Terça-feira, 13.04.10

A idéia da família como uma entidade inviolável, protegida da interferência até da Justiça, faz com que a violência se torne invisível.
A violência é protegida pelo segredo; agressor e agredida fazem um pacto de silêncio, que o livra da punição. Estabelece-se um verdadeiro ciclo, a mulher não se sente vítima, o que faz desaparecer a figura do agressor. Mas o silêncio não gera nenhuma barreira. A falta de um limite faz com que a violência se exacerbe. O homem testa seus limites de dominação. Quando a agressão não gera reação, aumenta a agressividade. O vitimizador, para conseguir dominar, para manter a submissão, exacerba na agressão.
A ferida sara, os ossos quebrados se recuperam, o sangue seca, mas a perda da autoconfiança, a visão pessimista, a depressão, essas são feridas que não curam.
Por isso, é preciso romper o pacto de silêncio, não aceitar sequer um grito, denunciar a primeira agressão. É a única forma de estancar o ciclo da violência da qual a mulher é a grande vítima.
As relações familiares, em sua grande maioria, têm origem em um elo de afetividade. Surgem de um enlaçamento amoroso. A essa realidade evidente por si só cabe questionar, afinal, por que as relações afetivas migram para a violência em números tão chocantes e surpreendentes? O mais intrigante é que nem sempre é por necessidade de sustento ou por não terem condições de prover sozinhas a própria existência que as mulheres se submetem, calam e não denunciam as agressões de que são vítimas.
O desejo do agressor é submeter à mulher à vontade própria, é dominar a vítima, daí a necessidade de controlá-la. Para isso, busca destruir sua auto-estima. As críticas constantes a fazem acreditar que tudo que faz é errado, de nada entende, não sabe se vestir nem se comportar socialmente. É induzida a acreditar que não sabe administrar a casa nem cuidar dos filhos. A alegação de não ter um bom desempenho sexual leva ao afastamento da intimidade e à ameaça de abandono.
O silêncio passa à indiferença e às reclamações, reprimendas, reprovações. Depois vêm os castigos, as punições. Os gritos transformam-se em empurrões, tapas, socos, pontapés, num crescer sem fim. As agressões não se cingem à pessoa da vítima. O varão destrói seus objetos de estimação, a envergonha em público, a humilha diante dos filhos. Sabe que eles são o seu ponto fraco e os usa como massa de manobra, ameaçando maltratá-los.
Para dominar a mulher, procura isolá-la do mundo exterior, afastando-a da família. Proíbe as amizades, denigre a imagem dos amigos. No entanto, socialmente, o agressor é agradável, encantador. Em público se mostra um belo companheiro, a não permitir que alguma referência a atitudes agressivas mereça credibilidade.
Muitas vezes impede a esposa ou companheira de trabalhar, levando-a a se afastar de pessoas junto às quais poderia buscar apoio. Subtrai a possibilidade de ela ter contato com a sanidade e buscar ajuda. O medo da solidão a faz dependente e sua segurança resta abalada. A mulher não resiste e se torna prisioneira da vontade do par, o que gera uma situação propícia a uma verdadeira lavagem cerebral, campo fértil para o surgimento do abuso psicológico.
Assim, facilmente a vítima encontra explicações, justificativas para o comportamento do parceiro. Acredita que é uma fase, que vai passar, que ele anda estressado, trabalhando muito, com pouco dinheiro. Procura agradá-lo, ser mais compreensiva, boa parceira. Para evitar problemas, afasta-se dos amigos, submete-se à vontade do agressor, só usa as roupas que ele gosta, deixa de se maquiar para não desagradá-lo. Está constantemente assustada, pois não sabe quando será a próxima explosão, e tenta não fazer nada errado. Fica insegura e, para não zangar o companheiro, começa a perguntar a ele o que e como fazer, torna-se sua dependente. Anula a si própria, seus desejos, sonhos de realização pessoal, objetivos próprios.
O vitimizador sempre atribui a culpa à mulher, tenta justificar seu descontrole na conduta dela, suas exigências constantes de dinheiro, seu desleixo para com a casa e os filhos. Alega que foi ela quem começou, pois não faz nada certo, não faz o que ele manda. Ela acaba reconhecendo que ele tem razão, que em parte a culpa é sua. Assim o perdoa. Para evitar nova agressão, recua, deixando mais espaço para a agressão.
Nesse momento a mulher vira um alvo fácil. A angústia do fracasso passa a ser seu cotidiano, questiona o que fez de errado, sem se dar conta de que para o agressor não existe nada certo. Não há como satisfazer o que nada mais é do que desejo de dominação, de mando, fruto de um comportamento controlador.
Depois... Vem o arrependimento, pedidos de perdão, choro, flores, promessas. A vítima acredita que ele vai mudar e se sente protegida, amada, querida. As cenas de ciúmes são recebidas como prova de amor, e ela fica lisonjeada.
Tudo fica bom até a próxima cobrança, ameaça grito, tapa...
Forma-se um ciclo em espiral ascendente que não tem mais limite.
O homem não odeia a mulher, ele odeia a si mesmo. Muitas vezes ele foi vítima de abuso ou agressão e tem medo, precisa ter o controle da situação para se sentir seguro. A forma de se compensar é agredir.
A sociedade protege a agressividade masculina, constrói a imagem da superioridade do homem. Afetividade e sensibilidade não são expressões da masculinidade. O homem é retratado pela virilidade. Desde o nascimento, é encorajado a ser forte, não chorar, não levar desaforo para casa, não ser “maricas”. Os homens precisam ser super-homens, não lhes é permitido ser apenas humanos.



