Terça-feira, 11.05.10
Considero-me e aos outros responsáveis pela sua morte, e também sinto inveja e ciúme das mães com filhos vivos, ressinto-me daqueles que acho não merecedores da vida ou merecedores da morte e sinto raiva de você meu filho por ter morrido e de Deus por ter te levado. Ninguém consegue me dizer “nada de certo”, dias em que “grito para todos”. Estes sentimentos são tão estranhos só podem ser reconhecidos por via da negação. Eles são vividos como “não eu” não-possibilidades temidas que ameaçam transformar-me em uma “identidade negativa”, na pessoa que eu sempre evitei ser. Vejo como sinais da insanidade que se aproxima e se iludo a fim de escapar de meu caráter inerentemente conflitivos. Por exemplo, a fim de negar a sua morte. Tentei “escapar” por meio caminhadas, compras, ou mesmo viagens. Já que “escapar” envolve escapar de mim, dos meus auto enganos temporariamente bem sucedidos frequentemente culminam em experiências de desligamento da realidade e despersonalização. Como pode ser visto, os meus auto-enganos são bastante dolorosos; portanto, também são conflitivos. Eu, então, luto contra eles tanto quanto os gero. Sou inextricavelmente atraída para o momento e o dia da sua morte é perseguida pela imagem de seu corpo. Construí uma imagem a da cena da sua morte e empreendo uma vigília na qual espera pelo seu retorno em horas rotineiras do dia durante épocas tradicionais do ano. Repetidamente revejo a cena da sua morte e minha reação ao ser avisada a respeito dela, assim como várias cenas de nossas vidas juntos. Estas repetições são essenciais para mim; elas constituem minha luta para aceitar o fato e a finalidade da sua morte. Nunca vou compreender isto plenamente. Existe sempre uma outra situação que revela outro significado. Tenho que viver com os aspectos desconhecidos da vida, morte e do futuro prematuramente interrompido, com minhas fantasias sobre o que poderia ter sido. Vivencia esta frustração ao procurar uma razão para a morte, ingenuamente “reduzindo” o significado da vida ou da sua morte, ou persistentemente perguntando a Deus porque o filho morreu. Eu me pergunto, até onde você poderia ter ido... E, então, em uma fração de segundo, tudo aquilo que se foi.... Eu não estou furiosa com Deus, mas eu me pergunto por que você partiu... Assim mesmo... Eu sei que continuo me questionando.” Minha incapacidade em fugir do significado da sua morte resulta em incontroláveis ataques de choro que a esvaziam e esgotam e em sentimentos de fraqueza, solidão, ânsia, indiferença e incapacidade. Tristemente, entretanto, sinto me abandonada pelos outros. Eles retiram-se na crença de que a sua morte de é insuportável, é como se a dor deles, fosse maior do que a minha, vivo estas repulsas e concluo que somente outros pais enlutados podem entender-me. POSTADO POR UMA MULHER


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Segunda-feira, 10.05.10
Eu tenho uma dor dentro de mim que não consigo me livrar. É como se uma parte minha estivesse sendo dilacerada. Presa dentro desta esfera conflitante, temo que serei dilacerada por minha dor. Partes do meu corpo, especialmente meu estômago e ventre, detém meu filho. É como se eu estivesse sofrendo um ataque contra o qual só posso lutar conflitantemente; como a morte do meu mundo; como a destruição do meu passado, presente e futuro. Tentei viver o presente como se você ainda estivesse vivo, mas fui derrotada. Depois tentei viver como se sua morte não tivesse alterado de maneira irremediável a minha vida, mas também fui derrotada nesse esforço. Então agora sei que estou sendo atacada pelo meu luto e pela morte...Sou forçada a viver num mundo que não inclui a sua presença viva, nem a possibilidade dessa presença posso ter. Posso escolher entre lamentar ou não esse fato, mas não tenho escolhas quanto a viver nesse mundo sem você. Sua morte para mim, não foi somente a morte do seu corpo, ou de um ser particular, não foi muito mais, foi a morte do meu mundo constituído. O meu mundo temporal vivido dia a dia, mês a mês... As coisas triviais que você gostava, que fazia, mesmo nossas brigas e discussões, que antes eram possibilidades, agora representam as impossibilidades. Ainda não consigo olhar para um doce de leite, suspiro, fazer chá matte, fazer massagens, e tantas outras coisas porque sei que você nunca mais vai esta aqui para apreciar. Eu sinto sua falta terrivelmente... No inicio estava abrigada pelo estado de choque, atordoada com a enormidade da minha perda, incrédula de que isso realmente tivesse acontecido comigo. Nunca mais você irá participar criativamente, surpreendentemente, ou mesmo previsivelmente de um diálogo comigo. Minha angústia em confrontar rejeitar, provisoriamente aceitar o significado desta finalidade estrutura meu luto. Incorporei a sua morte como um vazio que não posso preencher. A sua inexistência é meu vazio. Você sabe, nós brincávamos o tempo todo e isto tudo simplesmente se foi. Agora, qual é o meu sentimento? O que eu sinto? É somente um vazio... Você se foi... Assim. Eu penso às vezes também, se você tivesse ficado doente, ou se nós o tivéssemos visto, você sabe, sabendo que nunca ia melhorar, eu não sei se isso teria feito alguma diferença. Eu tenho sentido frio à noite. POSTADO POR UMA MULHER

