Quarta-feira, 24.03.10
 O perverso acredita (embora não o assuma ou admita) que, para sobreviver, é preciso usar o outro, sugá-lo, negá-lo, desrespeitá-lo, caso contrário o outro não aceitaria submeter-se a seu domínio; ele crê que não faz nada disso por mal – não era esse seu objetivo –, mas porque, caso não o fizesse, perderia o domínio da situação e se veria perdido e sem saída. Ele não assume, ou não percebe, que ‘precisa’ desta manipulação para ocultar um conflito eterno; para que ela o defenda contra a aceitação do sentimento de menos-valia que deveras sente. E é este sentimento de baixa auto-estima que o perverso buscará agravar no outro, como forma de dominá-lo.
O pavor de enfrentar a si mesmo leva-o a considerar como justificadas quaisquer ações de uso e apropriação do outro – encarando-as como uma questão de sobrevivência, como uma legítima defesa. Suas agressões não consideradas como algo ativamente contra o outro, mas como uma defesa contra ataques que o outro lhe faz. Quando na verdade esta defesa se ergue contra seus próprios fantasmas e fraquezas, que o fazem sentir o outro e sua expansão como ameaçadores. Por um lado, ele sente o outro como ameaçador; por outro, ele precisa sentir o outro como ameaçador para legitimar sua necessidade de apoiar-se nele.
É neste sentido que o perverso serve-se de uma identificação projetiva negativa, projetando no outro o que de ruim ele sente em si próprio, podendo, assim, desvalorizar e destruir o outro, como se estivesse destruindo seus próprios fantasmas, dentro de si próprio, ou controlando-os ao controlar o outro. Desta forma, ele existe através do outro em dois sentidos: por um lado, destruindo suas operação não é eficaz, precisa ser mantida, porque o que funciona é somente que sua manutenção de fato o impede de defrontar-se com seus problemas. Em outras palavras, a satisfação por ele experimentada será sempre superficial, pois dirá sempre respeito apenas a seu falso-eu. Porém, mesmo se isso é vivenciado como existencialmente insuficiente, é ao mesmo tempo pragmaticamente considerado como suficiente, uma vez que ele sente e portanto considera seu verdadeiro-eu como ruim, falho, de modo que a insatisfação sentida confirma para ele a necessidade da defesa perversa: confirma que no fundo ele é uma pessoa ruim ou fadada ao fracasso, que precisa a todo custo esconder de si e dos outros esse núcleo mau, e que portanto é legítimo e necessário apoiar-se nos outros para sobreviver, tanto psiquicamente quanto materialmente.
“Um indivíduo pode conseguir destruir o outro por um processo de contínuo e atormentador assédio”. A perversão se expressa por um assédio: o agressor, continuadamente mas sobretudo em momentos de crise, ataca moralmente os pontos fracos da vítima, que se abala pondo-se em questão de forma crescente, podendo em alguns casos chegar à depressão, ao suicídio ou à morte por doença degenerativa grave.
 As características das vítimas são, em geral, aproximadamente as mesmas: uma pessoa de perfil reparador, com força, vitalidade e vivacidade, que preza a tolerância, que crê ‘entender’ o agressor e que cobra de si mesma não se abalar tão fortemente quanto se abala com as agressões sofridas. O agressor encontra como cúmplices, também pessoas que como ele sente dentro de si um núcleo ruim, e que vêem na submissão ao agressor uma possibilidade de sustentação egóica – neste caso, o quadro toma contornos sado-masoquistas, e a vítima torna-se, em geral, agressor de terceiros. O par agressor-vítima, contudo, como no primeiro exemplo, não é exatamente um par sado-masoquista, uma vez que, embora haja um sadismo da parte do agressor, a vítima não se compraz em sofrer, isto é, não tem necessidade psíquica do sofrimento, mas sim acredita que é forte o suficiente para entender o agressor e vir a não sofrer; e uma vez constatada a reincidência de seu sofrimento, acredita que conseguirá convencer o agressor de que não é bom para ninguém que ele agrida. E se, convencido de que não terá êxito em ajudar o agressor (que a vítima entende como alguém que tem limitações psíquicas e que sofre com isso), a relação chega a uma ruptura, experimenta um grande próprias dificuldades imaginariamente (e continuamente) ao projetá-las no outro e controlando-o ou destruindo-o, pondo no outro aquilo que é recalcado de si mesmo, acusando-o daquilo que ele sente a respeito de si mesmo; e por outro, vivendo da vitalidade do outro.

