Domingo, 18 de Outubro de 2009
Já falei um bocado sobre o modo como a mente se apega por meio de crenças, expectativas, e interpretações. E preciso toda uma vida para construir essas respostas condicionadas, mas desmantelá-las ocorre passo a passo. O presente é o momento certo para começar. Quando você se encontra em uma situação que está certa do desastre, perda magoa ou qualquer outro resultado negativo, lembre-se que para construir uma nova realidade, você precisa de novas estruturas mentais. As situações a que seu ego resiste com toda a força são precisamente aquelas que precisam ser abraçadas porque do ponto de vista espiritual, qualquer coisa que desmantele suas construções mentais limitadoras é benéfica. Você precisa romper com conhecido para permitir que o desconhecido entre.
As emoções são mais teimosas do que os pensamentos. A cola que apega você as suas velhas crenças e expectativas é a emoção. Sempre que você diz a si mesmo que não pode renunciar, está fazendo uma afirmação emocional. Na verdade você pode renunciar a qualquer situação em qualquer momento. “Eu não posso”, na verdade significa: “eu temo as conseqüências emocionais se o fizer” seu ego traça uma linha na areia e insiste em que você não vai sobreviver aos sofrimentos internos que surgirão caso a linha seja cruzada.
Vou dar um exemplo bem pratico: Meu casamento começou a ficar violento no terceiro ano, mais eu ainda persisti nele, durante mais nove anos, tive mais dois filhos nesse meio tempo. E fiz todo o possível, para jamais ter que sair dele. Eu temia o julgamento da sociedade, da minha família, e até do meu ex marido. Eu temia que o sofrimento que eu iria enfrentar fosse ainda maior do que o que estava vivendo. Eu não me imaginava vivendo de outra forma, que não fosse aquela. Eu me sentia merecedora, de tudo o que estava passando. É obvio que grande parte desse processo não é normalmente consciente. Mas a parte que você fica pensando no que vão dizer sobre a atitude que você vai tomar, é um processo bem consciente em todos nós, com certeza. Agora me diz: quem vai apanhar para você? Quem vai levar um prato de comida para os seus filhos? Quem vai limpar suas feridas tanto físicas como emocionais? Eu não encontrei ninguém, ao menos ninguém dos que eu me preocupava de como iriam me julgar.
Então tenho que reconhecer que uma poderosa limitação esta sendo auto-imposta por mim, nessa situação, e no fundo não é verdadeira.
Você vai sobreviver a qualquer emoção, seja ela o que quer que você acredite que seja medo demais, perda demais, humilhação demais, desaprovação demais, rejeição demais, já aconteceu. Você cruzou a linha muitas vezes, senão não saberia onde traçá-la. O seu ego está realmente dizendo é que você não quer cruzar a linha novamente. Do ponto de vista do espírito, porém, você não precisa fazê-lo.
Existe uma lei no inconsciente que faz com que o que você evita sempre volte, e quanto mais você o evita, mais forte é o retorno. As pessoas que juram que nunca mais vão sentir tanto medo, tanta raiva, tão arrasadas novamente, estão apenas se preparando para o retorno do medo, da raiva e da tristeza. A recusa de encarar esse fato cria muito sofrimento desnecessário.
Em vez de resistir a qualquer emoção, a melhor maneira de dispersa-la é entrar nela completamente, abraçá-la, e ver através de sua resistência.
Emoções dolorosas não retornam por motivos externos. Retornam porque fazem parte de você, você as criou antes de afastá-las. Cada emoção que você experimenta é sua.
Todos nós cometemos o erro de acreditar que alguma coisa “lá fora” nos deixa com medo, zangados, deprimidos, ansiosos e assim por diante. Na verdade os eventos “lá fora” são apenas estopins. A causa de toda emoção esta “aqui dentro”, o que significa que o trabalho interior pode curá-la.
Decidir á realizar o trabalho interior é o primeiro e mais importante passo. Mesmo depois de anos de cura emocional, haverá momentos em que você estará certo de que alguém é responsável por fazer com que você se sinta de uma determinada maneira.
A dedicação ao trabalho interior significa recusar-se a aceitar essa perspectiva, por maior que seja sua intensidade e freqüência.
Espiritualmente, você é o criador da sua realidade. Você e o interprete, o vidente, aquele que toma as decisões, aquele que escolhe o cenário e o enredo. Quando você descobrir que está sendo dominado por uma emoção negativa, tente em primeiro lugar liberá-la fisicamente, já que os efeitos corporais são metade ou mais daquilo que você está sentindo. Sempre que você vir que está traçando uma linha na areia pare de fazê-lo. Resistir só torna as coisas piores. Deixe a emoção aumentar. Libere-a através do choro, soltando gritos, perdendo as estribeiras, tremendo de medo, faça o que for necessário. As emoções vêm e vão.
Perceba que cada uma delas possui seu próprio ritmo, e permita-se fazer parte desse ritmo. A melhor maneira de não morrer afogado, é flutuar junto à onda.
À medida que você for dominando a arte da renuncia, com paciência, dedicação e amor, a sua realidade vai mudar. Ela não tem escolha.
As coisas “lá fora” sempre são espelhos do que está acontecendo “aqui dentro”. Vivendo o processo da renuncia, você perde muitas coisas do passado, mas encontra a si mesmo.
Não vai ser uma personalidade feita de crenças, expectativas e interpretações, pois essas coisas vêm e vão. Será uma personalidade permanente, enraizada na consciência e na criatividade. Uma vez que você tenha captado isso terá captado o mundo.
Não existem milagres em transformações humanas, é tudo muito lento, tudo no mesmo ritmo da vida, do pulsar do universo. Temos que aprender que transformações milagrosas, normalmente terminam milagrosamente também. O mais sábio é darmos tempo ao tempo, é sermos gentis e pacientes para conosco. E não desistirmos, se eu tivesse desistido, hoje não tenho duvidas já teria sido assassinada, ou estaria em um manicômio, apesar de existir tão pouco deles ultimamente.
Outra coisa que temos que ter em mente, é que quando assumimos nossa responsabilidade, não estamos nos fazendo culpados de nada. Não existe culpa, apenas responsável com certeza dá um medo danado sermos responsáveis, mais dá mais medo ainda entregar a responsabilidade nossas vidas a outro... Pense nisso...
Fique na Luz e na Paz
Fátima Jacinto
Uma Mulher.


publicado por araretamaumamulher às 14:44 | link do post | favorito

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