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Quinta-feira, 29.04.10
O que se passou com o Vi? Porque ele não conseguiu acreditar em outra saída senão a de ir para o caminho que ele estava trilhando? Eu sabia de sua agressividade, muitas vezes de uma freqüência assustadora, passando a ocupar territórios essenciais na idade ainda em transição e que se apresentavam em seus abalos e turbulências muitas vezes incontornáveis. Dos seus adoecimentos, sentidos e sofridos. Havia em você meu filho uma impulsividade que é própria do adolescente. Mas os conflitos estavam, presentes, e produziu seus efeitos desastrosos e devastadores, que irrompem de uma maneira traumática, irrisória, drástica, assustadora e, até mesmo, insana. Foi um movimento por demais agressivo, inconsciente, mas que apresentou força suficiente capaz de promover danos irreparáveis. A sua violência era desencontrada, contra você mesmo. Perdi as contas de quantas vezes eu fiquei a noite pensando nessa sua raiva interna, nessa violência que você trazia dentro de você. Filho você se comia em vida, roia suas unhas, comia suas sobrancelhas. Era uma violência surda, que acredito que você mesmo tinha medo do poderia acontecer. Hoje eu acredito que você estava sofrendo os embaraços da dor herdada, da violência que você presenciou durante toda a sua infância, não só presenciou como também foi vitima. Por alguma razão, você não conseguiu reverter o rumo da história recebida, daí, sofreu os efeitos devastadores dos ideais contrariados de seus ancestrais. Por alguma fragilidade psíquica você não conseguiu se dar a chance de assumir e se apropriar de sua própria história retificando a má sorte que uma equação de vida lhe impôs como algo tão maldito. Não há culpados na história. De algum modo tenho que me tornar responsável pela história que você recebeu. Foi o peso desta história recebida que te levou a não suportar viver? Uma história que se estrutura pelo viés dos efeitos de inconsciente – de uma boa ou má sorte – que ela mesma instaura. A herança simbólica que cada um de nós recebe, até mesmo antes do nascimento, com a interrupção de uma vida, cessará de ser transmitida para filhos e netos, restando, nesse vazio, nada mais que um ponto de sacrifício habitado por interrogações silenciadas. Herdamos uma vida por onde florescem todos os pecados do mundo, vale dizer, do pai, da mãe, dos nossos antepassados. Votos de vida e votos de morte. Cada um de nós terá que aprender a lidar com a sua história de uma maneira particular, a partir de um estilo de vida. Mas temos oportunidades e meios para mudar os rumos de uma má sorte. Eu desejava que você vivesse cada vez mais. Queria ter podido te dar uma boa infância, e que você pudesse ter tido a chance de participar das brincadeiras com outras crianças. que crescesse e se tornasse independente que estudasse e cursasse uma universidade, que encontrasse um caminho vitorioso na vida amorosa e profissional. Queria mais ainda, deseja, verdadeiramente, que você estivesse presente quando eu morresse que você enfrentasse e superasse as dificuldades. Mas tenho que admitir o medo, a covardia, e a mascara da vitima coitadinha, não me deixaram tomar uma atitude que pudesse ter proporcionado a você e a seus irmãos, tudo isso que qualquer criança tem como direito nato. Eu os privei de uma vida normal, os privei quando não tive atitude para mudar o rumo de nossas vidas. Eu não te perdi, eu perdi, perdi tudo. O buraco que ficou é um rombo. Você carregou algo de cada um de nós, que, por sua vez, algo de você está em mim, em sua irmã e no seu irmão, para sempre. Também nas vizinhanças, há ressonâncias dos estilhaços de perdas que promovem feridas por vezes não cicatrizáveis. A perda de um filho. Eis, aí, a dor maior que habita a alma humana. O que se passa aqui? Não somos mais os mesmos, logicamente. A sua morte provocou uma desestruturação, uma quebra dos vínculos, uma ruptura dos laços que sustentava uma então cumplicidade necessária para se viver em família. Mas alguma coisa ainda vive aqui para além do que se poderia imaginar. O tempo não curou. Não há mais lugar para a alegria, para o diálogo. Ela está pesada, pesarosa. Estamos fechados em nós mesmos. Não podemos respirar vida. Eis o problema maior. Não há lugar para a palavra, ela não circula. Você está posto, alocado em proporções distintas em cada um, de nós, fazendo parte, impedindo que a falta se coloque, que possa circular, dando a ver lugar para a fala e para a palavra. Desejos amortecidos, ninguém se autoriza desejar. Estou imersa num gozo culposo e lamentador. Caindo na ressente da dor da perda, não faço outra coisa senão ruminar dentro de mim o peso de um fracasso. Questiono-me sobre o acontecido, sobre minha parte nisso tudo. POSTADO POR UMA MULHER


