Sábado, 28 de Novembro de 2009
Hoje acordei completamente infeliz. Em algum momento no decorrer dessa noite resolvi contar a verdade para mim mesma. Sinto-me sozinha, parece que existe dentro de mim um buraco negro que nunca vai ser preenchido.
Tenho a sensação de ter sido uma péssima mãe, completamente incapaz de compensar os meus filhos pelos anos de loucura a eles infligidos. A sensação de tristeza, confusão, desespero, a angustia com que tanto já me acostumei, começou a crescer como um fungo irritante em minha mente. Meus pensamentos foram se tornando vagos. E eu perdi a cabeça.
É o que chamam de insanidade temporária. Acontece uma coisa engraçada quando a gente enlouquece. Nós perdemos a cabeça. E eu perdi. Perdi a cabeça que me fez negar os fatos durante grande parte da minha vida. Perdi a cabeça que vivia cheia de distorções e meias verdades, de idéias alheias que alimentavam a minha infelicidade. Perdi a cabeça que tinha raiva da minha mãe, que odiava o meu pai, que se ressentia com os meus irmãos, que queria controlar qualquer coisa e qualquer um que penetrasse ou que pudesse de alguma forma me machucar.
Mas uma amiga chegou é identificou a minha confusão, minha raiva e loucura imediatamente. Essa amiga extremamente perspicaz chegou até a detectar uma vulnerabilidade ainda maior. O medo.
O medo de estar perdendo o controle. Medo de que os outros me julgassem. Medo que por algum motivo eu não me dispunha a explorar ou mencionar de estar sendo castigada, de que a morte do Vi era um castigo para mim, por não ter conseguido ser a mãe que ele precisava que eu fosse.
E mais importante essa amiga identificou, que por baixo de tudo isso há a necessidade de mudar. Ela sabe que eu estou vivendo uma crise fundamental em minha vida. Crise significa risco e oportunidade de crescimento. É um momento crucial que exige um coração ousado, uma mente forte e um espírito valente.
Pensando bem sei que tenho os três requisitos, não sou uma pessoa covarde, jamais fui, (na verdade não sou pra algumas coisas, porque pra outras sou até demais.). Mas às vezes a vida parece nos sobrecarregar com muito mais do que podemos, ou queremos suportar. Estamos amedrontados com todas as coisas que percebemos mais nos recusamos a aceitar.
Acreditamos que por termos nos recusado a aceita-las, perdemos o controle sobre elas. São por essa razão que as vemos em pesadelos ou em disfarces agradáveis naqueles que parecem ser os nossos sonhos felizes.
Pensamos que nada do que nos recusamos a acreditar poderá ser trazida a nossa consciência, porque achamos que isso é perigoso para nós.
A tensão do julgamento constante é praticamente intolerável. É curioso que uma capacidade tão debilitante tenha vindo a ser tão profundamente apreciada.
Todos nós consideramos o julgamento com medo, acreditamos, ou melhor, sabemos que um dia ele será usado contra nós.
É o medo do julgamento que nos faz retroceder, e pensar que todos estão contra nós.
O mundo é um teatro em que podemos escolher como atuar. Temos a vida toda para praticar e crescer. Mas não podemos esquecer que nem sempre acertamos.
Eu já fiz coisas que são moralmente repreensíveis e tenho uma forte suspeita de que você também fez. Todos nós temos falhas de caráter, todos somos mais ou menos egocêntricos, egoístas e mesquinhos.
Mas preferimos viver na superfície da vida, e a mente tem consciência apenas de alguns interesses e intenções, mais o corpo tem outras potencialidades, outros interesses.
Conhecer-se a si mesmo é realmente difícil, pois significa encarar muitas características pouco lisonjeiras. Significa uma busca continua, e infinita. O que sou? O que significa minhas reações? Será que minhas ações são apoiadas pelos meus sentimentos, ou será que eu tenho motivos por trás dessas ações que não correspondem ao que eu gosto de acreditar a meu próprio respeito?Tenho sido honesta comigo até aqui? Quais são os meus erros?
