Domingo, 08.11.09
Tenho vivido num estado doentio, uma espécie d morte interior. Sinto dores pelo corpo, náuseas constantes e muitos gases. Tenho vivido numa desolação de um cinza escuro absoluto, parece que eu também quero morrer.
Estou com raiva, com raiva de Deus, da morte, do Vi, por ter morrido. Não consigo assimilar o porquê, dele não ter me ouvido. Estou com raiva de todos que aja morreram e de todos que vão morrer. Nada tem importância, eu vivo na mais profunda solidão, pensando na morte e com medo do nada. A morte é. Está é a verdade espiritual mais profunda que já conheci. E talvez eu a tenha omitido doa meu caminho. Dar a luz ao Vi não me poupou de vê-lo morto. A morte é. E Deus não me poupará da morte. Não poupará minha mãe, não poupará os meus irmãos e com certeza não poupará a Amanda e o Neto. E minha raiva e revolta a esse respeito não altera a veracidade desse fato.
Sinto um ceticismo tão grande com raramente senti. Uma profunda falta de confiança na vida. O que ame faz pensar que estou ligada a Deus?
Será que a espiritualidade não passa de ilusão ou superstição e da minha vontade de que as coisas sejam como eu quero? Sinto ondas de amarguras e duvidas sobre tudo o que vivi sobre tudo o que cri até aqui. O que é? O que é? O que estou fazendo aqui? Talvez eu nunca venha, a saber. O que me faz apensar que eu sei o que estou fazendo? Não sei. E, além disso, não preciso saber. Tudo o que posso fazer é seguir os meus instintos mais profundos, o mais profundo senso de orientação que tenho sobre o que devo fazer neste período da minha vida. Nada mais posso fazer.
Enquanto o adulto revive e libera aas mágoas da infância que deram origem á máscara, essa magoa permanecem sedimentadas na personalidade.
Uma das principais razões das nossas defesas reativas é o fato de que muitos de nós inconscientemente, ainda nos identificamos com a criança que fomos, e o outro com o adulto, cuja rejeição pode significar um desastre, mas cuja proteção é necessária para nossa sobrevivência.
Em nosso processo d crescimento pessoal, precisamos optar por encarar, sentir e liberar as magoas da nossa infância. Temos que aprende que já somo adultos e que não existe mais papai e mamãe. Como adultos, somos capazes de assimilar a mágoas da vida sem nos sentirmos aniquilados.
Se acreditarmos que sendo nós mesmos vamos ser rejeitados ou desaprovados, é exatamente isso que vai acontecer nos nosso relacionamento. Atraímos pessoas que nos desaprovam ou nos rejeitam, confirmando dessa forma nossos piores medos.
Foi isso que eu afiz durante todo o meu casamento, tinha tanto medo de ser espancada e humilhada, que atraia isso diariamente para a minha vida.
Como o comportamento da máscara não é autentico, e isso provoca uma inquietação no outro, somos rejeitados. A rejeição da máscara, no entanto em vez de nos convencer a sermos mais reais, na maioria das vezes nos faz reforçarmos a necessidade que sentimos de aperfeiçoar a máscara, para evitar apara sempre a dor e a rejeição. Dessa forma vamos criando mais falsidade e tensão no esforço intenso de atingirmos uma idealização ainda maior.
Começa ai a funcionar um circulo vicioso, não apenas nas interações com o outro, mas também em nosso intimo. Internalizamos a voz do “chefão” que exige de anos mais perfeição.
Assim nossa máscara vai criando efetivamente um sentimento muito maior de fracasso e decepção, perda de auto-estima e dolorosa rejeição do que o sentimento que foi criado para combater tudo isso.
