, racial, familiar, cultural e transcendental que  também nos influencia provocando mais desconforto, angústia e incertezas quanto ao nosso destino e significado existencial. Com isso, heroicamente, os seres humanos precisam fazer suas jornadas caminhando entre necessidades, destinos, livre arbítrio e limitações pessoais e coletivas que, de acordo com a situação, podem desembocar em pecados ou virtudes. Pois ambos estão potencialmente presentes nas atitudes humanas. Além de serem tão relativos quanto os conceitos de bem, mal, certo e errado.

            Todas as pessoas possuem, em seus dinamismos psíquicos, tendências de atuação em todos esses sete pecados. Principalmente na atualidade onde vivemos numa sociedade que está brutalizando as dimensões anímicas e espirituais dos seres humanos. Basta observarmos o comportamento da maioria das pessoas que vão ao Shopping para comprar o que não precisam, com o dinheiro que ainda não possuem, para impressionar quem não conhecem! Essa atitude, além de estar na contra mão das questões ambientais e de auto-sustentabilidade, tem conotações de inveja, luxúria, avareza e vaidade.
            Só o autoconhecimento poderá fazer com que essas tendências sombrias fiquem menos autônomas e que as virtudes possam entrar em equilíbrio harmonioso com os pecados. Pois, no íntimo de cada ser humano tanto as virtudes quanto os pecados estão potencialmente presentes. Tudo é uma questão de consciência e autoconhecimento.

            Atualmente, o capitalismo, e sua pior prática que é a do lobismo, estimulam a avareza, a gula, não só de alimentos, mas de conhecimento, informações, acúmulo, entre outras atitudes que possam dar a ilusão do poder. Além disso, o desperdício, a luxúria do luxo e vaidade estão muito presentes também. Basta refletirmos que estamos vivendo em uma sociedade onde 30% da população mundial é subnutrida e outros 30% é obesa! Qual a lógica disso?
            A questão da vergonha e da culpa é muito pessoal e dependerá da formação ética e espiritual de cada indivíduo, do momento de vida em que ele se encontra. Então, não podemos criar uma uma classificação entre os sete pecados. Creio que eles se interpenetram e  a prática de um acaba, direta ou indiretamente, desembocando na prática dos outros. Dependendo das condições de vida, dos medos, da angústia e das dificuldades do dia a dia, a prática de um pode ficar mais facilitada do que a prática de outros pecados.
            Por meio do autoconhecimento, de contínuas reflexões sobre o sentido, o significado da vida, e a compreensão dos desejos, pulsões e atitudes que estão nos motivando é que poderemos harmonizar os pecados com as virtudes. Por isso,  o melhor modo de não sermos dominados pelos pecados é não perdermos o alvo, a meta existencial que deveria ser o sacro-ofício de servir ao invés de apenas servir-se da natureza e da vida. E como todos os seres humanos possuem tanto os pecados quanto as virtudes, devemos ter tolerância com quem está sendo possuído por eles e criar condições para despertar as virtudes, em nós e nos outros. À medida em as pessoas se tornam menos egoístas e mais amorosas, naturalmente as virtudes vão surgindo no lugar dos pecados. É isso o que Jung propõe com integração da sombra. É por essa mesma razão que Jesus, na passagem com a prostituta diz: “quem nunca errou que atire a primeira pedra”, e nem Ele atirou!
Pecados x Virtudes
  • Orgulho, Arrogância X Respeito, Modéstia, Humildade;
  • Inveja x Caridade, Honestidade;
  • Ira x Paciência, Serenidade;
  • Preguiça, Melancolia x Diligência;
  • Avareza, Ganância x Compaixão, Generosidade, Desprendimento;
  • Gula x Temperança, Moderação;
  • Luxúria x Castidade, Simplicidade, Amor
 WALDEMAR MAGALDI FILHO (wmagaldi@gmail.com)
 



publicado por araretamaumamulher às 17:44 | link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 10.03.10