Estes dois sentidos estão ligados: nem suas dificuldades findam ou se modificam nesta operação, nem a vitalidade que retira ao outro passa a ser sua. Daí o caráter infindável das agressões e injustiças: como a alívio, da retirada de um enorme peso sufocante e opressor.
O grau de masoquismo que observamos presente na vítima da relação perversa seria advindo, não propriamente, de um prazer no sofrimento, que não há, mas da percepção do sofrimento infligido como indicando um desafio a ser aceito e vencido, um obstáculo a ser superado. Quero dizer, o sofrimento infligido pelo agressor é sentido pela vítima como engrandecedor, no sentido de uma provocação a sua força. Não é o caso, portanto, de que ela goste do sofrimento, mas sim, porque sente prazer no desafio que a agressão representa. Digamos que o masoquista se veria, no sofrimento, como uma vítima, enquanto que a vítima do assédio vê-se no sofrimento, antes, como um herói chamado a um grande embate no qual suas virtudes reparadoras poderão ser postas à prova. A agressão mobiliza as forças da vítima desafiando-a a confirmá-las naquele embate, face à dificuldade de lidar com a situação e de transformá-la, certamente alimentando um desejo de transformar o outro.
O paradoxo é o de que a vítima se enreda e se torna vítima, justamente por julgar-se forte, ao menos no fundo; por julgar-se capaz de superar o sofrimento advindo da agressão injusta, e obter, ao final, a grande recompensa de sua capacidade de resiliência, persistência e habilidade sobre o outro: recompensa que é, precisamente, o amor do agressor que até então acena com este amor seduzindo- a, mas na prática a desprezando mais do que supostamente a ama. Ou ainda, a recompensa esperada pela vítima seria o reconhecimento, por parte do agressor, do amor que ele, na verdade e no fundo, sentiria pela vítima, mas não sabe, ou não consegue expressar, devido a suas dificuldades afetivas e relacionais. O jogo do agressor consiste, assim, em dar a entender que ama a vítima, mas em não declarar, não enunciar este amor, ou fazê-lo cada vez menos ao longo da relação, e sempre de maneira ambígua, ambivalente, fugidia. E em alternar entre seduzir a vítima, e, nos momentos de crise, agredi-la fortemente com palavras que tocam seus pontos fracos e a desestabilizam. As vítimas obedecem ao agressor “primeiro, para dar prazer a seu parceiro, [...] pois ele tem um ar infeliz”.
Nem que seja por medo de seu mau humor. “A submissão é aceita como necessidade de reconhecimento e parece preferível ao abandono” – reconhecimento que não virá nunca, ou se vier, virá sempre mitigado e parcial. “Como um perverso dá pouco e exige muito, uma chantagem implícita ou, pelo menos, uma dúvida torna-se possível: ‘Se eu me mostrar mais dócil, quem sabe ele poderá, enfim, me apreciar ou me amar.’ Busca sem fim, pois o outro não estará jamais satisfeito”
A vítima fica paralisada “pela recusa em ver que ela é rejeitada” ou para evitar o constrangimento e o desgaste de um conflito – pois sabe que qualquer contrariedade fará com que o agressor deflagre um conflito.
Assim, “o agressor mantém no outro uma tensão que equivale a um estado de estresse permanente”. Se isso fica explícito na relação de casal, algo análogo ocorre também em relações dentro de grupos sociais ou profissionais.
Estas situações são usuais pois este mecanismo defensivo responde à falhas arcaicas que perduram como um pano de fundo na existência do agressor, que se vê estruturalmente necessitado deste apoio sendo portanto continuamente levado a interpretar as condições ambientais como hostis e assim como exigindo que lance mão de sua defesa perversa.
Embora alguns autores associem este mecanismo defensivo a uma atitude cínica
(Eiguer , 1995), é fundamental para a compreensão da dinâmica da perversão, entendermos o quanto à justificação de seus atos, que o agressor constrói para si, se dá de modo paradoxalmente inconsciente, uma vez que ele de fato acredita em suas construções de fundo paranóico, que se põem a serviço de um sentimento (e não de uma constatação racional ou de um cálculo) de que essas defesas são absolutamente imprescindíveis para sua sobrevivência. O que lhe vem à consciência é que o outro merece seus ataques, e que ele precisa estar sob controle e sob o seu domínio, uma vez que o agressor sente de fato o outro como lhe sendo ameaçador. O que o agressor não permite que lhe venha à consciência, é que esta ameaça é uma construção sua, uma manipulação inconsciente que visa apoiar-se no narcisismo desse outro.
Seu sentimento é o de que o ambiente e os outros se mostrarão, mais cedo ou mais tarde, como enganadores, maculados, falsos, dissimulados. Tal como analisa Eiguer, “o pênis do pai seria falso; a sustentação materna seria uma impostura” (1996, p. XII), de modo que “tudo lhe pesa” (1996, p. 64). Podemos dizer que, na verdade, “o perverso tem medo de seu inconsciente”. “““ “Consternado, ele vigia, ele não tem repouso, trabalhando para erguer uma falsa imagem todo-poderosa a ser usada no mundo, uma imagem sem falhas, sem o mínimo reflexo do vazio”, que se mantém sem sexo nem amor” (EIGUER, 1996, p. 64).