“A necessidade de um amor protetor é valida até certo ponto para a criança, mas se for mantida na idade adulta, essa atitude deixa de ser válida. Como essa pessoa não cultiva a faculdade da responsabilidade pessoal e da independência, sua necessidade de amor e sua dependência podem efetivamente torná-la indefesa. Ela usa toda a sua força psíquica para ficar a altura do ideal de si mesma, de moda a forçar os outros a ceder ás suas necessidades. Ela cede aos outros, conseqüentemente, os outros devem ceder a ela. A impotência é a sua arma” Palestra doa Guia Patchwork n84
Foi isso que vivi por muitos e muitos anos, esse era o meu jogo. O da impotência, da dependência, usava isso como desculpa para aceitar ser espancado, ser traída, ser humilhada, passar privações.
Volto a repetir sair de uma situação como essa que vivi, não é tarefa fácil, nem rápida. Não adianta iludir a ninguém, porque o único milagre que existe, só será visto quando você estiver fora do lamaçal. Antes tudo o que você verá é lama, mesmo. Mas não tenha duvidas que vale muito a pena. Hoje não sou mais nem menos feliz do era, mais sou mais inteira, o medo meu velho companheiro foi embora de vez. A vergonha de que os outros poderiam estar pensando de mim também foi embora. Agora sou mais inteira, mais leve, mais suave, e muito infinitamente muito mais direta no que quero e onde quero chegar.
Não espero que ninguém cuide de mim, o que não significa de forma alguma que não preciso de ninguém, muito pelo contrario agora sei quando preciso, e não tenho medo de dizer. E nem de ouvir um não. Antes se eu ouvisse um não minha vida se desmoronava hoje isso não me afeta mais, não acho que alguém tem que fazer algo por mim. a sou eu que atenho que sair a campo e agir.


publicado por araretamaumamulher às 10:29 | link do post | comentar | favorito

Sábado, 17.10.09
“A doença emocional de uma pessoa significa sempre, de uma forma ou outra, que foi criado um eu - máscara. A pessoa não percebe que está vivendo uma mentira. Ela construiu uma camada de irrealidade que nada tem a ver com eu ser real; assim, ela não é fiel á sua verdadeira personalidade. Ser fiel a si mesmo não quer dizer que você deva ceder ao seu inferior, e sim que deve estar ciente dele... Por baixo das camadas do eu inferior vive o Eu Superior, a realidade última e absoluta que você algum dia alcançará.
E para alcançá-la, é preciso em primeiro lugar encarar o eu inferior, a sua realidade temporária, em vez de encobri-la, porque isso resulta em impor uma distância ainda maior entre você e a realidade absoluta, ou Eu superior. “Para encarar o Eu superior, você precisa destruir as falsas aparências do eu - máscara.” Palestra do Guia Patchwork n14
O eu - máscara é a camada exterior da personalidade, o eu com o qual nos identificamos superficialmente, a face que mostramos ao mundo. É o eu que achamos que deveríamos ser, ou que gostaríamos de ser, com base em imagens mentais idealizadas. É uma identidade forçada que reprime enormes partes da personalidade. A falsa aparência da máscara nos aparta da realidade de tudo o que somos o tempo todo.
Todos nós somos fisicamente feridos na infância; fomos vistos e amados imperfeitamente. A máscara é o eu que construímos para esconder a criança vulnerável e ferida que fomos um dia. Ao colocar um falso eu entre os outros e a nossa vulnerabilidade interior, procuramos impedir o contato próximo demais com os outros, que poderia nos expor outra vez á possibilidade de sermos feridos, como na infância. É o nosso modo de tentar controlar a vida.
Criada como reação à dor e á rejeição, a máscara se destina a tentar agradar, afastar ou controlar outras pessoas. Quando estamos no eu-máscara, nossa atenção se volta para a forma como vamos reagir aos outros, e assim cortamos a ligação com a fonte interior. O eu - máscara nos separa da energia do eu real e espontâneo, tanto negativo como positivo. Quando estamos no eu - mascara, culpamos os outros pelas nossas desgraças, em vez de assumirmos a responsabilidade pelo que sentimos. Assim a máscara produz a crença na nossa vitimização, o falso conceito de que outra pessoas é responsável pela nossa felicidade ou infelicidade.