São essas e outras perguntas que quero responder aqui. Nesse blog eu vou contar a minha historia, não é uma historia romântica, é uma historia de abusos, de agressões, e erros graves, mas sempre que pergunto ao Espírito Santo de Deus o que devo fazer com a minha historia, tenho recebido como resposta que eu devo contá-la, porque isso vai ajudar muitas pessoas a se currarem e, eu a me curar também.


publicado por araretamaumamulher às 15:37 | link do post | comentar | ver comentários (3) | favorito

Sexta-feira, 27 de Novembro de 2009
Essa postagem foi feita em 23/08/09.
Foi corrigida agora e postada novamente.

Essas semanas tenho vivido num estado doentio, uma espécie de morte interior. Dores pelo corpo, nauseas constantes e gases, tenho vivido numa desolação de um cinza-escuro absoluto, parece que eu também quero morrer. Eu estou com raiva, raiva de Deus, da morte, do Vi por ter morrido, (não consigo assimilar o porquê dele não ter me ouvido,) e de todos que já morreram e de todos que vão morrer. Nada tem importância, eu vivo na mais profunda solidão, pensando na morte e com medo do nada. A morte é. Está é a verdade espiritual mais profunda que eu já conheci, mais é um passo que eu omiti do meu caminho, até aqui. Dar a luz ao Vi não me poupou de vê-lo morto. A morte é. E Deus não me pourará da morte. Não poupará a minha mãe, não poupará os meus irmãos e com certeza não poupará a Amanda e o Neto. É minha raiva e revolta a esse respeito não altera a veracidade desse fato.
Sinto um ceticismo tão grande como raramente senti. Uma profunda falta de confiança no eu e na vida. O que me faz pensar que estou ligada a Deus? Será que a espiritualidade não passa de ilusão ou superstição e da minha vontade de que as coisas sejam como eu quero?
Sinto ondas de amargura e duvidas sobre tudo o que vivi sobre tudo o que acreditei até aqui. O que é? O que é? O que estou fazendo aqui? Talvez eu nunca venha á saber. O que me faz pensar que sei o que estou fazendo aqui? Não sei.
E, além disso, não preciso saber. Tudo o que posso fazer é seguir os meus instintos mais profundos, o mais profundo senso de orientação que tenho sobre o que devo fazer neste período de minha vida. Nada mais posso fazer.
Só agora compreendo os poetas e suas palavras sobre o vazio. Não um vazio qualquer, vazio, pedaço arrancado de mim, mutilação do meu corpo. Exercício de saudade, tornar de novo presente o passado que já se foi. Saudade é o revés de um parto, é a vontade de arrumar um quarto para o filho que já morreu. Acontece que depois da partida só fica a ferida, ferida que não se deseja curar. Pois ela traz de novo a memória, o belo que uma vez foi. Saber que cedo ou tarde tudo o que está presente ficará ausente. A tristeza testemunha que o mistério da despedida está gravado em nossa própria carne.
Como Cecília Meirelles disse de sua avó morta e eu nunca esqueci: Tudo em ti era uma ausência que se demorava uma despedida pronta a cumprir-se “
Que verdade! Você sempre viveu tão intensamente, tão apressadamente, tão sem tempo para o planejamento que eu devia ter adivinhado...
Pra que estudar mãe? Porque não posso fazer dois esportes ao mesmo tempo mãe? Eu quero aprender tudo agora! Como eu não adivinhei? Por que Deus não me deixou saber? Ele me mostra tanta coisa, não me mostrou que você ia longo? Quantos abraços eu deixei de te dar? Quantos beijos? Quantas vezes tive vontade de dizer eu te amo e não disse. Parece que as vezes que te beijei, que te abracei e te coloquei no colo e disse que te amo eu esqueci todas elas, só ficou a vontade desesperadora de fazê-lo mais e o enorme vazio de não ter feito.