uma tensão que equivale a um estado de estresse permanente”. Se isso fica explícito na relação de casal, algo análogo ocorre também em relações dentro de grupos sociais ou profissionais.
Estas situações são usuais pois este mecanismo defensivo responde à falhas arcaicas que perduram como um pano de fundo na existência do agressor, que se vê estruturalmente necessitado deste apoio sendo portanto continuamente levado a interpretar as condições ambientais como hostis e assim como exigindo que lance mão de sua defesa perversa.
Embora alguns autores associem este mecanismo defensivo a uma atitude cínica
(Eiguer , 1995), é fundamental para a compreensão da dinâmica da perversão, entendermos o quanto à justificação de seus atos, que o agressor constrói para si, se dá de modo paradoxalmente inconsciente, uma vez que ele de fato acredita em suas construções de fundo paranóico, que se põem a serviço de um sentimento (e não de uma constatação racional ou de um cálculo) de que essas defesas são absolutamente imprescindíveis para sua sobrevivência. O que lhe vem à consciência é que o outro merece seus ataques, e que ele precisa estar sob controle e sob o seu domínio, uma vez que o agressor sente de fato o outro como lhe sendo ameaçador. O que o agressor não permite que lhe venha à consciência, é que esta ameaça é uma construção sua, uma manipulação inconsciente que visa apoiar-se no narcisismo desse outro.
O perverso serve-se do outro para seus fins, e preocupa-se em fazer com que o outro se sinta culpado a fim de que a vítima não o odeie por manipulá-lo e usá-lo, e para que, isto feito, não consiga tornar-se independente.
O perverso acredita (embora não o assuma ou admita) que, para sobreviver, é preciso usar o outro, sugá-lo, negá-lo, desrespeitá-lo, caso contrário o outro não aceitaria submeter-se a seu domínio; ele crê que não faz nada disso por mal – não era esse seu objetivo –, mas porque, caso não o fizesse, perderia o domínio da situação e se veria perdido e sem saída. Ele não assume, ou não percebe, que ‘precisa’ desta manipulação para ocultar um conflito eterno; para que ela o defenda contra a aceitação do sentimento de menos-valia que deveras sente. E é este sentimento de baixa auto-estima que o perverso buscará agravar no outro, como forma de dominá-lo.
 O agressor sente que seu eu é frágil; sente também que há problemas na integração de seu eu; mas ele não vê como modificar esta situação, de modo que sua reação catastrófica, porém contínua diante desse quadro, é a de manter a todo preço e às custas do outro este contorno de seu eu, a fim de não defrontar-se com as falhas de integração de seu eu. Sente que essas falhas podem ser percebidas pelo outro e, portanto, não pode relaxar a guarda, deve manter-se atento e atacar se for preciso.
O pavor de enfrentar a si mesmo leva-o a considerar como justificadas quaisquer ações de uso e apropriação do outro – encarando-as como uma questão de sobrevivência, como uma legítima defesa. Suas agressões não consideradas como algo ativamente contra o outro, mas como uma defesa contra ataques que o outro seus próprios fantasmas e fraquezas, que o fazem sentir o outro e sua expansão como ameaçadores. Por um lado, ele sente o outro como ameaçador; por outro, ele precisa sentir o outro como ameaçador para legitimar sua necessidade de apoiar-se nele.
É neste sentido que o perverso serve-se de uma identificação projetiva negativa, projetando no outro o que de ruim ele sente em si próprio, podendo, assim, desvalorizar e destruir o outro, como se estivesse destruindo seus próprios fantasmas, dentro de si próprio, ou controlando-os ao controlar o outro. Desta forma, ele existe através do outro em dois sentidos: por um lado, destruindo suas próprias dificuldades imaginariamente (e continuamente) ao projetá-las no outro e controlando-o ou destruindo-o, pondo no outro aquilo que é recalcado de si mesmo, acusando-o daquilo que ele sente a respeito de si mesmo; e por outro, vivendo da vitalidade do outro.
Estes dois sentidos estão ligados: nem suas dificuldades findam ou se modificam nesta operação, nem a vitalidade que retira ao outro passa a ser sua. Daí o caráter infindável das agressões e injustiças: como a operação não é eficaz, precisa ser mantida, porque o que funciona é somente que sua manutenção de fato o impede de defrontar-se com seus problemas. Em outras palavras, a satisfação por ele experimentada será sempre superficial, pois dirá sempre respeito apenas a seu falso-eu. Porém, mesmo se isso é vivenciado como existencialmente insuficiente, é ao mesmo tempo pragmaticamente considerado como suficiente, uma vez que ele sente e portanto considera seu verdadeiro-eu como ruim, falho, de modo que a insatisfação sentida confirma para ele a necessidade da defesa perversa: confirma que no fundo ele é uma pessoa ruim ou fadada ao fracasso, que precisa a todo custo esconder de si e dos outros esse núcleo mau, e que portanto necessário apoiar-se nos outros para sobreviver, tanto psiquicamente quanto materialmente.