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Segunda-feira, 26.04.10
Um dos maiores obstáculos para uma vida harmônica, plena, mais expressiva e significativa é o medo de perder, sobretudo medo de perder alguém, o medo de perder quem dizemos amar: cônjuge, filhos amigos, patrão, empregado, cliente... Esta emoção é a principal responsável pelo nosso sofrimento vital. O medo de perder é o medo de tornarmos dispensáveis para a pessoa com a qual estamos nos relacionando, ele se reverte de mil e uma formas, aparece sobre mil disfarces, como o medo de sermos criticados, que falem mal de nós, medo de que nos humilhem, de sermos rejeitados, de não sermos importantes, de sermos menos prezados, de não sermos amados, medo da solidão, e tudo isso pode ser designado por uma palavra : Ciúmes! O ciúme é o medo de não ter alguém, de não possuir alguém, de não ser dono de alguém. Na relação ciumenta colocamos: nós e o outro como objeto, nesta relação pessoas e objetos são a mesma coisa. No ciúme temos medo de um dia sermos considerados inúteis, dispensáveis a outra pessoa, esta é a emoção do apelo, confusa, misturada, dependente e o que agrava é que na nossa cultora aprendemos como se o ciúmes sendo amor, e ele é justamente o oposto do amor, pois na relação amorosa existe identidade, eu sou independentemente de você, na relação ciumenta, por outro lado, perde-se a identidade: eu sem você não valho nada, você é tudo para mim. O amor é solto, é livre, vem de querência intima, está diretamente ligada ao sentimento de liberdade, de opção, de escolha. O ciúme prende, amarra, condiciona, determina, com essa emoção eu já não sou eu, sou o que o outro quer que eu seja. E eu sou assim para que ele seja aquilo que eu quero que ele seja. No ciúme há um pacto de destruição mútua, cada qual, usa o outro como garantia de que não estará sozinho. Eu me abandono para que o outro não me abandone, eu me desprezo para que o outro não me despreze, eu me desrespeito para que o outro não me desrespeite, eu acabo me destruindo para que o outro não me destrua. O ciúme é o medo de ser dispensável a alguém, e o mais grave talvez esteja aqui, nós passamos a vida inteira com medo de tornarmos algo que nós já somos: TOTALMENTE DISPENSÁVEIS! O homem por definição é dispensável, transitório, efêmero, aquilo que passa, e isso é bastante real. Em todas as relações que temos somos hoje, somos substituíveis! O mundo sempre existiu antes de nós, está existindo conosco e continuará existindo sem nós. Somos necessários aqui e agora, mas seremos dispensáveis além e depois. O medo de ser dispensáveis a alguém é o mesmo medo que temos da morte, que é real, pois o medo da morte é o ciúme da vida, é a vontade irreal de sermos eternos e imutáveis. O medo de perder nos dá a entender que as coisas só valem se forem eternas, se forem permanentes e duráveis. Uma relação só tem valor se tivermos garantia de que a vida sempre será assim como é. E, como tudo é transitório, como tudo é passível de transformação, o medo de perder nos leva a um estado contínuo de sofrimento. As conseqüências do ciúme são muito claras. Se eu tenho medo de que me abandonem, de que não me amem, de me tornar dispensável, ao invés de fazer cada vez mais para que cada vez mais eu seja melhor, acabo gastando toda a minha energia para provar ao outro que eu já sou o mais, que eu já sou o melhor, que eu já sou o primeiro! Ao invés de empenhar esforços para ser um cônjuge, um filho, um amigo, um pai ou uma mãe cada vez melhor, eu gasto toda a minha energia tentando provar a eles: que eu sou o melhor cônjuge do mundo, o que é uma mentira; o melhor filho do mundo, o que é uma mentira; o melhor pai ou mãe do mundo, o que é uma mentira; o melhor amigo do mundo, o que é uma mentira; e assim por diante... O ciúme no conduz ao delírio da onipotência, os nossos atos, nossas iniciativas, a nossa conversa, o nosso comportamento, as nossas considerações, tudo isso é para mostras ao outro que já somos bons, capazes e perfeitos. Aqui está a diferença básica e fundamental entre o medo de perder e a vontade de ganhar. O medo de perder é assim... Ganhamos ninguém vai nos tomar o que já possuímos, para conservarmos o que já ganhamos... E com isso nós já chegamos ao ponto máximo, só temos que perder. À vontade de ganhar por outro lado, é assim... Estaremos sempre ativos, descobrindo oportunidades do ganho, procuraremos ganhar cada vez mais em vez de nos preocupar com possíveis perdas. O que temos de mais sagrado é a nossa própria vida esta nós já vamos perder, todas as outras perdas são secundárias. O medo de perder é reativo, defensivo, justificativo! As pessoas ciumentas estão sempre se prevenindo para não perder, sempre se preparando, sempre se conservando. As pessoas, com vontade de ganhar estão sempre optando, arriscando, o medo de perder é a vivência do futuro, é a vivência antecipada do futuro, é preocupação. À vontade de ganhar, por outro lado, é a vivência do presente, é a vivencia da beleza do presente. Em tudo, a cada momento existem riscos e existem oportunidades. No medo da perda a pessoa só vê os risco, na vontade de ganhar a pessoa também vê os risco, mas, sobretudo, vê as oportunidades. Cada momento da vida é um desafio para o crescimento. A vontade de ganhar, a qual nos referimos, não significa ganhar de outra pessoa, e sim ganharmos de nós mesmos, ser cada vez mais, estar disposto a dar um passo a frente, estar sempre disposto a crescer um pouco mais. É importante termos para nós, que hoje podemos crescer um pouco mais do que éramos ontem, que ninguém chegou ao seu limite máximo, que idade adulta não significa que chegamos ao máximo de nossas potencialidades, não existe pessoa madura, existe sim, pessoas em amadurecimento. Todo nosso crescimento se dá por uma paralisação de nosso crescimento pessoal, e cada um de os sabe muito bem onde paralisou, onde nossa energia está bloqueada, onde não está tendo expansão de nossa própria energia. Ainda, não vimos até hoje, um relacionamento se deteriorar sem a presença marcante do ciúme, do desejo de sermos donos da outra pessoa, de ter poder e controle sobre as ações e até dos pensamentos da pessoa que dizemos amar! O ciúme é a doença do amor, é um profundo desamor a si mesmo e conseqüentemente um desamor ao outro, pelo ciúme se estabelece uma relação entre dominador x dominado. O ciúme é a dor da incerteza com relação ao sentimento de alguém no futuro. É a raiva de não possuir a segurança absoluta do relacionamento no futuro, é a tristeza de não saber o que vai acontecer amanhã. Alías, o que dói no ciúme, é a insegurança do futuro, é a insegurança do desconhecido. A loucura está aí, passamos a vida inteira tentando conseguir o que jamais conseguiremos: segurança... Pois ela não existe! Ser seguro não acabar com a insegurança, mas aceita-la como inerente à natureza humana. Ninguém pode acabar com o risco do amor, por isso só é possível estar em estado de amor quando sabemos estar em um estado de risco! Desperdiçamos o único momento que temos que é o A G O R A, em função de um momento inexistente: o F U T U RO ! Parece que as pessoas só valem para nós amanhã, no futuro. Nós não curtimos o relacionamento hoje com nosso cônjuge, com os filhos, com s amigos sofrendo pela possibilidade de um dia não sermos queridos por eles. O filho, por exemplo, parece que só nos é importante amanhã, quando crescer, quando se formar, quando casar, trabalhar, etc... Até hoje, não conhecemos um pai que estivesse preocupado com o futuro do filho que estivesse brincando com eles. Em geral, não tem tempo porque estão muito ocupados em assegurar aos filhos um futuro brilhante! O ciúme é a incapacidade de vivermos a gratuidade da vida. Hoje é o primeiro dia do resto de nossa vida, querendo ou não! Hoje estamos começando, e viver é considerar cada segundo de novo, a cada dia o seu próprio cuidado, o medo daquilo que nos pode acontecer, tira nos a alegria de estar aqui e agora. O medo da morte tira a vontade de viver, o medo de perder alguém tira a beleza de estar com ela agora, alias quando se tem medo de perder alguém é porque pensamos que as pessoas são nossas, ninguém pode perder o que não tem. Cada pessoa é única e exclusivamente dela mesma, podemos perder um livro, um isqueiro, uma bolsa, porém jamais podemos perder uma pessoa. O sinônimo do medo de perder é a obsessão pelo primeiro lugar, colocamos nos ombros a tarefa impossível de sermos sempre os primeiros em todos os lugares e em todas as circunstâncias. Se for a casa, queremos ser o primeiro, se for ao trabalho, também o primeiro, num assunto específico queremos ser o primeiro, em outro assunto qualquer sempre o primeiro. O 1o lugar é amarelante, deteriorante, ao passo que o 2o lugar é esperançoso, é enverdejante, pois quando alguém chega ao cume da montanha só lhe resta um caminho a seguir: COMEÇAR A DESCER!! No 2o lugar, ainda temos para onde ir, para onde crescer, a postura do 2o lugar nos leva ao crescimento contínuo, porque você se decreta em 2o lugar mesmo que esteja eventualmente o 1o lugar perante a sociedade. O 2o lugar não em relação ao outro, mas em relação a nós próprios, ou seja, ainda teremos por onde crescer e melhorar. Você sabe por que o mar é tão grande? É porque ele teve a humildade de se colocar alguns centímetros abaixo de todos os rios do mundo, sabendo receber tornou-se grande, se quisesse ser o 1o e se colocasse alguns centímetros de todos os rios da terra, não seria o mar, mas uma ilha, toda a sua água iria para os outros, e ele estaria isolado... Além disso, a perda faz parte, a queda faz parte, a morte faz parte, é impossível viver satisfatoriamente se não aceitamos a queda, a perda, a morte o erro, precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer. Não é possível saber ganhar sem saber perder, não é possível saber andar sem saber cair, não é possível viver sem saber morrer! Em outras palavras, se temos medo de cair, andar será muito doloroso; se temos medo de morrer, a vida será muito ruim; se temos medo de perder, o ganho nos enche de preocupação!!! Esta é a figura do fracasso dentro do sucesso, pois quanto mais ganha, quanto mais melhora na vida, mais sofre. Para a pessoa que tem medo de ficar pobre quanto mais dinheiro obtém mais preocupado fica. Para a pessoa que tem medo do fracasso, quanto mais sobe na escala social, mais desgraçada é a sua vida. Agora, se você aprende a perder, a cair, a errar e a morrer, ninguém o controla mais, pois o máximo que pode acontecer a você é cair, é perder, é errar, é morrer e isso você já sabe!! POSTADO POR UMA MULHER