O que eu vou fazer agora? Dá pra me dizer? Você sempre tinha uma resposta para tudo, meu Vi, me responde como nós, a Amanda o Neto e eu vamos continuar.
Já faz dez meses e nós ainda não sabemos a resposta...
Será que um dia vamos conseguir saber? Sentimos como se a vida nos tivesse levado um pedaço nosso sem nem ao menos pedir licença para isso. É desesperador...


publicado por araretamaumamulher às 04:34 | link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito

Quinta-feira, 26 de Novembro de 2009
O que os meios de comunicação veiculam, podem ser canais para a disseminação dos preconceitos, conteúdos machistas, preconceituosos, racistas, programas de humor, com piadinhas sobre “gays”. Na internet também, há muitos sites que veiculam conteúdos preconceituosos. É importante notar que tais veiculações não criam uma violência a mais, para além do que já existe nessa sociedade, embora eles sirvam para repetir ou reforçar certos estereótipos. A TV reforça a idéia de que as mulheres devem ser lindas, objeto sexual, reforçam preconceitos raciais, mas isso não está além do que já acontece em nossa sociedade.
No entanto, a mídia também não é simples reflexo da sociedade porque ela, ao final, escolhe o que veicular, a grande mídia comercial, por exemplo, não veicula coisas muito alternativas, não há espaços ou há pouco espaço para discursos dissonantes.
A internet tem uma particularidade. A internet tem maiores possibilidades de combater a Violência contra a Mulher do que a grande mídia comercial. Mas há que se considerar que nem todos têm acesso à internet. Classes mais baixas têm acesso na escola, no trabalho, na lan house, espaços culturais, há um recorte de classe bem significativo para ter internet e computador em casa. Mas de fato para quem tem certo nível educacional e tem acesso à internet, ela pode ser uma boa fonte de informações. Por exemplo, se você quer descobrir onde encontrar centros de atendimento para violência, a internet permite maior acesso à informação e nesse sentido talvez ela possa promover certo combate contra o preconceito, a violência.
As mulheres buscam muita ajuda antes de chegar à delegacia. Então ter sites que indiquem caminhos, que mostrem as leis, isso é um recurso bastante usado. Às vezes as mulheres não querem que o marido seja preso, mas buscam ajuda e nesse sentido a internet pode ser extremamente útil. Embora seja preciso ter sempre atenção à limitação da internet, é possível dizer que para pessoas de classe média e classe média alta a internet tornou-se uma fonte de informação importante.
A internet também veicula conteúdos violentos, opressivos, preconceituosos. A mídia não cria nem estimula a violência, normalmente ela pode favorecer certos estereótipos, certas violências, as diversas mídias reproduzem experiências que as pessoas vivem nessa sociedade. A violência está em todos os lugares e a mídia reflete isso. Especificamente a VCM (companheiro que bate, ameaça, aterroriza). Acho que as mídias fazem pouco para mudar esse quadro, mas a não criam isso.
A mídia apresenta as construções de gênero com um enfoque de muita violência, no sentido da criação de preconceitos e estereótipos (“Loira burra”, “mulher que gosta de apanhar”, “a bichinha” que merece ser oprimida e ridicularizada”) então nesse sentido a mídia é parte dessa violência de gênero na sociedade.
O retrato da violência doméstica nas novelas não surge de forma politizada. Então o tema, quando aparece nas novelas, é mostrado como um homem que é um “louco”, “psicopata” e bate em uma mulher que é uma vítima. Mas a questão não é politizada e nem mostrada como uma situação que é, na verdade, bastante comum e que atinge não apenas pessoas “loucas” e “psicopatas”. A novela mostra o problema como se isso acontecesse esporadicamente, e não a realidade que a cada três minutos uma mulher é espancada no mundo se for contar as que sofrem violência emocional e sexual, isso começa dar menos de um minuto. É um drama aterrorizante, e nem por isso consegue seu real papel como drama na mídia.