publicado por araretamaumamulher às 05:20 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Quinta-feira, 31.12.09
“Quando a mulher denuncia, ela está rompendo não só com a relação de violência, e sim com toda a sociedade. A mulher precisa acreditar que é um sujeito de poder e que através das políticas públicas pode minimizar a violência”.
“Vivemos numa sociedade patriarcal que naturaliza a dominação masculina e a violência contra a mulher. Isso é um fenômeno social milenar, desde o surgimento das primeiras polis, com a divisão social do trabalho, e depois com a consolidação do capitalismo, sistema no quais as diferenças entre homens e mulheres se tornaram desigualdades”, explicou Maria Elisa.
A sociedade está acostumada com essa formação patriarcal e machista. “O grande problema é como são construídas as relações sociais a partir das relações de gênero. Quando nasce um menino, por exemplo, dizemos ‘meu garotão’, ‘pegador’. Já com as meninas, ‘minha princesa’. Quando um filho apanha dos colegas, o pai incentiva a violência, dizendo: ‘retruca, vai lá e acaba com ele’. Com as meninas: ‘papai vai tomar alguma providência’. Quando a mulher se separa do marido, é chamada de ex-mulher. E quando briga com ele e procura as amigas elas dizem ‘ruim com ele, pior sem’ ou ‘faz uma comidinha que ele gosta que fica tudo bem’.”
Muitas mulheres sentem vergonha de denunciar a violência, primeiro por medo, depois pelo atendimento que elas recebem em delegacias comuns, onde os funcionários não estão preparados para atender esse tipo de denúncia.
Criada em agosto de 2006, a lei Maria da Penha, combate os crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, mas ainda encontra diversos entraves no Poder Judiciário e entre os agentes de segurança pública brasileiros para ser plenamente implementada.
“A Lei Maria da Penha foi fruto dos movimentos feministas para a contenção do sistema patriarcal e da cultura machista. O objetivo é a desconstrução da sociedade e mostrar para a mulher o poder de transformação”, disse a defensora pública Amanda Schaefer, que também participou do debate.
De acordo com o balanço de dois anos da Lei Maria da Penha, divulgado no começo deste ano, existem 150.532 processos referentes à lei em tramitação nos tribunais brasileiros. Cerca de 2% deles resultaram em condenação de prisão, 41,9 mil processos geraram ações penais e 19,8 mil resultaram em ações cíveis.
A maior parte das ações protocoladas na Justiça trata de pedidos de proteção. Quase 20 mil mulheres conseguiram esse direito. Em pelo menos 85% dos tribunais brasileiros já foi instalada Vara ou Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
“Para que a lei seja cumprida, é preciso que as mulheres tenham conhecimento de onde podem ser atendidas e denunciem seus agressores. Muitas não denunciam por não saber como ou por não terem o conhecimento de fato da lei", destacou a defensora pública.
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde mostram que 60% das vítimas de violência sexual no mundo são mulheres jovens. Nos EUA, a cada 6 minutos, uma mulher sofre algum tipo de violência. Na América Latina, de 30 a 60% das mulheres foram violentadas por parentes.
No Brasil, pesquisas indicam que 53 a 70% dos casos de violência, excetuando-se o assédio sexual, acontecem em casa, vindas de maridos ou parceiros.