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Sexta-feira, 09.04.10

Existem pessoas que amam e há pessoas incapazes de amar. Pessoas amorosas não querem o sofrimento das outras pessoas, não provocam a dor nos outros e são extremamente cuidadosas com as feridas emocionais do outro. Pessoas incapazes de amar têm, em geral, uma história de vida de abandonos infantis, de maus-tratos e abusos por parte dos adultos. São pessoas com acentuado grau de inferioridade, baixa auto-estima e insensíveis ao sofrimento alheio, sendo, por isso, capazes de provocar dor naqueles a quem dizem amar. E o que nos confunde, neste caso, é que essas pessoas, apesar de lhes faltar amor no coração, gostam de estar com as outras pelo prazer que obtêm disso. Aí, achamos que elas nos amam, porque nos procuram, nos elogiam, mantêm o relacionamento sexual, beijam, dão presentes etc. No amor, você deseja a felicidade do outro, se empenha nisso, se interessa por tudo o que possa ajudá-lo a estar bem consigo mesmo.
E por que nos submetemos a pessoas cruéis? Por que a dificuldade em nos separarmos de pessoas que adquirem segurança a partir da nossa insegurança? Há dois motivos psicológicos para querermos estar com alguém: primeiramente, o amor. É bom estar com pessoas que nos fazem sentir bem, com quem sentimos prazer, alegria, felicidade. Pessoas com as quais nos sentimos “folgados” interiormente e nutridos. É bom brincar com elas. O outro motivo que nos faz apegar a alguém é o medo: da solidão, de não termos alguém, medo de perder o amor dele, do abandono, de não casarmos. É quando não toleramos a idéia da separação.
E aí, quando mais nos atemorizam, mais lutamos por elas, mais nos submetemos e mais sofremos. Dessa forma, com nossa submissão e subserviência, alimentamos o jogo do desprezo. Meu lado sadio quer terminar o relacionamento e meu lado adoecido quer permanecer em um relacionamento que jamais me levará à felicidade.
Sofrer a perda para ressuscitar depois é melhor que sofrer, sem fim, a falta de amor do outro. Às vezes, a separação é a única forma de me amar e, por conseqüência, ser feliz. Namorar, casar, estar junto, mas nunca a qualquer preço.
Tarde da noite, me pego pensativa, analisando o efeito das cicatrizes  na vida da gente, o quanto o apego ao passado pode ser pernicioso, dolorido…
Quando falo de cicatrizes, falo das emocionais, as quais podem deixar marcas muito fortes, profundas, visíveis…
O quanto do que acredito hoje é fruto das frustrações que vivi? Tenho tido dificuldade em reconhecer a mim mesma, em entender o que sinto, no que acredito, em quem acredito…
Conversando ontem com uma amiga, divagamos sobre a bagagem emocional que carregamos e o quanto esse peso tem nos tolhido de agir, tem nos aprisionado em questionamentos sufocantes, tem comprimido o peito e carregado os ombros… e o corpo fala, oh se fala…
Mas o que ele quer nos dizer exatamente? Como interpretar os “gritos de liberdade” do corpo? Como nos livramos de todo esse “peso extra”?
Já dizia meu vô Salomão querido: “Quando a cabeça está ruim, o corpo padece”
E em busca de respostas acabo esbarrando sempre em duas palavras: AMOR E FÉ.
Tenho o costume de ler livros de mensagens, de positividade, e me deparei com o seguinte texto:
“A maldade sufoca o amor. As decepções amortizam o amor. A falta de amor vira medo. O amor incondicional vira simplismo. Não devemos amar indiscriminadamente, nem evitar amar totalmente.”
E não pude concordar mais!
Quem deseja o mal, colhe mal maior…
Quem evita se fecha se enclausura e sofre…
Quem escancara, quebra a cara…
Quem tem medo, se acovarda e se engessa…
Seria possível um equilíbrio?
Nunca fui fã do radicalismo, dos 8 e do 80, tento sempre basear minhas escolhas e me nortear pelo 40, pelo meio termo, mas nossa, como é difícil achar esse equilíbrio, como é trabalhoso se desvencilhar do passado e ir deixando essa bagagem pelo caminho, como é difícil se soltar dessa couraça que vamos criando no decorrer dos anos…
Queria saber viver mais um dia de cada vez, esperar menos, me desapegar de sonhos impossíveis, de amores inviáveis, de batalhas já perdidas…
Dia-a-dia busco arregaçar as mangas em busca do OTIMISMO que insiste em se esvair, que se abala pelos acontecimentos que desestruturam, pelas perdas não esperadas, pelas surpresas que a vida nos oferece…
Volto a falar em gratuidade, em resignação e aceitação e acima de tudo em FÉ, fé no hoje e no amanhã, fé no plantar para colher, fé na vontade de ser melhor, de vencer os medos, de espantar os fantasmas e eliminar as más vibrações…
Vibremos na SINTONIA do amor, sejamos mais caridosos, perdoemos infinitamente mais e acima de qualquer coisa, evitemos JULGAR.
As cicatrizes são parte da gente e não creio ser possível eliminá-las, mas com certeza é possível aceitá-las, respeitá-las, encará-las como parte da caminhada, parte dos tropeços, e tenhamos poucas ou muitas, não importa, cada uma delas teve seu papel, basta que lancemos sobre elas um olhar de ternura e não de raiva, e uma compreensão de que é preciso dar-lhes menos peso, pois a leveza está em nossos corações…
Façamos isso e tenho certeza de que o peso extra não será assim tão pesado, pois além de tudo, nada nos é dado sem que tenhamos a capacidade de carregar, não é mesmo?