A mídia esquece que a violência que ela mostra a violência na rua, é uma amplificação da violência no lar. Quando conseguirmos verdadeiramente conscientizar isso, ai sim vai fazer um grande trabalho contra a violência doméstica. Os casos de violência doméstica dizem respeito a todos. Deixaram de ser assunto privado, passaram a serem considerados crimes públicos, um atentado aos direitos humanos. Não é um acaso de uma determinada família, de certa localidade ou de apenas um setor da sociedade. Esse tipo de crime não pode ser notícia para uma seção de “ocorrências” simplesmente. O seu tratamento cabe nas seções de sociedade e requer enquadramento sombrio. Necessitam de investigação, intensificação e certas doses de exploração na mídia para atentar a sociedade. O que leva o ser humano a praticar crimes com extrema violência e com requintes de crueldade? O que terá a vítima feito para merecer tanto ódio? Matar "por amor" está na moda? Os crimes foram cometidos por quais motivos? São perguntas cujas respostas ainda permanecem ocultas. Diante de tamanha perplexidade de casos abusivos e extremamente desumanos, os noticiários se abastecem de informações que ora informam a sociedade ora se desmentem. Mas neste caso, que envolve vidas de crianças, fortemente midiatizado, as emoções afloram, o sentimento de indignação reflete a ira de não suportar tamanha crueldade. O grande desejo é que se investiguem, apurem-se e punam-se os culpados. É um sentimento que alcança a todos, porque receberam grande cobertura da mídia nacional.
Apesar dos incontáveis casos de violência doméstica contra a mulher e do quanto se precisou avançar até a sanção da Lei Maria da Penha (nº 11.340, de 2006) para coerção dessa prática, parte da mídia se comporta como se apoiasse a agressão física em situações de "legítima defesa da honra".
Não basta demonstrar, nas entrelinhas, satisfação com o cidadão que reage ao adultério (e não importa que seja na ficção; há gente que transpõe certos atos para a realidade). É preciso tripudiar de quem apanha como parece ocorrer na expressão pela qual o homem traído "acaba com a raça dela".
Ao planejar a transmissão de uma cena de violência em rede nacional e numa novela que pode ser vista por crianças a partir dos 12 anos (e tem meninos e meninas ainda mais novos no elenco), parece ignorar os termos de algo que tanto pareceu apoiar em seus noticiários: justamente, a Lei Maria da Penha. E, por tabela, a Constituição brasileira.
No capítulo que trata das medidas integradas de prevenção à violência doméstica, o artigo 8º da lei expressa que "a política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais". No inciso III desse artigo, consta como diretriz dessa política "o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º, no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal".
Justo.
Afinal, conforme aponta o artigo 6º da Lei 11.340, "a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos".
Ao se considerar a mídia como transmissora de idéias e formadora de opinião, ganha importância o fato de que parte da sociedade tem em mente, de maneira equivocada, que certas coisas só se resolvem no tapa.
Agora, o que acontece, provavelmente, é que há um estereótipo social para os homens que os autoriza a se sentirem na posse de suas mulheres, no sentido de que eles podem bater nelas quando estão nervosos e de que isso é aceitável, “porque estão com a cabeça quente”, em uma situação de resolução de conflitos. Nessa situação, a mulher aparece em um lugar de vítima sem saída, ela não surge como uma pessoa que têm direitos, que essa é uma situação que acomete outras mulheres etc.
Há uma valorização da masculinidade, que é de uma masculinidade violenta. A masculinidade hegemônica é violenta (filmes de Hollywood), promove-se a idéia de uma masculinidade viril identificada com a violência. Promoção não apenas de estereótipos femininos ou de gay, mas de masculino. Esse tipo de estereótipo de masculinidade surge mais em filmes desse tipo do que em novelas, mas é ainda um discurso que permeia os conteúdos de mídia de forma recorrente.