publicado por araretamaumamulher às 13:46 | link do post | comentar | favorito

Quinta-feira, 18.03.10

 Os casos de violência doméstica dizem respeito a todos.

Deixaram de ser assunto privado, passaram a ser considerados crime público, um atentado 
aos direitos humanos.
Designa-se por “violência doméstica” todo o tipo de agressões que existem no seio de uma 
relação familiar,dentro do lar ou espaço simbólico representado pelo lar (relações de 
vínculos consangüíneos, de afetividade, de afinidade ou de amizade). O agressor se vale da 
condição privilegiada de uma relação de casamento, convívio, confiança, amizade, namoro, 
intimidade, privacidade que tenha ou tenha tido.
Não é necessário que aconteça dentro do âmbito do lar, mas sim que ocorra entre pessoas 
que mantém vínculos permanentes de parentesco e amizade.
Diferente da violência cometida por estranhos, pois volta a repetir.
A violência doméstica atinge crianças, mulheres, idosas, deficientes ou doentes. Também 
se registam outros casos de violência doméstica, como em casais homossexuais e em 
casais heterossexuais em que a vítima é o homem.
No entanto, é nas mulheres que se concentram os esforços de erradicação da violência 
doméstica porque é sobre elas que recai a esmagadora maioria dos casos de violência. Ela 
vem da escalada dos conflitos que naturalmente ocorrem entre todas as pessoas, mas, 
quando mal gerenciados, podem enveredar para ataque, tanto moral como físico.
Nos casos de violência psicológica e moral,  a auto-estima da mulher é atingida por 
agressões verbais constantes: ameaças, insultos, comparações, humilhações, ironias, ou 
então, a mulher é proibida de se expressar, estudar, sair de casa, trabalhar, escolher o que 
vestir. Essa forma de violência é, em geral, mais sutil, mas não menos prejudicial, pois 
enfraquece a capacidade de reagir ante a agressão.
A violência física é feita por meio de socos, empurrões, beliscões, mordidas, chutes, ou atos 
mais graves, como queimaduras, cortes e perfurações feitas com armas brancas ou de 
fogo, podendo chegar à morte.
Fases do ciclo de violência doméstica

1 – Fase de “acumulação de tensão”
A irritabilidade do homem vai aumentando sem razão compreensível e aparente para com a 
mulher. Intensificam-se as discussões por questões irrelevantes e as agressões verbais.
2 – Fase de “explosão violenta”
O homem descontrola-se e concretiza os atos violentos. Insulta e bate na companheira, atira 
e parte objetos, embebeda-se, permanece calado vários dias, agride emocionalmente. O 
homem trata de demonstrar a sua total superioridade em relação à mulher.
3 – Fase da “lua-de-mel”
Na verdade não é correto chamar a este período de “lua-de-mel”, já que este bom momento 
pode não ser tão idílico: “ele” decide quando começa e quando é que termina. Pode ser o 
tempo mais difícil para a mulher, que se sente confusa e desorientada.
Seria mais adequado chamar-lhe período de “manipulação afetiva” porque o agressor se 
sente contrariado depois de cometer o abuso.Neste momento de “desdobramento 
emocional”, sente remorsos pelas suas atitudes. Pede perdão, chora, promete mudar, ser 
amável, bom marido e bom pai. Esta atitude costuma ser convincente porque o agressor se 
sente culpado. A vítima tende a acreditar numa mudança.
4 – Fase de “escalada e reinício do ciclo”
Uma vez perdoado pela companheira, começa de novo a fase da irritabilidade, a tensão 
aumenta e termina a fase relativamente agradável. Quando ela tenta exercer a autonomia 
recém-conquistada, ele sente de novo a perda de controle sobre ela. Tem início uma nova 
discórdia e com ela o reiniciar do ciclo da violência.