Muitas famílias têm a violência como forma de estabelecerem vínculos. No ponto de vista destas famílias, não existiria outra forma de se comunicarem, e, em decorrência desta forma de comunicação, muitas vezes  nos re-contextualizarmos e ao resumirmos, nos surpreendemos com a  raiva que demonstramos ter do  nosso agressor.
Isto normalmente acontece porque todo sistema tende à um equilíbrio como forma de manter sua existência. Há uma resistência à mudança.
A mudança é ameaçadora, geradora de insegurança e desconforto, visto que o sistema funciona daquela forma a muito tempo, independentemente de ser uma mudança positiva ou não.Em nossos  discursos nos, surpreendemos falando com freqüência frases como “eu vivia bem com ele, apesar disto”(sic), ”pensando bem, ele tem o lado bom”(sic). E quando ouvimos de nós mesmos, esse tipo de frase, percebemos claramente o temor à mudança, às conseqüências que ocorreriam para este sistema que já estava organizado desta forma, que, sendo nociva ou não, era o jeito que  tínhamos de  nos organizar para viver, pois era esse o nosso  estilo de interação familiar que esta sendo ameaçado. Se  um membro de nossa família participante deste ciclo (levando-se em consideração o conceito de circularidade que a teoria sistêmica propõe) resolvesse mudar o comportamento e os outros não concordassem, a tendência é de que desistíssemos de mudar e permanecêssemos  no circulo vicioso, porque precisaria existir um compromisso de mudança do conjunto dos elementos, de todos os participantes do ciclo, e não só de uma pessoa.
Percebo claramente as resistências nas falas dos meus filhos,que me dizem em tom de voz amargurado, como era difícil pensar em qualquer mudança. Outro fato que percebo  é que não compreendem como nossas relações estão desgastadas já há bastante tempo. Eles   refletem a respeito de a quanto tempo estamos vivenciando este contexto de violência, a partir de minhas colocações.
A partir daí consigo fazer com que organizem  melhor suas idéias a respeito de suas próprias relações com a família  a ver  o quanto estas relações originavam a violência.  No meu caso , verifiquei o quanto a minha história de vida pregressa contribuiu para o surgimento da violência como forma de comunicação  na minha  família e então, com essa  descoberta feita ,foi  possível mobilizar meus  recursos internos, identificando minhas reações e sentimentos que surgiram ao longo da história e também explorar qual seria as minhas expectativa diante destas novas descobertas e diante de toda a situação.
 Entendi que não sabíamos escutar uns aos outros, eu não escutava meus filhos, e eles não me escutavam, ficávamos presos ao medo terrível de não saber a reação do agressor, sempre que entrava em casa, ou mesmo em quando isso ia acontecer, vivíamos em suspense constante, e portanto em estado de total estresse que o suspense e o medo acarreta a uma pessoa. As nossas  novas conclusões, tem feito com que nos reposicione, ou pelo menos, a que entendamos as razões de estarmos  com sentimentos confusos e contraditórios .


publicado por araretamaumamulher às 14:25 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Terça-feira, 09.03.10

 O mundo em que vivemos é um mundo de escassez, e nós só estamos nele por que algo nos falta. Temos que apredermos a nos perguntar: O que realmente está nos faltando?

Quando decidi fazer essa pergunta recebi uma resposta devastadora para mim. O que me faltava era Amor. A enorme carência e falta de adequação que sempre senti, eu havia transferido para minhas finanças. Fiz isso porque doia muito encarar o fato de que eu carêcia de amor, de me sentir amada, necessaria.
Por isso eu rarissimas vezes tive o suficiênte para sobreviver com o minimo de dignidade, com meus filhos.
Controlar ou fugir das dividas, era parte da minha vida, como o ato de se alimentar.
Mas meu ego exarcbado jamais me deixou admitir que o que eu realmente queria era amor, eu precisava me encher de amor. Como não conseguia me enchia de dividas, me enchia de comidas, me enchia de cigarros e fazia da minha vida e da vida dos meus filhos uma mentira.
"Você precisa investigar e descobrir por você mesma o que é a verdade". Essas palavras poderosas ditas por um amigo, foi meu ponto de partida.
Quando você tem coragem bastante para por em duvida e xaminar aquilo que aprendeu a aceitar como verdadeiro a sua recompensa será verdadeiramente deslumbrante. Descobrir e abraçar a verdade, encherá seus olhos de lagrimás e erradicará as falsas crenças. "A verdade vos libertará".
A verdade nos libertará dos temores habituais que o processo da vida nos impõe. A verdade iluminará a necessidade de sermos qualquer coisa além do que já somos.
Mas todos nós temos segredos, todos nós temos alguma tendência a viver com medo do julgamento. Uma voz dentro de nós nos previne que outras pessoas julgarão nossas transgressões tão duramente quanto o fazemos.
Mas essa auto-codenação possui outra face. Para fazer com que nos sintamos mais seguros de sermos julgados, procuramos defeitos nos outros primeiro. 
Toda incerteza vem do fato de que você está sob coerção do julgamento. Trazer a tona o que quer que você pense que está errado consigo mesmo é a unica maneira de dissolver a culpa e a vergonha.
Quase todos nós já pedimos amor e recebemos rejeição no lugar dele. Levamos nossa fragil auto-imagem para situações em que elas foram surradas, em que a esperança morreu e nossa pior imaginação tornou-se verdade.
O efeito da rejeição, do fracasso, da humilhação, e de outros traumas é o entorpecimento dos nossos sentimentos.
Que a luz e apaz esteja com todos até amanhã.
Ararêtama uma mulher



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