É difícil definir o tamanho de



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Segunda-feira, 05.04.10

Quem sabe, não poderíamos salvar o amor?
O que e como poderíamos pensar acerca das relações humanas construídas sobre a díade ambivalente do amor e violência?
Escrever sobre o amor é uma empreitada arriscada, assim como é vivê-lo. Tanto já se disse sobre esse sentimento ou sobre essa idéia que qualquer tentativa nos parece redundância e exagero. Mesmo assim, correr o risco é o que nos resta.
O trajeto amoroso seguiria três etapas: a primeira, a captura, quando se é capturado por uma imagem; a segunda, uma série de encontros, onde fico maravilhado por tantas coincidências em termos de “afinidades, cumplicidades e intimidades, ... sendo a cada instante do encontro, a descoberta de um outro eu-mesmo”. Entretanto, um terceiro ato se impõe, opondo-se à continuação desse tempo feliz. A continuação é o “longo desfile de sofrimentos, mágoas, angústias, aflições, ressentimentos, desesperos, embaraços e armadilhas dos quais me torno presa, vivendo então sem trégua sob a ameaça de uma decadência que atingiria ao mesmo tempo o outro, eu mesmo e o encontro prodigioso que no começo nos descobriu um ao outro”.
Quando o par constrói o enredo violento e, principalmente, quando um jogo se estabelece e um dos parceiros se vitimiza deixando ao outro, fixamente, a posição de carrasco, permitindo uma configuração estática na polaridade vítima-agressor. Que idéia de amor poderíamos construir a partir deste tipo de atração entre duas pessoas onde a ocorrência de atos grosseiros, possessivos e violentos podem acontecer? Sem a pretensão de esgotar ou mesmo responder a tal questão, lançaremos mão de algumas idéias recolhidas durante as leituras de diversos textos a fim de tornar menos nebuloso nosso caminhar.
O momento do amor que aqui procuramos entender não é mais aquele do arrebatamento, onde o amado parece ser dotado da qualidade extraordinária de corresponder exatamente ao meu desejo. Para Barthes, neste momento, o outro é, inclassificável, “é a figura de minha verdade” e sua distinção implicaria em seu conhecimento e este, na quebra de uma ilusão. Seria, a quebra das ilusões, caminho inexorável dos amores prolongados? A perda de gratificações narcísicas abririam lacunas, engendrando no terreno do amor “a discórdia, deusa da neurose universal” ?
Sobre esta última etapa, Barthes a aborda no verbete “Fazer uma cena” (p.36/37). Neste, procuramos referências para uma “compreensão” acerca da ambigüidade como condição estrutural do amor. O autor parece confirmar que a cena (“a justa entre os dois atores, o diálogo”) faz parte de um contrato velado, faz parte daquele amor e justifica-se como se fosse um gozo perverso, já que a contenda não será, absolutamente, motivo para separação, ao invés, alimento vertiginoso para o que ele chama de “nunca você, sem mim” e vice-versa (p. 36). Barthes põe-se então, através do esmiuçar de uma das últimas cenas de Werther, a traçar a dinâmica da cena. A cena é um desequilíbrio, cujo âmago -um engano-, geralmente, é um fato ou uma decisão. A idéia de que o outro provocou e, conseqüentemente, é responsável e merecedor de uma resposta agressiva; o freio impossível depois da cena desencadeada, a justificativa do amor ferido para dar início à cena violente são falas comuns nos relatos de quem vive ou viveu interações deste tipo. Para Barthes, um acordo é impossível já que o que está em jogo é inapreensível, ou seja, não há um objeto. Mas então, o que está em cena, o que está perdido? “A cena não tem um sentido.... pela insignificância lembra um vômito”. A significância, que se adquire somente após a última palavra, “é dar sentido a tudo que se disse, é dominar, possuir, dar, atribuir o sentido: no espaço da fala, aquele que vem por último ocupa um lugar soberano... pela última palavra eu vou desorganizar, ‘liquidar’ o adversário, infligir-lhe uma ferida (narcísica) mortal, vou reduzí-lo ao silêncio, castrá-lo de toda fala”. A última réplica garante todo o poder. E o amor, onde fica?
Não poderíamos deixar de trazer aqui duas construções conceituais de Freud que relacionam-se de maneira intrincada ao tema tratado: o narcisismo e o masoquismo.
Como sabemos, “Freud relaciona o estado amoroso ao narcisismo: a escolha do objeto de amor, seja ela “narcísicas” ou “por apoio”, mostra-se de qualquer maneira satisfatória, quando e somente quando, o objeto garante uma relação com o narcisismo do sujeito segundo duas modalidades: por gratificação narcísica pessoal (neste caso, Narciso é o sujeito) e por delegação narcísica (neste caso, Narciso é o outro, para Freud –a mulher)” (Kristeva, 1988: p. 42). Que posição é essa, desse sujeito, que delega ao outro o lugar de Narciso? Consideremos narcisismo sendo o amar-se a si mesmo como condição para poder amar o outro. E quando falha esse processo de narcisismo, como poderíamos pensar na construção da capacidade desse sujeito em amar? Em que medida constiuí-se aí, nesta ‘falha’, o mecanismo do masoquismo?
Pensando em termos da teoria freudiana acerca do masoquismo, este refere-se basicamente “à uma posição do sujeito em relação ao outro onde o outro é sujeito de seu desejo, ou seja uma posição de objeto à mercê do desejo do outro” (Beneti, p. 64). Segundo esclarece Colette Soler, segundo o autor acima referido, “há uma equivalência imaginária entre esse ser batido, ser espancado presente no masoquista com o ‘papel feminino’ na relação sexual”. Tudo isso numa equivalência a “ser amado” (ibid). A rápida conceituação acerca do masoquismo é suficiente para fazer surgir na memória relatos de análise onde a mulher (e também o homem, sem dúvida, em menor número) trazendo seu sofrimento em forma de discurso, diz não entender porque aceita determinada posição dentro do casamento. São anos de submissão, de ser aviltada com grosserias, acusações, humilhações, aniquilamento e mesmo assim referirem gostarem muito do marido e de certa forma, sentirem satisfação, alguma recompensa nisso tudo. A mulher, presa a ser causa do desejo do outro, fixa-se nessa posição e segundo Colette Soler, só “se é por procuração do Outro, com o endosso do Outro”. Será que é isso que se confunde com o estado amoroso, permitindo-se tantas ofensas, agressões verbais e ameaças, lágrimas, sentimentos de raiva, frustração, culpa e impotência? Do que a mulher abre mão em deixando de ser o sujeito de seu próprio desejo, alienando-se de si mesma?
Aliena-se das múltiplas possibilidades e facetas de sua feminilidade fixando-se numa posição bastante auto-destrutiva. “Até pouco tempo atrás as circunstâncias sociais separadas e desiguais” para homens e mulheres, podemos esperar que à dissolução dessas circunstâncias a sexualidade do homem se torne “problemática e compulsiva.
“O senso masculino de auto-identidade é forjado em circunstâncias em que uma orientação para a auto-suficiência está associada a uma desvantagem emocional potencialmente mutiladora” , já que essa independência está associada ao desligar-se do amor materno e de suas influências. A carência do homem -já que lhe faltaria a elaboração de uma auto-identidade que descrevesse “em detalhes a dor da privação do amor materno inicial” - pode vir a se manifestar na raiva explícita e na violência. Para as mulheres, a expressão de sua sexualidade foi ocultada até o início do século XX, o ocultamento do homem foi em relação à potência devastadora de seu trauma em relação à mãe e, conseqüentemente, seus efeitos desenvolveram-se em pelo menos duas grandes formas: suas vicissitudes nas relações com as mulheres e tendência à agressividade legitimadora de sua virilidade. Os homens não seriam capazes de atingir uma “autonomia emocional”  desenvolvendo dependências “mascaradas” em relação às mulheres, dificultando a manutenção da intimidade.
O estereótipo da mulher sendo submissa como conseqüência do peculiar desenvolvimento psicossexual feminino; o estereótipo é mais reflexo das restrições impostas para às mulheres durante tantos séculos. Como tudo na vida são ganhos e perdas, as mulheres “prepararam o caminho para uma expansão do domínio da intimidade em seu papel como revolucionárias emocionais da modernidade” e, não sendo mais “cúmplices do papel do falo”, expõem, no recente processo histórico, os “elementos traumáticos do machismo”.
O reconhecimento, por parte de ambos, dos chamados ganhos e perdas da interseção entre os processos de desenvolvimento psicossexual peculiares e os processos históricos. A análise também aponta para a possibilidade de estabelecimento nas relações amorosas, tanto hetero como homossexuais, do que ele chamou de “relacionamento puro”, um fenômeno recente que faz parte de uma “reestruturação genérica da intimidade”  e é paralelo ao desenvolvimento de uma sexualidade plástica, isto é, “uma sexualidade descentralizada, liberta das necessidades de reprodução e....da regra do falo, da importância jactanciosa da experiência sexual masculina” .
Estaria em curso, portanto, uma mudança nas formas de vínculo pessoal, entre elas o casamento. As análises de Giddens possibilitam um otimismo no que tange, individualmente, a cada um apropriar-se de seu desejo e ser tão sujeito dele quanto o outro dentro da relação amorosa, aumentando a potência erótica e diminuindo, assim, o protagonismo do princípio do poder dentro das relações.
Coletivamente, poderíamos esperar, além de uma queda nos índices de violência contra às mulheres, “um mundo em que a realização emocional substituísse a maximização do crescimento econômico tornando-se muito diferente daquele que conhecemos hoje”.
Quem sabe, não poderíamos salvar o amor?