Algumas questões:

Como se reconhece um agressor?
Se inflige maus tratos físicos ou psicológicos não há dúvidas. Mas pode ser detectado muito 
antes de chegar a esta fase. São homens, fundamentalmente possessivos que exercem 
muito controle sobre a mulher: se entra, se sai; com quem vai; como veste; quanto dinheiro 
gasta; se faz ou recebe chamadas – seja de amigos ou familiares – e que a desvaloriza, 
desautoriza ou insulta em público. E inclusivamente antes, na fase de namoro, há sintomas 
que podem ser um alerta para a mulher: antecedentes de condutas violentas com outras 
mulheres, familiares ou amigos; acessos de cólera repentinos e sem sentido; atitudes de 
crueldade (por exemplo com animais); falta de arrependimento ante os seus próprios erros, 
uma forma de pensar excessivamente rígida, convencido de que está sempre do lado da 
razão…
O que é o síndrome da dependência afetiva?
É um nexo emocional que impede a vítima de se separar do seu agressor. É muito frequente 
em mulheres maltratadas que vivem isoladas porque o agressor não as deixa relacionar-se 
com ninguém. Ele é todo o seu mundo, é o pai dos seus filhos, ela continua a acreditar que 
o ama. Uma espécie de síndrome de Estocolmo que a leva a justificar e perdoar 
continuamente as agressões e vexames do seu agressor e lhe paralisa a capacidade de 
agir e romper com a relação violenta.
Bate-me mas depois pede-me perdão, jura que me ama e que vai mudar. É possível?
Não. As promessas de mudança são mais uma fase do ciclo da violência. Um homem bate, 
maltrata, pede perdão, inclusivamente oferece prendas. Fica calmo um certo tempo, depois 
repete os maus tratos e volta a pedir perdão. De cada vez as temporadas tranquilas são 
mais curtas. Regra geral, os agressores não mudam os seus comportamentos violentos.
É possível reabilitar um agressor?
É possível, segundo especialistas que trabalham em terapias de reabilitação de 
agressores. Mas o êxito da reabilitação requer várias condições: que o agressor se 
reconheça como tal, que tome consciência dos efeitos do seu comportamento e mostre 
motivação para mudar a sua atitude. Em muitos casos a reabilitação é impossível porque o 
agressor perde toda a capacidade de racionalizar os seus comportamentos e de se 
responsabilizar por eles, tornando-se num potencial homicida de grande periculosidade, 
que persegue a mulher mesmo após muitos anos de separação ou divórcio.
A reabilitação do agressor deve ser acompanhada de um programa paralelo de proteção da 
vítima, que por vezes obriga a sua mudança para outra cidade ou país.

Como a violência doméstica afeta as crianças?
‘‘A violência doméstica é uma epidemia que contamina todo o tecido familiar. Estatísticas 
mostram que homens que espancam suas parceiras também são violentos com as 
crianças dentro de casa’’, explica a psicóloga Maria Luíza Aboim.
Estudo feito entre 2000 e 2001 pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo mostrou que os filhos de 5 a 12 anos criados em 
famílias em que a mulher é submetida à violência apresentam mais problemas, como 
pesadelos, chupar dedo, urinar na cama, ser tímido ou agressivo. Na cidade de São Paulo, 
as mães que declararam violência relataram maior repetência escolar de seus filhos de 5 a 
12 anos; e na Zona da Mata de Pernambuco houve maior abandono da escola.
O que se pode fazer para prevenir a violência doméstica?
Mudar os estereótipos e valores vigentes. A violência é uma realidade social e cultural: ao 
longo da história – e ainda hoje – o homem foi identificado com a força e a mulher com a 
submissão.    Mudar os estereótipos atuais supõe uma intervenção de longo prazo, a 
começar na educação das crianças e jovens como forma de investimento social na criação 
de uma nova mentalidade, de respeito pela igualdade. Essa sensibilização visa esclarecer a 
população sobre as diversas manifestações da agressão doméstica. “Culturalmente, ela 
está banalizada. Desqualificar, ofender e ameaçar são formas sutis de agredir, mas com 
impacto psicológico muito sério para a mulher”, afirma Célia Regina Zapparolli, presidente 
da ONG Pró-Mulher Família e Cidadania, criada em 1977 com o objetivo de diminuir o 
impacto da violência doméstica e prestar atendimento às famílias.

Ajudando as vítimas
Escutar cuidadosamente a vítima, apoiando e acreditando nela, para que ela possa falar 
abertamente.
Ajudar a vítima a procurar apoio especializado, a fim de minimizarem os danos. Em geral, 
elas têm medo de buscar ajuda, entretanto, quanto antes os maus tratos forem identificados 
e resolvidos, maiores serão as chances de se evitar mais violências e danos.
Não pedir à vítima para ignorar ou esquecer o que aconteceu. Ela não pode simplesmente 
perdoar o agressor e deixar que a violência se perpetue. O perdão é necessário, mas o 
problema deverá ser enfrentado.
Nunca deixar a vítima pensar que é culpada pelo que aconteceu. A vergonha e a culpa estão 
entre os sentimentos mais comuns entre as vítimas de violência doméstica. Elas pensam 
que ninguém as pode compreender.
Se houver suspeita de maus tratos, não ignore. No interesse da vítima, investigue e procure 
ajuda.

