Quarta-feira, 30 de Setembro de 2009
Quando achamos que não somos dignos de ter o que desejamos, duvidamos que possamos recebê-lo. A duvida é causada pela necessidade de controlarmos as situações.
São poucos os que realmente tentam compreender o numero de mascaras e disfarces usados pelo medo. Eu aprendi da maneira mais difícil, o que era o puro medo. Medo do fracasso, e mais ainda medo do sucesso, misturado numa só coisa.
Descobri que quando eu exclamava indignada: “Olha só que fizeram comigo!” na verdade estava sentindo medo. Medo de não ser capaz. Medo que descobrissem a verdade a meu respeito. (Hoje me pergunto: que verdade?). O medo tem tantos disfarces inteligentes que é quase impossível reconhecê-lo a todo instante. O que podemos fazer é torná-lo um aliado em vez de um inimigo. Tenho certeza de que não estou só, que há muitas coisas na vida que eu deixei de fazer por medo. Muitas vezes eu nem sabia que estava com medo. E quando sabia tinha medo de admitir. O medo me dominou e passou a ditar meus movimentos e reações a qualquer situação;
Quantas vezes você se perguntou: O que há de errado comigo? Porque não consigo mudar? A culpa e a vergonha caminham de mãos dadas pelo jardim da sua vida, causando um enorme estrago nela! Quando nos sentimos mal com relação a nós mesmos e/ou em relação ao que estamos fazendo, fica difícil tentar fazer qualquer coisa de positivo. Parece que não temos o poder de parar ou de mudar. Podemos até querer, mas não dá. Ficamos tão preocupados em compreender porque fizemos o que fizemos que continuamos a fazê-lo. A lei é a seguinte: “Quando nos concentramos naquilo que fizemos de errado, ficamos paralisados no que chamamos de erro. Isso é a culpa. Eu descobri que a única forma de se libertar da culpa, é confessar o que se fez perdoar-se e escolher outra coisa. Confessar! Dizer a alguém que eu menti que eu errei que não fiz o que disse que ia fazer? Eu jamais faria isso. Só de pensar eu ficava mais culpada, e com mais raiva. E pensava em mais mentiras para falar, como desculpa. Tinha que haver outra solução.
Quando estamos nesse estado de espírito, precisamos encontrar razões e desculpas para as coisas que fizemos ou deixamos de fazer. Procuramos culpados e nos tornamos vitimas. Tanto as vitima quanto a maioria das pessoas culpadas e das culpam os outros são impotentes, para escolher e mudar.
A culpa tem vitimas e vilões charfudando na lama da impotência e do desamparo. Como é que um simples mortal pode se levantar e seguir o seu caminho no meio de um dramalhão como esse? É simples, confesse para você mesmo o que fez, perdoe-se e faça outra escolha. Mesmo que isso signifique ter que falar com as pessoas que você prejudicou ou desonrou. Peça perdão, se elas não quiserem perdoar o problema não mais seu. Se elas deixarem de gostar de você o problema também não é seu. Você precisa se amar um bocado para assumir o que fez, pode parecer difícil, mas só se você tornar as coisas difíceis. E só fazer.
As coisas com as quais nos preocupamos parecem não acontecer nunca, e as que acontecem de forma inesperada são as coisas com as quais nunca nos preocupamos. Porque eu não previ isso? Como não reconheci aquilo?
Agora depois da morte do meu filho, eu voltei a me fazer essas perguntas, alguma coisa sempre me avisou, que o Vi era diferente, que eu poderia perdê-lo a qualquer descuido, sempre tive uma enorme preocupação em relação a ele, tanto que os outros sempre acharam que ele era o predileto meu, mais não eu sabia que ele precisava de cuidados especiais. Mais nunca em nenhum momento eu imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer. A bem da verdade eu sempre me achei tão indigna, que não acreditava ser digna de tamanha tragédia em minha vida.
Hoje sei que não soube antes porque eu não tinha condições de lidar com a situação naquele momento. Só na hora que aconteceu eu tinha.
Talvez por isso nosso caminho seja tão cheio de curvas, elas nos dão a oportunidade de ir vendo um pouquinho de cada vez. À medida que avançamos ganhamos terreno, um pouco mais nos é revelado. E assim a vida vai nos dando aquilo que conseguimos lidar em pequenas doses, umas mais amargas do que as outras é verdade.
O resultado é conhecermos quem não somos, e assim sabermos quem somos.
As condições com as quais nos defrontamos não nos definem. Elas nos lembram quem somos e quem queremos ser.
Quando eu vivia um casamento violento, sabia que não era aquilo que eu queria. Eu sabia que não deveria estar ali. A experiência me ensinou que não vim ao mundo para ser espancada e humilhada. Mas as nossas experiências nos lembram o que estamos pensando sobre nós mesmo. Se acharmos que devemos ser castigados, com toda a certeza seremos se achamos que devemos ser felizes seremos também.
Se eu soubesse antes que o meu casamento seria violento, eu teria ficado arrasada e muito provavelmente teria ignorado a informação. E por isso que a cada experiência caminhamos um pouquinho mais longe na estrada da vida.
Mas isso você só vera quando a culpa tiver ido embora totalmente.
Fique na paz e na luz
Fátima Jacinto
Uma Mulher.
Belo post.. bjs
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