publicado por araretamaumamulher às 14:03 | link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 10.03.10

 Porque se você leva consigo uma fantasia, de como, deveria ser o amor, vai perder a coisa real quando, ela cruzar o seu caminho. 

O amor real começa com interações cotidianas que possuem a semente da promessa, não com o êxtase total. A semente é fácil de ser ignorada, e nada nos cega mais em relação a ela do imagens mentais fixas. 
Do mesmo modo, se você for por ai num estado de ansiedade, perguntando-se se alguém vai te escolher, para amar, nunca vai se tornar atraente para quem quer que seja, pois nada mata mais o romance do que o medo. 
Mas até você decidir, a admitir para si exatamente o que quer, sentirá confusão. Até se dispor a pedir exatamente o que quer da vida, ou de qualquer situação e ou de relacionamentos com outras pessoas, você se sentirá confuso. A confusão só diminuirá quando você acreditar realmente que merece aquilo que deseja, que tem direito, de ter a experiência que deseja ter.
Devido a culpa que sentimos, todos os relacionamentos tem elementos de medo. E é por isso que mudam tanto e tão frequentemente. Eles não são baseados no amor imútavel. 
Quem você realmente é, e não uma coleção de partes, mas um todo. Ver a si mesmo como um todo é o primeiro passo para se considerar atraente. Todos nós somos tentados a catar pedaços de nós mesmos, é esse ato de auto-critica, e não as próprias peças que fazem com que você se sinta pouco atraente. Você é apenas humano, o mesmo é verdadeiro em relação a todas as pessoas que conhece. 
Levamos toda essa bagagem para nossos relacionamentos, e ai não conseguimos ver o outro e nem deixamos que ele nos veja, porque estamos na realidade vendo ideais e não o verdadeiro ser humano, estamos mostrando também  ideiais..... Só que ideiais não se sustentam no cotidiano, e ai a coisa começa a ficar feia......
Lutar para ser atraente é só outra forma de desespero que os outros veêm, por mais que você lute para disfarçar. Porém tão forte é nosso condicionamento social, que são gastos bilhões de dolares a mais em cosméticos , moda, e cirurgia plastica do que na psicoterapia, por exemplo, apesar do fato de que trabalhar suas neuroses tornar as pessoas muito mais atraentes do que uma figura elegante ou roupas na moda. 
Comparamo-nos constatemente com um ideal que nunca poderemos realizar. A voz interior sem amor ( o ego) nos impulsiona dizendo "você não é bom o bastante, bonito o bastante, magro o bastante, suficientemente feliz ou seguro.
Procuramos a aprovação nos outros, projetando assim nossa satisfação interior conosco, na esperança de que alguma autoridade externa a retirará de nossa alma.
Luz e Paz.
Ararêtama uma mulher.....



publicado por araretamaumamulher às 14:00 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Terça-feira, 09.03.10

 O mundo em que vivemos é um mundo de escassez, e nós só estamos nele por que algo nos falta. Temos que apredermos a nos perguntar: O que realmente está nos faltando?

Quando decidi fazer essa pergunta recebi uma resposta devastadora para mim. O que me faltava era Amor. A enorme carência e falta de adequação que sempre senti, eu havia transferido para minhas finanças. Fiz isso porque doia muito encarar o fato de que eu carêcia de amor, de me sentir amada, necessaria.
Por isso eu rarissimas vezes tive o suficiênte para sobreviver com o minimo de dignidade, com meus filhos.
Controlar ou fugir das dividas, era parte da minha vida, como o ato de se alimentar.
Mas meu ego exarcbado jamais me deixou admitir que o que eu realmente queria era amor, eu precisava me encher de amor. Como não conseguia me enchia de dividas, me enchia de comidas, me enchia de cigarros e fazia da minha vida e da vida dos meus filhos uma mentira.
"Você precisa investigar e descobrir por você mesma o que é a verdade". Essas palavras poderosas ditas por um amigo, foi meu ponto de partida.
Quando você tem coragem bastante para por em duvida e xaminar aquilo que aprendeu a aceitar como verdadeiro a sua recompensa será verdadeiramente deslumbrante. Descobrir e abraçar a verdade, encherá seus olhos de lagrimás e erradicará as falsas crenças. "A verdade vos libertará".
A verdade nos libertará dos temores habituais que o processo da vida nos impõe. A verdade iluminará a necessidade de sermos qualquer coisa além do que já somos.
Mas todos nós temos segredos, todos nós temos alguma tendência a viver com medo do julgamento. Uma voz dentro de nós nos previne que outras pessoas julgarão nossas transgressões tão duramente quanto o fazemos.
Mas essa auto-codenação possui outra face. Para fazer com que nos sintamos mais seguros de sermos julgados, procuramos defeitos nos outros primeiro. 
Toda incerteza vem do fato de que você está sob coerção do julgamento. Trazer a tona o que quer que você pense que está errado consigo mesmo é a unica maneira de dissolver a culpa e a vergonha.
Quase todos nós já pedimos amor e recebemos rejeição no lugar dele. Levamos nossa fragil auto-imagem para situações em que elas foram surradas, em que a esperança morreu e nossa pior imaginação tornou-se verdade.
O efeito da rejeição, do fracasso, da humilhação, e de outros traumas é o entorpecimento dos nossos sentimentos.
Que a luz e apaz esteja com todos até amanhã.
Ararêtama uma mulher