Sugestões para as vítimas
Esteja preparada para a violência e tenha um plano de ação.   Por exemplo, corra para um 
canto e agache-se, protegendo o rosto e a cabeça, cobrindo-os com os braços e as mãos.
Não corra para onde seus filhos estão, pois eles podem acabar sendo feridos também.
Evite fugir sem os filhos, pois eles podem ser usados como chantagem emocional.
Ensine seus filhos a pedir ajuda e a fugir do local em caso de violência.
Evite locais onde haja armas. Jamais use armas contra o agressor. Ele poderá usá-la para 
atacá-la.
Mantenha uma agenda com possíveis contatos para pedido de ajuda, bem como busque 
um lugar de fuga em momentos críticos.   Deixe documentos e roupas em locais seguros, 
para fugas posteriores.
Não esconda o fato de que você é vítima de violência.
Procure ajuda, não se isole. Há pessoas que podem ajudá-la.

 

 



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Sexta-feira, 12.03.10






E eu fico me perguntando: até que ponto perdoar e esquecer é uma alternativa possível?
Hannah Arendt – teórica política judia perseguida pelo nazismo – fala da diferença entre perdoar e compreender. Para ela, perdoar é fazer o impossível: é praticamente desfazer o que foi feito, mas sem eliminar a consciência de que aquilo de fato ocorreu. Já compreender é entender que tal atitude é válida, dadas as circunstâncias. Assim, ela mesma dizia perdoar o nazismo, mas nunca compreendê-lo, pois compreender tamanha atrocidade seria reconhecer o mundo onde o nazismo existe como aceitável.
Tanto compreender quanto perdoar são ferramentas de crescimento e evolução pessoal, espiritual, filosófica, transcendental (escolha aí o nome que mais lhe apetece), desde que sejam puxadas do nosso “cinto de utilidades” na hora certa.
Perdoar não é fácil. Ou melhor! Perdoar não é difícil! Difícil é chegar a esse estado de espírito que permite o perdão. Uma vez que se chegue lá, é muito natural e faz mais bem a quem perdoa do que a quem é perdoado. Alivia os pesos da alma, retira de nós uma bagagem que em nada nos seria útil. E perdoar não é esquecer, porque quando perdoamos, a lembrança continua conosco como aprendizado, mas não como mágoa.
Compreender é exercer a empatia no seu grau mais elevado e ir além: é estar disposto a sair da zona de conforto e mudar o “ponto de observação”. É calçar os sapatos do outro percebendo suas motivações e suas angústias. É ganhar uma nova perspectiva – algo que só nos enriquece, mas que demanda um esforço que quase ninguém está de fato disposto a fazer.
De qualquer forma, vejo tantas mulheres se esforçando para compreender e perdoar toda sorte de atitudes vindas do amado da vez… Mas, a mesma mulher, capaz de tamanha compaixão, não perde muito tempo tentando compreender uma amiga, uma pessoa da família ou um colega de trabalho que pisou na bola.
Mas o único risco que corremos ao fazer o esforço de TENTAR compreender um amigo é o de abandonarmos um monte de bobagens que julgávamos imprescindíveis.
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As relações familiares, em sua grande maioria, têm origem em um elo de afetividade. Surgem de um enlaçamento amoroso. A essa realidade evidente por si só cabe questionar, afinal, por que as relações afetivas migram para a violência em números tão chocantes e surpreendentes? O mais intrigante é que nem sempre é por necessidade de sustento ou por não terem condições de prover sozinhas a própria existência que as mulheres se submetem, calam e não denunciam as agressões de que são vítimas.










Por que as mulheres sofrem em silêncio? Medo, vergonha, temor da incompreensão, sentimento de incapacidade, de impotência, tolerância à submissão, desrespeito a si próprias? Mas essas são as causas da violência ou são os motivos do silêncio?

O desejo do agressor é submeter a mulher à vontade própria, é dominar a vítima, daí a necessidade de controlá-la. Para isso, busca destruir sua auto-estima. As críticas constantes fazem ela acreditar que tudo que faz é errado, de nada entende, não sabe se vestir nem se comportar socialmente. É induzida a acreditar que não sabe administrar a casa nem cuidar dos filhos. A alegação de não ter um bom desempenho sexual leva ao afastamento da intimidade e à ameaça de abandono.

O silêncio passa à indiferença e às reclamações, reprimendas, reprovações. Depois vêm os castigos, as punições. Os gritos transformam-se em empurrões, tapas, socos, pontapés, num crescer sem fim. As agressões não se cingem à pessoa da vítima. O varão destrói seus objetos de estimação, a envergonha em público, a humilha diante dos filhos. Sabe que eles são o seu ponto fraco e os usa como massa de manobra, ameaçando maltratá-los.