No “Caso Eloá”, muito veiculado pela mídia, pouco se discutiu o fato de já ser uma relação violenta. Nessas situações de violência é difícil que a mulher seja tratada como sujeito de direitos, isso que é incômodo. E no caso, há um discurso familharista, que sempre promove alguém perder direitos, “vamos manter a família a qualquer custo”, esse discurso tende a ocultar os conflitos e as violências que surgem na família e em geral quem sai perdendo sempre é a mulher.
A publicidade opera muito com a coisa do desejo, sexualiza muito a mulher, as crianças, as figuras femininas. Para promover um produto opera na lógica do desejo. Tem uma lógica um pouco particular e às vezes usa o preconceito deslavadamente, mas é menos direto. Na vertente da cultura brasileira, explora-se a idéia da “mulata sensual” e as mulheres negras são retratadas como hipersexualizadas. O retrato da mulher negra no Brasil em geral é aquela que “mostra o peito”, “mostra a bunda”, “está louca para dar”, com uma sexualidade animalesca e então reforça um preconceito horroroso. Durante muito tempo havia a “globeleza”, uma mulata nua que aparecia em épocas de carnaval, reforçando este estereótipo.
Há muitos preconceitos nos programas de outras emissoras, para além da Globo, que exploram sentimentos e humilham os participantes, exploram o sofrimento e a ignorância das pessoas.
Na TV em geral, novelas etc., há um apelo de sexualização exagerado, não é à toa que há discursos super moralizantes. Mas isso é um pouco traço da sociedade brasileira, essa valorização da sexualidade etc. e concomitantemente discursos conservadores que buscam estabelecer uma oposição entre essa sexualidade mais “animalesca” e a sexualidade “desejada” ou moralmente ideal.
É também uma forma de se estabelecer ou reforçar códigos de conduta de uma sociedade. Nesse sentido, pode-se dizer que a própria construção dos estereótipos já é uma violência simbólica. Valorizar esse estereótipo de masculinidade é também uma violência contra os homens, porque a maioria dos homens não se enquadra neste perfil. Então isso gera uma frustração muito grande.
Um pouco da violência doméstica vem do sentimento de frustração de não dar conta de cumprir com esse padrão de masculinidade hegemônica. Então não se consegue falar de violência contra a mulher sem falar da violência simbólica, da violência de gênero, são muitas as causas, não há uma causa e um efeito. Mas de fato, o sentimento de não cumprir com esse papel hegemônico de masculinidade gera muita frustração e daí o homem segue para esse lugar de violência onde ele se sente mais seguro, buscando a resolução dos conflitos de modo violento


publicado por araretamaumamulher às 09:43 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Quarta-feira, 25 de Novembro de 2009
Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, criada em 1991 por feministas e movimentos de mulheres vinculadas ao Centro para Liderança Global das Mulheres (Center for Womens´s Global Leadership), ocorre atualmente em 159 países.
A Campanha começa no dia 25 de Novembro - Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres e se encerra em 10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil iniciamos Campanha no dia 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra. Outras duas datas integram a Campanha Mundial, o dia 1º de dezembro - Dia Mundial de Combate á Aids e o dia 06 de dezembro - Dia do massacre de Mulheres de Montreal, que gerou a Campanha Mundial do Laço Branco, no Brasil, desde 2007, Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A Campanha 16 Dias de Ativismo tem sido uma estratégica eficaz para fortalecer a ligação entre a luta local e a internacional dos movimentos de mulheres, feministas e de direitos humanos, bem como uma ferramenta de advocacy na interlocução com os governos por políticas públicas direcionadas a mulheres em situação de violência.
Em sua 19ª edição neste ano, a Campanha demonstra a criatividade, perseverança e solidariedade de mulheres do mundo todo que se organizam pelo fim da violência de gênero.
O dia 25 de novembro como data internacional da luta contra a violência à mulher foi um acordo entre as participantes no Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe que se realizou em Bogotá, em 1981, por solicitação da delegação da República Dominicana que propunha que se homenageasse as irmãs Mirabal: Minerva, Pátria e Maria Teresa. Elas são um exemplo vivo do tipo de mulher comprometida com as lutas de seu povo.