publicado por araretamaumamulher às 13:54 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Quarta-feira, 09.12.09
Muitas de nós amamos tão profundamente os nossos filhos, a nossa família, a harmonia que esquecemos de amar a nós mesmas.
Conseguimos nos colocar em ultimo lugar, para que nossos filhos possam sonhar e viver o que de mais sublime existe.
Escolhemos viver, por puro amor, como figurantes de nossas próprias vidas, porque não concebemos a vida depois de concebermos.
Colocamos toda a nossa energia, todo o nosso trabalho, todos os nossos esforços, em ultimo lugar: fora da lista, fora da existência, fora da participação, fora do palco, fora da coxia das peças que nós mesmas escrevemos.
Muitas de PURA FALTA DE OPÇÃO somos obrigadas a acordar, para A-COR-DAR á VIDA.
Muitas de nós por amor aos nossos filhos não conseguimos ver os defeitos deles... Infelizmente para muitas de nós, inclusive eu, o resultado foi DESASTROSO.
Muitas de nós oferecemos todas as frutas, todos os alimentos, todos os mimos, carinhos, prioridades, aos nossos filhos, maridos ex maridos, porque sentimos que assim deve ser, para que todos vivam as belezas e as alegrias que nós mesmas acabamos por não viver.
Muitas de nós preparamos a festa e nos contentamos em apreciar a alegria dos que dela participam, enquanto que timidamente olhamos através das frestas, FELIZES por estarmos proporcionando toda aquela alegria a quem amamos.
Distribuímos as melhores frutas para os nossos familiares, e quando muito comemos as frutas que já estão estragadas, ou parcialmente estragadas. Silenciosamente cortamos as partes podres e comemos as partes que são aproveitáveis.
Muitas de nós trabalhamos a vida inteira, dentro e fora de casa, mas nunca jogamos, ou manipulamos, ou nos pintamos e desenhamos com vitimas, mártires, para que nossos filhos NUNCA percebam o quanto nos custa manter toda a estrutura familiar. Promovemos cada pequena bobagem que nossos maridos ou pais de nossos filhos, para que eles possam sempre se encantar de um PAPAI HEROI.
Muitas de nós não percebem que esse PAPAI HEROI É UMA INVENÇÃO DAS NOSSAS CABEÇAS, talvez por querermos – de maneira inconsciente – manter os nossos próprios pais como eles eram durante as nossas infâncias.
Muitas de nós acreditam TANTO em nossos filhos, maridos, ex maridos, que quando percebemos estamos absolutamente sozinhas, e não há ninguém que sonhe os nossos sonhos conosco.
Muitas de nós quando começamos a despertar para a vida, depois de termos criado os nossos filhos, depois de vê-los bem mais velhos do que nós quando os concebemos. Vemos-nos sob o fogo cruzado, e as munições que trocam entre si, àqueles que querem que permaneçamos como sombra, são como facadas – cruéis – translúcidas de cristais de amor que se tornaram sólidos, afiados, e certeiras...
Muitas de nós tais como as flores que são regadas á conta gotas vão murchando, e empurradas para o abismo de palavras e atitudes inesperadamente cruéis e afiadas, vamos murchando enquanto pensamos que realmente somos o NADA que tentam nos IMPOR.
MULHERES E MÃES eu digo: Vamos nos responsabilizar sim, mas não caiamos nos jogos de culpa baratos e cheios de palavras recobertas de amor egoísta! Não somos o que estão tentando nos impor.
NOSSAS VIDAS FORAM LINDAS, NÓS CRIAMOS COISAS LINDAS, NOS COLOCAMOS EM ULTIMO LUGAR E PRECISAMOS APRENDER ALGUMAS POUCAS COISAS...:
Precisamos aprender a não nos submetermos ás crueldades do amor, por que o AMOR É O QUE REGE A VIDA!
Precisamos aprender a corrermos atrás dos nossos sonhos, e apesar de doer muito, e mais fácil do que pensamos.
Chegou o momento de retomarmos parte de TODO AMOR QUE NÓS DEDICAMOS AOS OUTROS e voltarmos esse mesmo amor para nós.
Vamos sonhar os nossos próprios sonhos e dar vida a eles, como um dia demos vida aos nossos filhos. E as imagens do pai herói que criamos para eles.
Não estamos sós. HÁ VARIAS MULHERES DA TERRA QUE ESTÃO A VIVFER COMO NÓS VIVEMOS.
Se para recebermos amor nós tivermos que sermos alguém que já não somos, então esse amor recebido JAMAIS vai nos preencher. Porque é um amor vazado, e um amor para alguém que não mais é nós, mas que já fomos um dia enquanto fazíamos TODO o possível para que nossos filhos crescessem seguros e felizes.
Não se sintam só, vocês não estão sós, HÁ VÁRIAS MULHERES DA TERRA QUE ESTÃO A VIVER O MESMO QUE VOCÊS!
Essa é a historia de tantas de nós mulheres.
Vamos dedicar um terço do amor que dedicamos aos outros, para nós mesmas. Vamos ter um terço do orgulho que tivemos dos nossos filhos e familiares por nós mesmas. Criemos asas e voemos, porque só assim seremos vistas e amadas, pelo que realmente somos.
Para muitas de nós, inclusive para mim, os últimos anos têm sido especialmente difíceis, mas que estes momentos sirvam para que nós possamos fazer ainda mais e sermos melhores do que já fomos até hoje.
Nós não erramos apenas nos esquecemos de colocar a nossa assinatura nos quadros que pintamos na vida. Por isso podemos enfrentar tudo o que está nos acontecendo e tudo o que está por vir.
Tudo na vida muda, só não muda a essência do nosso amor, embora ele possa e deva mudar na forma, e só assim poderemos crescer só assim os nossos filhos poderam crescerem e se tornarem melhores pessoas, melhores mães do que nós fomos.