Para dominar a mulher, procura isolá-la do mundo exterior, afastando-a da família. Proíbe as amizades, denigre a imagem dos amigos. No entanto, socialmente, o agressor é agradável, encantador. Em público se mostra um belo companheiro, a não permitir que alguma referência a atitudes agressivas mereça credibilidade.

Muitas vezes impede a esposa ou companheira de trabalhar, levando-a a se afastar de pessoas junto às quais poderia buscar apoio. Subtrai a possibilidade de ela ter contato com a sanidade e buscar ajuda. O medo da solidão a faz dependente e sua segurança resta abalada. A mulher não resiste e se torna prisioneira da vontade do par, o que gera uma situação propícia a uma verdadeira lavagem cerebral, campo fértil para o surgimento do abuso psicológico.

Assim, facilmente a vítima encontra explicações, justificativas para o comportamento do parceiro. Acredita que é uma fase, que vai passar, que ele anda estressado, trabalhando muito, com pouco dinheiro. Procura agradá-lo, ser mais compreensiva, boa parceira. Para evitar problemas, afasta-se dos amigos, submete-se à vontade do agressor, só usa as roupas que ele gosta, deixa de se maquiar para não desagradá-lo. Está constantemente assustada, pois não sabe quando será a próxima explosão, e tenta não fazer nada errado. Fica insegura e, para não zangar o companheiro, começa a perguntar a ele o que e como fazer, torna-se sua dependente. Anula a si própria, seus desejos, sonhos de realização pessoal, objetivos próprios.

O agressor sempre atribui a culpa à mulher, tenta justificar seu descontrole na conduta dela, suas exigências constantes de dinheiro, seu desleixo para com a casa e os filhos. Alega que foi ela quem começou, pois não faz nada certo, não faz o que ele manda. Ela acaba reconhecendo que ele tem razão, que em parte a culpa é sua. Assim o perdoa. Para evitar nova agressão, recua, deixando mais espaço para a agressão.



Nesse momento a mulher vira um alvo fácil. A angústia do fracasso passa a ser seu cotidiano, questiona o que fez de errado, sem se dar conta de que para o agressor não existe nada certo. Não há como satisfazer o que nada mais é do que desejo de dominação, de mando, fruto de um comportamento controlador.

Depois... vem o arrependimento, pedidos de perdão, choro, flores, promessas. A vítima acredita que ele vai mudar e se sente protegida, amada, querida. As cenas de ciúmes são recebidas como prova de amor, e ela fica lisonjeada.

Tudo fica bom até a próxima cobrança, ameaça, grito, tapa...

Forma-se um ciclo em espiral ascendente que não tem mais limite.

O homem não odeia a mulher, ele odeia a si mesmo. Muitas vezes ele foi vítima de abuso ou agressão e tem medo, precisa ter o controle da situação para se sentir seguro. A forma de se compensar é agredir.

A sociedade protege a agressividade masculina, constrói a imagem da superioridade do homem. Afetividade e sensibilidade não são expressões da masculinidade. O homem é retratado pela virilidade. Desde o nascimento, é encorajado a ser forte, não chorar, não levar desaforo para casa, não ser “maricas”. Os homens precisam ser super-homens, não lhes é permitido ser apenas humanos.

A idéia da família como uma entidade inviolável, protegida da interferência até da Justiça, faz com que a violência se torne invisível.

A violência é protegida pelo segredo; agressor e agredida fazem um pacto de silêncio, que o livra da punição. Estabelece-se um verdadeiro ciclo, a mulher não se sente vítima, o que faz desaparecer a figura do agressor. Mas o silêncio não gera nenhuma barreira. A falta de um limite faz com que a violência se exacerbe. O homem testa seus limites de dominação. Quando a agressão não gera reação, aumenta a agressividade. O agressor, para conseguir dominar, para manter a submissão, exacerba na agressão.

A ferida sara, os ossos quebrados se recuperam, o sangue seca, mas a perda da autoconfiança, a visão pessimista, a depressão, essas são feridas que não curam.

Por isso, é preciso romper o pacto de silêncio, não aceitar sequer um grito, denunciar a primeira agressão. É a única forma de estancar o ciclo da violência da qual a mulher é a grande vítima.