Por baixo da máscara está o eu - inferior – a fonte de negatividade e destrutividade dentro de nós. Nossa negatividade é a verdadeira causa da nossa infelicidade. O eu inferior normalmente é inconsciente, no todo ou em parte, porque é difícil admitir a negatividade. Na infância, fizeram-nos sentir vergonha do eu inferior, e tínhamos medo de que a honestidade sobre os sentimentos negativos provocasse a rejeição por parte dos nossos pais. Dessa forma, encobrimos esses sentimentos com uma máscara que, conforme esperávamos, seria a garantia de receber amor.
A máscara tem certa semelhança com o fariseu da época de Cristo - uma exibição de falsa bondade, poder ou respeitabilidade. Cristo sentia uma atração muito melhor pelos pecadores, em quem percebia a autenticidade. As imperfeições deles não eram nem negadas nem justificadas; seus defeitos e sua dor eram muito mais visíveis e, assim seu coração era mais acessível. Cristo sabia que é preciso reconhecer o eu inferior, ou o pecador, antes de ser possível transformar seu potencial criativo. Nosso Eu - superior, nossa consciência de Cristo, também aprenderá a acolher o “pecador” interior, depois de tirar a máscara hipócrita do fariseu.
A máscara tem raízes no dilema da dualidade humana. Toda vida humana contém dor e prazer, decepção e satisfação, infelicidade e felicidade. Como bebês e crianças, éramos extremamente vulneráveis á experiência da decepção, da rejeição e da incompreensão – verdadeira ou imaginária. Procurar meios de escapar dessas dores e proteger-se contra futuras mágoas é uma reação humana instintiva.
A experiência mais dolorosa para a criança é ser rejeitada pelos pais ou ser invisível para eles. Pode ser uma rejeição especifica e dura, ou uma atitude prolongada e persistente de não amar e não ver os filhos. Também pode ser apenas um castigo, um distanciamento temporário. Pode ainda ser uma situação que, na realidade, pouco ou nada tem a ver com a criança como o divorcio, por exemplo. Mas a criança sempre se culpa pela rejeição, punição ou retraimento dos pais. Ela presume que o genitor “vai embora” devido á “maldade” dela. A criança, então, tenta desesperadamente negar ou reprimir qualquer coisa nela que pareça ter contribuído para a recusa do amor ou da preocupação dos pais.
A criança leva mais longe essa falsa concepção de que a aprovação dos pais é crucial para a sua sobrevivência. Assim, ela acaba acreditando que é mais seguro negar tudo aquilo que existe nela e que pareça provocar a rejeição e desaprovação dos pais. A criança, então assume o papel que, segundo espera, lhe trará a desejada aprovação ou, pelo menos, a invulnerabilidade. “A auto-imagem idealizada passa dessa forma a ser a pseudo-solução do problema da suposta ‘maldade”.
Nenhum adulto, e, por conseguinte nenhum pai é capaz de amor perfeito. Portanto, sempre existe um fundo de verdade no sentimento de rejeição da criança. Mas a infelicidade e a falta de segurança e auto-estima que a criança sente nunca pode ser medida objetivamente. O que uma personalidade pode agüentar muito bem na relação com os pais pode ser arrasador para outro temperamento.
A imagem é uma falsa conclusão ou generalização sobre a vida. A auto-imagem idealizada (ou mascara) é uma falsa fachada ou tentativa de mostrar um quadro genérico perfeito do que achamos que deveríamos ser. Tanto a mascara como as imagens são decorrentes da tentativa de evitar, no futuro, determinadas mágoas reais e especificas do passado. Assim os sentimentos do presente, e as pessoas e circunstancias reais do presente, são substituídas por um retrato genérico e irreal da realidade, derivado das conclusões ou generalizações baseadas no passado Quando estamos presos as imagens vivemos as idéias sobre o passado, e não a realidade do presente.


publicado por araretamaumamulher às 17:31 | link do post | comentar | ver comentários (4) | favorito

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