Quinta-feira, 27 de Agosto de 2009
Conheço centenas de milhares de pessoas que identifico, devido a minha própria experiência, como loucas. Não é o tipo de loucura que interna alguém num manicómio. É o tipo de loucura aceito e praticado em nossa sociedade. É a loucura que nos faz luar pelo controle da nossa vida e da de todos os que fazem parte dela. Você conhece essa loucura, porque ela atormenta mais da metade da população adulta. Ela faz com que pessoas inteiramente capazes e competentes se eternizarem em empregos que as fazem infelizes. Que permaneçam em relacionamentos no quais traem e ou são traídas porque não há laços afetivos honestos e verdadeiros. Elas se envolvem em toda espécie de situações nas quais são maltratadas, desvalorizadas, destruídas, ignoradas, roubadas em sua humanidade.
As vezes a vida parece nos sobre carregar com muito mais do que podemos ou queremos suportar.
Estamos amedrontados com todas as coisas que percebemos , mas nos recusamos a aceitar. Acreditamos que por termos nos recusado a aceita-las, perdemos o controle sobre elas. É por essa razão que as vemos em pesadelos ou em disfarces agradáveis, naqueles que parecem ser nossos sonhos felizes. Pensamos que nada do que nos recusamos a acreditar poderá ser trazido a nossa consciência, porque achamos que isso é perigoso para nós.
Tensão do julgamento constante é praticamente intoleravél. É curioso que uma capacidade tão debilitante tenha vindo a ser tão profundamente apreciada.
Por isso o amor é muito importante. Quando estamos sofrendo, ter alguém que nos acompanhe, apoie e nos ame, faz diminuir a dor e é o maior presente que alguém pode receber. Espero que um dia seja normal para as pessoas amar plenamente. É claro que temos todas as informações necessárias sobre o amor, mas apesar disso a maioria de nós não consegue, porque não fomos amados. A melhor maneira de superar esse problema é praticando diariamente atitudes amorosas.
O mundo é um teatro, em que podemos escolher como atuar. Temos a vida toda para praticar e crescer. Mas não podemos esquecer que nem sempre acertamos. Por isso a necessidade de conhecer o perdão. Para nos perdoarmos e aos outros, temos que saber que cada um de nós, estamos fazendo sempre o melhor que pode.
Não existe certo ou errado, só existe o que existe.
As pessoas fazem as coisas quer julguemos que esteja certas ou não, nosso julgamento não as fazem parar. As pessoas fazem o que fazem em virtude do que são, daquilo em que acreditam e das informações que possuem naquele momento, para apoiar sentimentos e crenças. A escravidão é uma coisa errada hoje, a quatrocentos anos parecia ser um empreendimento economicamente viável e lucrativo. Hitler é considerado um monstro hoje em dia, nos seu tempo entretanto era apoiado ou ignorado por milhares.
Dizer que foi certo ou errado não muda o fato de que foi.
A culpa nos cega, e como a projetamos no mundo, ele nos parece escuro. Temos medo de olhar para dentro, medo do iremos ver lá.
Não tenha medo de olhar para dentro, não acredite quando o seu ego te diz que lá dentro tudo é negro de culpa e te pede que não olhe.
Quem como eu não recebeu amor quando criança, guarda uma grande magoa, ainda que não demonstre. Para curar essa magoa, precisamos compartilha-la, botando para fora toda a dor.
Tenho dito isso, e sinto necessidade de acrescentar que é muito mais fácil dizer do que fazer escolhas amorosas.
A todo o momento surgem obstacuos que parecem afirmar "Não vale a pena......"
Levei muito tempo para aprender que o vazio que eu sentia dentro de mim, era falta de amor. Eu vivia cheia de ressentimentos, sentindo me uma coitada, vitima de todos e de todas as situações .....Sentia que eu não tinha outra opção a não ser viver naquele infortúnio.
Eu achava que o amor era uma coisa que eu tinha que buscar fora, nos outros.
Antes tive que criar coragem para olhar para os meus bloqueios, e identifica-los. Olhar o buraco mais de perto e ver a verdadeira profundidade e largura dele é sempre o primeiro passo para uma reforma pessoal verdadeira.
Até amanha que a luz esteja com todos
Araretama uma mulher.