As três irmãs foram assassinadas pela violência do regime de Trujillo que durante trinta anos manteve o povo dominicano no atraso, na ignorância e no caos. Em 1960, o povo dominicano, descontente e farto da ditadura tão longa, todos os dias ia para as ruas contra as forças militares repressivas que davam sustento ao ditador.
As irmãs Mirabal nasceram na seção Ojo de Água, província de Salcedo, República Dominicana. As condições de vida no país e na zona onde viveram devido ao domínio estadunidense e o atraso das relações de produção determinaram sua sensibilidade diante dos graves problemas sociais. A participação ativa das irmãs Mirabal na luta contra Trujillo deu-lhes a fama de revolucionárias, motivo mais do que suficiente para que em certa ocasião Trujillo manifestasse ante um grupo de pessoas que seus únicos problemas eram as irmãs Mirabal e a Igreja.
O que aconteceu no dia 25 de novembro de 1960?
Minerva e Maria Teresa foram visitar seus esposos na prisão, em companhia de sua irmã Pátria. Foram interceptadas em um lugar solitário do caminho pelos agentes do Serviço Militar de Inteligência. Conduzidas a um canavial próximo, foram objeto das mais cruéis torturas, antes de ser vítimas do que foi considerado o crime mais horripilante da história dominicana. Cobertas de sangue, destroçadas a golpes, estranguladas, foram colocadas novamente no veículo em que viajavam e jogadas em um precipício, com a finalidade de simular um acidente. O assassinato das irmãs Mirabal produziu um grande sentimento de dor em todo o país. Porém, serviu para fortalecer o espírito patriótico de um povo desejoso de estabelecer um governo democrático que garantisse o respeito à dignidade humana.
A memória dessas valentes irmãs mártires que arriscaram suas vidas e as ofereceram efetivamente pela causa da mulher nos enche de esperança e nos dá força para continuar lutando por uma sociedade igualitária na qual mulheres e homens possamos viver em fraternidade humana.
Participe você também desse movimento mundial que, apesar dos frutos colhidos, ainda tem muito a semear para a construção de um mundo em que mulheres não sejam inferiorizadas, subjugadas e maltratadas simplesmente por serem mulheres.
Comprometa-se! Tome uma atitude! Exija seus direitos! Participe da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres! Contribua e divulgue!


publicado por araretamaumamulher às 11:08 | link do post | comentar | favorito

Terça-feira, 24 de Novembro de 2009
Os psicopatas são falantes, charmosos, simpáticos, sedutores, capazes de impressionar e cativar rapidamente qualquer pessoa. Sua capacidade de “parecer bonzinho, educado e inofensivo é impecável”. É a pessoa perfeita, aquela que você menos desconfia ser um psicopata. Tudo isso é uma fachada, como um teatro muito bem engendrado para esconder suas características perturbadoras: a incapacidade de se adaptar às normas sociais com respeito a comportamentos dentro da lei ou da ética social, indicado pela repetição de atos criminosos. A capacidade de enganar, através de mentiras repetidas a fim de obter lucro pessoal ou prazer. Desrespeito e imprudência pela sua própria segurança e dos outros. Irresponsabilidade, indicada por falhas repetidas na manutenção do trabalho ou honrar suas obrigações financeiras. A falta total de remorso ou culpa por ter ferido, maltratado, roubado, enganado ou mesmo matado outras pessoas. Eles são inteligentes, mas insensíveis, frios, manipuladores e sua capacidade de fingir sentimentos são perfeita. Se descobertos, é mestre em inverter o jogo, colocar-se no papel de vítima ou tentar convencer de que foram mal interpretados. E estão conscientes de todos os seus atos.