publicado por araretamaumamulher às 06:49 | link do post | comentar | favorito

Sábado, 07.11.09
Creio que precisava desse tempo em que fiquei parada para processar tudo o que vivi o que experênciei. Nunca me sentia tão forte como agora. Capaz de enfrentar meus problemas de frente, sem fugas, sem meias verdades. capaz de encarar meus inimigos sem o menor temor.
Houve uma verdadeira metamorfose em mim, não fora, mas dentro de mim, é com se eu estivesse nascendo de dentro para fora. Outro Ser mais capaz de olhar a vida de frente, e de seguir em frente, sem necessidade da máscara de coitadinha, de vitima.
Sim eu sou uma vitima mais isso não me deixa mais incapaz de dirigir a minha vida, de continuar de aonde eu deixei de ser uma vitima para ser a responsável por tudo o que criei. Não resta duvidas que esse seja um novo começo. Um começo que me orgulho, porque agora eu tenho consciência do que estou fazendo, não estou mais a mercê do que o outro pode fazer por mim, ou do que o outro vai apensar de mim, isso não tem mais a menor importância.
Aprendi a falar o que quero, e se não conseguir ir falando até conseguir. Minha vida está mais clara, mais leve, meus relacionamentos mais baseados em verdades, do que naquela minha eterna vontade que o outro cuidasse de mim.
Com toda a certeza ainda preciso de muitas mudanças, mas agora a eu tenho consciência desse fato e isso faz toda a diferença, e como faz.
Deixei de ser definitivamente aquela pessoa boazinha, aprendi que não foi afeito para ser dito, e não me sinto mal em dizer Não, muito pelo contrario tem me feito um bem enorme. Isso está me posicionando melhor diante das situações e experiências da vida.
Estou conhecendo uma nova Fátima, e com toda a sinceridade tenho gostado muito mais dessa Fátima do que da antiga.
Deixei de viver na máscara, e de idealizar uma falsa imagem para mim, a realidade é difícil, mas é preferível a falsa imagem.
A falsa imagem é uma conclusão ou generalização sobre a vida. É uma fachada ou tentativa de mostrar um quadro genérico perfeito do que achamos que deveríamos ser. Tanto a imagem como a máscara são decorrentes da nossa tentativa d evitar, no futuro, determinadas mágoas reais e especificas do passado. Assim os sentimentos reais do presente, e as pessoas e circunstancias especificas e reais do presente, são substituídas por um retrato genérico e irreal da realidade, derivado das conclusões ou generalizações baseadas no passado. Quando estamos pesos ás imagens, vivemos a idéias sobre o passado e não a realidade do presente.
A máscara é a defesa que criamos ema reação á imagem principal ou conclusão negativa principal sobre a vida.
No meu caso a minha imagem principal era que o fato de expressar a enorme carência e vulnerabilidade que atinha me gerava uma dor intolerável. Isto me levou diretamente á máscara – que pode ser traduzida em “preciso fingir, que está tudo bem, que sou sempre forte e capaz de viver tudo isso e não me abalar diante de nada ou ainda “sou distante e independente, não preciso de ninguém, não quero alguém.”
A imagem básica que está por trás da criação de qualquer máscara é uma falsa crença: “Não sou aceitável/desejável/digna de amor do jeito como sou.” Como acreditamos que o eu natural é inaceitável, criamos uma máscara, na esperança de que ela conquiste a aceitação e o amor que há tanto tempo desejamos ou pelo ao menos que ela nos ajude a evitar a rejeição e a dor. A idéia errônea de que somos inerentemente
indignos de amor precisa ser questionada caso contrario vamos começar a sofrer de inanição emocional. Quando nossos verdadeiros sentimentos e necessidade nunca são satisfeitos podemos nunca conseguir atrair o amor e o respeito do outro, já que não conseguimos sentir amor e respeito por nós mesmos.
Diferente dos animais selvagens, nós seres humanos tendemos a estender e a perverter nossa capacidade natural de defesa. Além de tentarmos lutar contra a realidade da dor física e da inevitabilidade da morte física, também tentamos nos defender da dor emocional, dos golpes sofridos pelo ego e também pelo corpo. Em vez de reservar a reação de defesa, totalmente natural apenas para situações de autentico perigo físico, invocamos as defesas sempre que a ameaça se dirige contra nossa auto-estima. Uma observação ligeiramente critica uma acolhida fria por parte de um amigo ou até uma opinião contraria a nossa podem ativar nossas defesas e nos preparar para fugir ou lutar.
Nossa mente se tranca, as emoções se estreitam e uma quantidade excessiva de adrenalina é liberada, envenenando o nosso corpo, porque de fato não há necessidade de uma reação física dramática.
Mas quem ou o que está realmente em perigo? Nosso eu real, espiritual, jamais pode ser ameaçado, pois é imortal. Nosso bem-estar físico não é ameaçado por palavras ou opiniões, por mais hostis que sejam. A ameaça que percebemos, portanto, se dirige contra o ego, ao qual estamos tão ligados com estamos ligados ao corpo. O nosso elemento mais facilmente ameaçado é a nossa máscara, nossa frágil identidade que se assenta na idéia de quem pensamos que deveríamos ser. Alguma coisa ameaça nos deixar expostos, tornar-nos outra vez vulneráveis a magoas esquecidas e destruir a versão idealizada e instável de nós mesmos.
Quando somos mais ou menos permanentemente defensivos, devido à idéia errônea de que qualquer magoa ou frustração, qualquer critica, qualquer rejeição é um perigo contra o qual precisamos nos precaver, limitamos o alcance dos nossos sentimentos e o potencial do nosso amor e da nossa criatividade. A nossa capacidade de nos aventurarmos na vida e de nos comunicarmos com os outros, de amar e compreender, de sentir e nos expressarmos, fica seriamente prejudicada.
Sempre que estamos na defensiva, nossa meta primordial não pode ser a verdade. Quando se trata de perigos reais, esse perigo real é a verdade do momento. Mas quando se trata de perigos irreais, a verdade esta em alguma outra parte... Nesse momento torna sutilmente mais importante para nós provarmos que o outro está errado ou que não tem justificativa, e que estamos certos.
Se sondássemos nosso intimo para encontrar e eliminarmos esse muro de defesa, que erguemos, muitas de nossas tribulações poderiam ser evitadas. O fato de que nossa máscara precisa ser defendida gera um medo constante de sermos inadequados. O sentimento ou o medo da inadequação é, em si mesmo, muito mais doloroso do que a simples dor sentida quando alguém nos diz ou nos faz alguma coisa que nos magoa, ou questiona o nosso modo de ver as coisas, ou mesmo não correspondam aos nossos desejos.
Falo isso porque eu por mais de quarenta anos vivi esse padrão autodestrutivo.
Solte-se e aceite tudo o que venha a você. Encare o que vem tranquilamente, tendo como objetivo principal não se afastar, mas sem procurar e encontrar a verdade.


publicado por araretamaumamulher às 14:44 | link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito

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