PS: Prestando um serviço de utilidade pública, vale dizer que em 85% dos casos, só o fato de o agressor ser denunciado e chamado pela polícia a se explicar, já é o bastante para que não volte a agredir. Portanto, no tocante a violência doméstica, perdoar e compreender depende de cada caso. DENUNCIAR É IMPERATIVO A TODOS ELES


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publicado por araretamaumamulher às 05:36 | link do post | comentar | ver comentários (4) | favorito

Terça-feira, 09.03.10










É necessário e urgente  uma busca sistematizada para investigar e caracterizar condutas socialmente desviantes e atentatórias da liberdade, dignidade e independência pessoais, da mulher.
Entretanto,  uma reflexão sobre á realidade há muito percebida, e evidente de um todo que, por razões culturais e sociais, até agora era comumente aceita como fazendo parte da “normalidade” entre pessoas ligadas pelos laços afetivos ou, mais simplesmente, por laços de intimidade, em namoros, casamentos ou relações de fato. Bastará uma simples pesquisa na memória de nossas avós e até de nossas mães, ou relembrar os conteúdos de alguns filmes ou letras de algumas  musicas tradicionais para se perceber quão antiga é esta prática, até há pouco, esmagadoramente, da responsabilidade dos homens.
Há uma geração, ou duas, atrás, a própria definição de um “bom marido”, nas classes mais populares, nem sequer contemplava a ausência desta tendência ou manifestação evidente como uma “qualidade” melhor classificada na hierarquia: primeiro estaria o ser trabalhador e “amigo de trazer para casa”, segundo o  de não ser bêbado e de não bater na mulher... 
Embora se continue a valorizar mais a agressão física na violência doméstica, pelas razões óbvias das suas conseqüências visíveis (e ultimamente a contribuírem assustadoramente para a dramática estatística dos homicídios qualificados), o “abuso emocional”, excluindo o risco de vida imediato, mesmo sendo causa relativamente freqüente de suicídios, tem, quase sempre, conseqüências trágicas na vida emocional e afetiva das vitimas.
O abuso emocional, tal como qualquer outra ação psicológica que vise a destruição da identidade individual, da dignidade, da auto-estima e da liberdade, cujo exemplo mais comum é a chamada “lavagem  cerebral”, pretende alcançar o domínio e o controle sobre a pessoa abusada através do medo; da restrição indireta ou direta da sua liberdade e da imposição de um clima de coação emocional tendente a submergir a vontade individual, a modelar comportamentos e atitudes conformes aos desejos do abusador, a provocar o isolamento familiar, social e afetivo e a criar uma dependência absoluta em relação ao agressor, pela desvalorização do seu “eu” global, das suas idéias, atitudes, sentimentos e comportamentos. As ameaças de violência física, da exposição pública das hipotéticas falhas ou defeitos ou até do abandono tumultuoso da relação, com versões de homicídio ou suicídio, numa evidente chantagem emocional; o terror infundido através de constantes crises de violência verbal ou violência sobre objetos; o desprezo ostensivo perante queixas ou lamentações e a ignorância dos sentimentos; o aviltamento em relação aos saberes ou práticas culturais ou domésticas; o controlo permanente (policiamento) sobre as atividades e, por vezes, as humilhações sexuais acabam por conduzir a vitima a um estado de  submissão, marcado permanentemente pela necessidade de não importunar ou provocar explosões de mau humor no agressor, anulando assim progressivamente, a própria existência autônoma.
Por vezes sucede de modo comum com outras situações de elevado stress, violência e dependência, que a vítima acaba por se “identificar” com o agressor, desculpando-o, “compreendendo-o” e defendendo-o de terceiros, racionalizando assim “patologicamente” a situação de “vitimização” que, às vezes, o agressor assume no casal, invertendo paradoxalmente as posições de vítima e carrasco. Nesta fase, sem uma intervenção exterior, o ciclo do abuso emocional tenderá a perpetuar-se sem esperança nem apelo.
As armas utilizadas na destruição da identidade da vítima são, como já foi referido, a violência, em múltiplas formas, claras ou dissimuladas; o sarcasmo, o ridículo, a mentira ou distorção grosseira da verdade; o isolamento familiar, social e afetivo; a discriminação, a depreciação, a humilhação e a indiferença pelos sentimentos e o desprezo pela pessoa; o abuso sexual, o controlo absoluto de todos os passos e a vitimização, com inversão dos papéis. Por vezes, o contexto em que se desenrolam todas estas agressões formata-se como uma relação de senhor(a)/criada(o) ou patrão(patroa)/empregada(o), explorando apenas as utilidades do casal mas sem lhe conceder laços afetivos. 
Convém salientar que as conseqüências para o abusado não se extinguem nas seqüelas psicológicas do abuso: frequentemente as conseqüências estendem-se às perturbações psicossomáticas, às cefaléias, à depressão e às doenças infecciosas “oportunistas”, típicas de sistemas imunitários enfraquecidos, no caso, por sujeição a stress constante e, eventualmente, má nutrição e sono de má qualidade.
A questão premente que se coloca, entretanto, é a de saber porque é que o abuso emocional acontece.
Independentemente de causas psicológicas subjacentes, que têm, sempre, um peso importante, parece um dado adquirido que os fundamentos culturais, sociais, ideológicos e religiosos terão um papel preponderante nos comportamentos de abuso emocional. Seja por “respeitar” uma tradição, como a da subalternização moderada da mulher na herança judaico-cristã, ou radical, no islamismo; seja por uma visão conservadora e reacionária do homem sobre a mulher, também herdada da prática ancestral (estatisticamente é mais relevante o abuso por parte do homem); ou ainda porque o exercício do poder econômico, sem suportes éticos e morais facilmente extravasa para o exercício do poder pessoal arbitrário, estes fatores facilitam ou agem diretamente como desencadeantes do abuso.
 Na atualidade, a manutenção e o agravamento destes comportamentos, em oposição a uma maior abertura sentida em relação à igualdade dos direitos do gênero e à defesa da individualidade radicam-se na impunidade social de que gozam (a abrangência das leis sobre a violência doméstica ainda não contempla o abuso emocional), e no espírito que governa a administração formal, ou informal, da justiça, tendenciosamente contrário às leis do condicionamento operante, que, como se sabe, influenciam de forma capital os nossos comportamentos, ao mantê-los e ao aumentar a sua freqüência se existirem reforços nas suas conseqüências (no caso, pelo prazer de dominar), ou a extingui-los ou debilitá-los se os resultados forem negativos (punição ou ausência de reforço).
Evidentemente que um comportamento que contempla um maquiavelismo comportamental terá que ter, nas variáveis psicológicas, também um determinante essencial. 