Assim os psiquiatras os descrevem. Este perfil assombroso é absolutamente realista. Os psicopatas são os mais graves dos que apresentam “distúrbio de personalidade anti-social” (DPA). A possibilidade de você já ter encontrado um em seu caminho é grande, pois pelas estatísticas da Organização Mundial da Saúde uma em cada 100 pessoas uma é sociopata em maior ou menor grau, 1% a 4% da população mundial.
Não existe defesa totalmente segura contra eles. Segundo os psiquiatras muitos atos cometidos com crueldade atuais ou não, podem ter origem nesse mal. O grande desafio é reconhecê-los, devido à capacidade de enganar com perfeição e dizer exatamente o que você quer ouvir que eles possuem. Você só descobre que cruzou o caminho de um psicopata, após ter sido prejudicado por ele.
O psicopata não é exatamente um doente mental, mas sim um ser que se encontra na divisa entre sanidade e a loucura. O ser humano normal é movido pelo triangulo: razão, sentimento e vontade. O que move um psicopata é: razão e vontade, ou seja, o que os move é satisfazer plenamente seus desejos, mesmo que isso envolva crimes como: golpes financeiros, roubos, furtos, estupro ou assassinato. Não importa, já que para eles não existe o fato: sentimento. Eles já foram descritos como seres desprovidos de “alma”.
Os sociopatas exibem egocentrismo e um narcisismo patológico, baixa tolerância para frustração e facilidade de comportamento agressivo, falta de empatia com outros seres humanos. Eles são geralmente cínicos, incapazes de manter uma relação e de amar. Eles mentem sem qualquer vergonha, roubam, abusam, trapaceiam, negligenciam suas famílias e parentes.
O pesquisador canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas do mundo em sociopatia criminosa, os caracteriza como "predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento.”.
Os próprios sociopatas se descrevem como "predadores" e sentem orgulho disto. O psicopata é incapaz de aprender com a punição ou de modificar seu comportamento. Quando descobre que seu comportamento foi identificado, ele reage escondendo muito bem este seu “lado negro”, mas nunca mudando, disfarçam de forma inteligente as suas características de personalidade.
O indivíduo sociopata não apresenta sintomas de outras doenças mentais, tais como neuroses, alucinações, delírios, irritações ou psicoses. Eles apresentam um comportamento tranqüilo quando interagem com a sociedade, geralmente possui uma considerável presença social e boa fluência verbal. Não são incomum, eles se tornarem líderes sociais de seus grupos. Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com o sociopata, são capazes de imaginar o seu "lado negro", o qual a maioria dos sociopata é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla existência. Vítimas fatais de sociopata violentos percebem seu verdadeiro lado apenas alguns momentos antes de sua morte.
Graças aos céus os psicopatas que matam, estupram e torturam não são os mais freqüentes. O mais comum é o tipo parasita: aquele que se dedica a atormentar e dar golpes em suas vítimas sem nunca atentar fisicamente contra elas. Políticos corruptos, líderes autoritários, pessoas agressivas e que abusam da sua confiança, etc... Uma característica comum aos sociopata é a de usarem sistematicamente a enganação e manipulação de outros visando ganhos pessoais. Um estudo epidemiológico do NIMH (National Institute of Mental Health) registrou que somente 47% daqueles que eram sociopatas tinham uma história de processo criminal significativo. O mais comum para estes são problemas no trabalho, violência doméstica, tráfico e dificuldades conjugais severas. Normalmente os indivíduos com este distúrbio de personalidade são ciumentos, possessivos, irritáveis, argumentadores e intimidadores. Seu comportamento frequentemente é rude, imprevisível e arrogante.
"É enorme o sofrimento social, econômico e pessoal causado por algumas pessoas cujas atitudes e comportamento resultam menos das forças sociais do que de um senso inerente de autoridade e uma incapacidade para conexão emocional do que o resto da humanidade. Para estes indivíduos - os psicopatas - as regras sociais não são uma força limitante, e a idéia de um bem comum é meramente uma abstração confusa e inconveniente”.