Em 2004, a Anistia Internacional divulgou um relatório onde estimava que um bilhão de mulheres, uma em cada três do planeta, já foram estupradas, espancadas ou sofreram algum outro tipo de violência. E ainda que 20% das mulheres, ou uma em cada cinco, será vítima ou sofrerá pelo menos uma tentativa de estupro durante a sua vida.

A verdadeira tolerância e o total descaso com que são tratadas essas situações, apesar de serem cotidianas e de atingirem metade da população mundial, cerca de três bilhões de pessoas, são completos, não apenas no Brasil, mas no mundo.

O que mostra claramente que a violência contra a mulher ultrapassa os limites culturais, como muitos costumam alegar na tentativa de mascarar o problema. Ela é parte da opressão do Estado sobre as diferentes camadas de explorados.


A violência contra a mulher é parte fundamental para a manutenção desse regime de dominação e exploração. Um exemplo disso é que os EUA estão no topo da lista de violência. Não por acaso, estão também entre os países mais repressivos do mundo, em todos os sentidos: perseguição a minorias raciais, maior população carcerária do planeta, repressão aos imigrantes, à esquerda, às organizações religiosas etc., tudo isso sob a cobertura da maior democrática do planeta.

Para uma luta vitoriosa contra a violência às mulheres, é necessário entender que o fundamento da opressão da mulher é a sociedade capitalista e o Estado burguês, que oprime a todas as camadas sociais, a começar pela classe operária para garantir a exploração do homem pelo homem, alimentar a fé na propriedade privada, e em última escala, na mulher como propriedade do homem.

Nesse esquema, em escala decrescente se incluem todos os setores oprimidos, jovens, negros, mulheres, até chegar à principal vítima de todo esse sistema, que são as mulheres negras jovens. Ainda mais humilhadas e inferiorizadas, por sua condição, submetidas ao desemprego ou subemprego; a dependência econômica do marido, o controle do Estado, do casamento e da religião – que procura controlar até mesmo o seu corpo – que lucra com a prostituição e a exploração sexual.

É por tudo isso que a luta contra a opressão, contra a violência à mulher, apenas através da transformação dos hábitos culturais e da legislação parcial não será nunca capaz de reverter o problema.

É necessário entender essa luta, como uma reivindicação específica das mulheres, mas respaldada por uma realidade mais ampla, de classe. Portanto, deve estar aliada e fazer parte da luta de toda a classe trabalhadora, por um novo tipo de Estado, com um governo que expresse e seja o resultado da luta e da derrota do capitalismo e do regime burguês: o governo operário. Este é o único tipo de governo capaz de garantir a mudança real da situação da mulher na sociedade.


publicado por araretamaumamulher às 12:26 | link do post | comentar | favorito

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