O combate da agressão  emocional á mulher, tenha este a composição que tiver e independentemente do sentido do gênero em que ocorra tem diversas frentes. Uma delas é, claramente, a intervenção legal.
 A legislação tem que ser adequada a este tipo de agressões e a forma do seu reconhecimento divulgada amplamente em campanhas de informação. Para que a intervenção legal ocorra é, evidentemente, decisivo o conhecimento dos fatos, o que sugere uma grande necessidade de que este tipo de agressão seja bem tipificado e considerado “crime público”, o que aumenta as probabilidades da sua denúncia e tratamento jurídico..
Mas, é na prevenção que, nesta área, tal como em quase todas as outras situações de abuso deve incidir o maior esforço social, através de campanhas, oficiais ou oficiosas que, com maior ou menor complexidade filosófica ou prática transmitam, de forma impressiva que, na verdade, a origem deste e de muitos outros problemas de relacionamento social e afetivo reside no fato de não entendermos que, entre nós, somos todos iguais e de que, por essa razão, todos pertencemos uns aos outros.
 


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Segunda-feira, 01.03.10



Existe alguma justificativa para a violência?
 Essa pergunta não é feita quando a vítima é um homem Muitas vezes, a violência doméstica contra a mulher é considerada um problema particular da família.
A tolerância feminina à violência perpetua essa atitude, e a idéia machista de que a mulher deve ser punida caso sua conduta esteja fora dos padrões que a sociedade estabelece. Isso implica que o problema de maus-tratos às mulheres não está restrito a uma área geográfica ou cultura. Ele é tão aceito na sociedade, é por isso que muitas vítimas se resignam ante o abuso.
Isso cria um efeito - domino. Filhos e filhas de famílias onde a mãe foi vítima de abuso tendem a reproduzir o mesmo padrão de violência. É um erro supor que o que acontece dentro de casa não tem efeito sobre o ambiente doméstico.
As evidências mostram que mulheres vítimas de abusos físicos e psicológicos são inibidas em seu desenvolvimento na sociedade e no lar. Sua produtividade no trabalho, seu desempenho como mães, seu desenvolvimento pessoal, suas qualidades como cidadãs, são afetados pelo resto de suas vidas, até que se ergam para reivindicar sua dignidade pessoal ou agir contra essa situação abusiva.






Mitos sobre a violência doméstica
Mitos relacionados à violência doméstica estão tão arraigados em certas culturas e padrões de pensamentos, que sua erradicação torna-se quase impossível. Assim sendo, é importante entender e desfazer esses mitos, a fim de fazer face, tanto individual quanto corporativamente, à ameaça da violência doméstica. Consideremos alguns desses mitos:
A violência doméstica não afeta muitas pessoas. Ela afeta sim. Os ataques no âmbito doméstico são uma das principais causas de ferimentos em mulheres, revelando índices mais elevados do que os dos acidentes em auto-estradas ou qualquer outro. 7 Estima-se que 50% dos lares sofrem ou já tenham sofrido violência familiar.
Maus-tratos são o resultado momentâneo da ira. A verdade é que os agressores têm o hábito de atacar. Não se trata de um impulso breve, mas de uma atitude repetitiva. Muitas mulheres vítimas de agressão relatam que têm sido maltratadas repetidamente por muitos anos.
Os abusos ocorrem somente entre os pobres e nas comunidades de baixo nível. Esse é um conceito errôneo. As pessoas que usam de violência contra suas esposas ou namoradas pertencem a toda classe social e nível educacional. A lista de agressores, conforme um estudo feito em Boston inclui médicos, psicólogos, advogados, clérigos e executivos. Outro estudo revela que há maior nível de agressão entre casais com grau universitário, do que entre pessoas de menor nível educacional.




