Quarta-feira, 10 de Março de 2010







Muitas famílias têm a violência como forma de estabelecerem vínculos. No ponto de vista destas famílias, não existiria outra forma de se comunicarem, e, em decorrência desta forma de comunicação, muitas vezes  nos re-contextualizarmos e ao resumirmos, nos surpreendemos com a  raiva que demonstramos ter do  nosso agressor.
Isto normalmente acontece porque todo sistema tende à um equilíbrio como forma de manter sua existência. Há uma resistência à mudança.
A mudança é ameaçadora, geradora de insegurança e desconforto, visto que o sistema funciona daquela forma a muito tempo, independentemente de ser uma mudança positiva ou não.Em nossos  discursos nos, surpreendemos falando com freqüência frases como “eu vivia bem com ele, apesar disto”(sic), ”pensando bem, ele tem o lado bom”(sic). E quando ouvimos de nós mesmos, esse tipo de frase, percebemos claramente o temor à mudança, às conseqüências que ocorreriam para este sistema que já estava organizado desta forma, que, sendo nociva ou não, era o jeito que  tínhamos de  nos organizar para viver, pois era esse o nosso  estilo de interação familiar que esta sendo ameaçado. Se  um membro de nossa família participante deste ciclo (levando-se em consideração o conceito de circularidade que a teoria sistêmica propõe) resolvesse mudar o comportamento e os outros não concordassem, a tendência é de que desistíssemos de mudar e permanecêssemos  no circulo vicioso, porque precisaria existir um compromisso de mudança do conjunto dos elementos, de todos os participantes do ciclo, e não só de uma pessoa.
Percebo claramente as resistências nas falas dos meus filhos,que me dizem em tom de voz amargurado, como era difícil pensar em qualquer mudança. Outro fato que percebo  é que não compreendem como nossas relações estão desgastadas já há bastante tempo. Eles   refletem a respeito de a quanto tempo estamos vivenciando este contexto de violência, a partir de minhas colocações.
A partir daí consigo fazer com que organizem  melhor suas idéias a respeito de suas próprias relações com a família  a ver  o quanto estas relações originavam a violência.  No meu caso , verifiquei o quanto a minha história de vida pregressa contribuiu para o surgimento da violência como forma de comunicação  na minha  família e então, com essa  descoberta feita ,foi  possível mobilizar meus  recursos internos, identificando minhas reações e sentimentos que surgiram ao longo da história e também explorar qual seria as minhas expectativa diante destas novas descobertas e diante de toda a situação.
 Entendi que não sabíamos escutar uns aos outros, eu não escutava meus filhos, e eles não me escutavam, ficávamos presos ao medo terrível de não saber a reação do agressor, sempre que entrava em casa, ou mesmo em quando isso ia acontecer, vivíamos em suspense constante, e portanto em estado de total estresse que o suspense e o medo acarreta a uma pessoa. As nossas  novas conclusões, tem feito com que nos reposicione, ou pelo menos, a que entendamos as razões de estarmos  com sentimentos confusos e contraditórios .


publicado por araretamaumamulher às 14:25 | link do post | comentar | favorito

1 comentário:
De Nathália C.Forte a 10 de Março de 2010 às 18:36
Olá!
Vi seu comentário no meu blog. A muito tempo ele não era visitado. Não sou extamente escritora, é algo q faço, tanto q o blog é uma bagunça, quase uma agenda de adolescente.
Mas fico muito feliz que tenha gostado.
O seu blog é tão coeso e tão limpo, com textos tão importantes. Gostei muito dele, e o estou seguindo a partir de agora. Que bom que está realizando seu sonho de infãncia!
Os meus tb estão a caminho disso. Minhas palavras são uma bagunça, mas conto melhor com minhas imagens (www.nathaliacforte.blogspot.com). Espero q goste.
Até!


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