Violência está limitada a empurrões, tapas e socos. Muitas pessoas pensam que essas ações não causem danos graves. O fato é que muitas mulheres sofrem lesões incapacitantes e permanentes, e podem até morrer durante confrontos com maridos ou namorados agressores.
É fácil à mulher livrar-se das agressões. Muitas mulheres são tão escravizadas ou psicologicamente dependentes dos agressores, que encontram dificuldades para se distanciar deles. De fato, uma das seqüelas desse problema é, por vezes, um dano psicológico tão profundo que se torna quase impossível escapar sem uma assistência externa.
Para não dizermos impossível. A violência se transforma em um circulo vicioso, onde a vitima se vê presa como em um visgo, e por mais que ela tenta sair, na realidade fica andando em círculos.
A obsessão que se transforma o interesse pela vida do agressor, por saber como ele vai reagir quando entra em casa, como vai estar o que ele vai fazer, prende totalmente a atenção das vitimas. E não tem como escapar disso, sem ajuda. Porque a vitima pensa que está lutando pela sua sobrevivência, afinal das atitudes do agressor depende totalmente sua vida.
A maior parte dos agressores de mulheres é composta de estranhos. Muitos gostariam de acreditar nesse mito, mas a realidade é que 95% dos agressores pertencem ao círculo familiar: maridos, pais, irmãos, sogros e amigos próximos. Uma reportagem mostrou que 70% das vítimas de violência são atacadas em suas próprias casas, geralmente pelo esposo ou amigo íntimo. Uma mulher é mais susceptível a ser morta por um homem com quem tenha uma relação afetiva, do que por um estranho.
O lar, que deveria ser um paraíso de segurança, chega a tornar-se um inferno na terra para muitas mulheres e crianças vítimas de violência.
E quando digo inferno, não estou de forma alguma exagerando, se bem que gostaria, mas o lar onde existe violência é um lugar onde as pessoas tem medo de abrir a boca, para pedir o que precisam no mais básico sentido da palavra, o medo, o terror de não saber como o agressor vai reagir é terrível.
A violência doméstica é o resultado de alguma espécie de doença mental. Esse mito permite muitas desculpas, e explica e tolera violência física e psicológica contra mulheres. O fato é que apenas 10% dos agressores têm algum tipo de desordem psíquica.
Violência e amor não podem coexistir numa família. Muitos episódios ocorrem em ciclos. “O amor coexiste com a violência; pois de outra forma não existiria o ciclo. Geralmente é um amor viciado, dependente e possessivo, baseado na insegurança”. É um amor que não é amor, ele está misturado com medo, com a insegurança.
A violência emocional não é tão séria como a violência física. Entretanto, a verdade é que “a violência emocional contínua, mesmo depois que cessa a agressão física, produz muitas e sérias conseqüências para a estabilidade emocional das vítimas.  Talvez conseqüências tão ou mais graves do que a violência física, já que nos impossibilita para as relações sociais e profissionais, por nos destituir totalmente de auto-estima. O problema é que os efeitos psicológicos e emocionais são menos visíveis em curto prazo, ao passo que os danos físicos são patentes no próprio ato. Em realidade, é possível aterrorizar uma mulher e agredi-la sem recorrer a abusos físicos. A reabilitação de uma pessoa vítima de abuso emocional é tão difícil e traumática ou mais até do que da pessoa que foi fisicamente atacada”.
A conduta violenta é uma característica herdada pelo ser humano. Isso é o que os zoólogos, etólogos e muitos investigadores alicerçados na evolução dizem há anos. A realidade é que “a violência é um comportamento aprendido de modelos familiares e da sociedade que a define como um recurso válido para a resolução de conflitos. O uso de violência é aprendido na família, na escola, nos esportes competitivos e através da mídia”. Uma atitude aprendida pode ser desaprendida.
As mulheres incitam os homens à agressão. A maioria dos agressores acredita nesse mito. Mesmo algumas mulheres, evidentemente as que não são vítimas, tendem a acreditar também. Todas as pesquisas sobre violência mostram que os homens violentos atacam independentemente do que as mulheres façam ou digam. A agressão em qualquer forma, especialmente a física, não pode ser perdoada.
 Temos que ter em mente que o agressor acredita que tem todo o direito do mundo sobre a vitima, que aquele ser humano é dele, para que ele use e abuse da forma que mais bem lhe aprouver. Infelizmente na cabeça do monstro não existe diferença, entre suas vitimas e seus bens materiais.



publicado por araretamaumamulher às 06:10 | link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito

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