“Eles andam pela sociedade como predadores sociais, rachando famílias, se aproveitando de pessoas vulneráveis, deixando carteiras vazias por onde passam”.
“O psicopata é como o gato, que não pensa no que o rato sente – se o rato tem família, se vai sofrer. Ele só pensa em comida. Gatos e ratos nunca vão se entender. A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato”.
“Um psicopata ama alguém da mesma forma como eu, digamos, amo meu carro – e não da forma como eu amo minha mulher. Usa o termo amor, mas não o sente da maneira como nós entendemos. Em geral, é um sentimento de posse, de propriedade. Se você perguntar a um psicopata por que ele ama certa mulher, ele lhe dará respostas muito concreta, tais como “porque ela é bonita”, “porque o sexo é ótimo” ou “porque ela está sempre lá quando preciso”. As emoções estão para o psicopata assim como está o vermelho para o daltônico. Ele simplesmente não consegue vivenciá-las”.
Em casos mais graves o psicopata pode praticar canibalismo, rituais sádicos de tortura e assassinatos, inclusive os em série. Há um consenso que as formas extremas de sociopatia violenta são intratáveis e que seus portadores devem ser confinados em celas especiais para criminosos insanos por toda a vida.
“O psicopata é incurável, pelos meios tradicionais de terapia. Pegue-se o modelo-padrão de atendimento psicológico nas prisões. Ele simplesmente não tem nenhum efeito sobre os psicopatas. Nesse modelo, tenta-se mudar a forma como os pacientes pensam e agem estimulando-os a colocar-se no lugar de suas vítimas. Para os psicopatas, isso é perda de tempo. Ele não leva em conta a dor da vítima, mas o prazer que sentiu com o crime. Outro tratamento que não funciona para criminosos psicopatas é o cognitivo – aquele em que o psicólogo e paciente falam sobre o que deixa o criminoso com raiva, por exemplo, a fim de descobrir o ciclo que leva ao surgimento desse sentimento e, assim, evitá-lo. Esse procedimento não se aplica aos psicopatas porque eles não conseguem ver nada de errado em seu próprio comportamento”.
Está comprovado que no cérebro dos psicopatas o sistema límbico, responsável pelas emoções não funciona como deveria, por isso eles não apresentam emoções. Para eles, não existe diferença entre uma cena de um assassinato ou de uma bela paisagem. Em pessoas normais o sistema límbico reage ao ver uma cena de estupro, violência ou morte, mas para os psicopatas isso não acontece. A atividade cerebral não se alterava, independentemente do que veja. A racionalidade deles é tamanha que não são pegos em detectores de mentira. Sabem exatamente o que estão fazendo e mentem com naturalidade. Não há tratamento para esses casos. Psicoterapia, psicanálise podem até ensiná-los a manipular com ainda mais maestria, uma vez que aprendem detalhes sobre o comportamento humano. Eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo, que é o da violência acompanhada de descarga emocional (geralmente raiva ou medo) e nem ativação do sistema nervoso simpático (dilatação das pupilas, aumento dos batimentos cardíacos e respiração, descarga de adrenalina, etc.). Seu tipo de violência é similar à agressão predatória, que é acompanhada por excitação simpática mínima ou por falta dela, e é planejado, proposital, sem emoção ("a sangue-frio"). Isto está correlacionado com um senso de superioridade, de que eles podem exercer poder e domínio irrestrito sobre outros, ignorarem suas necessidades e justificar o uso de quaisquer meios para alcançar seus ideais e evitar conseqüências adversas para seus atos.
Diagnosticar um psicopata não é tarefa fácil, pois o psicopata pode ludibriar, não porque ele seja um superdotado, mas o fato é que ele usa 100% de rendimento de sua inteligência. Explicando: eles não se afligem com nada, não existe nele a catatimia (que é a interferência da emoção sobre a razão, ou seja, ele não tem os “brancos” que a pessoa normal tem ao enfrentar uma situação de estressante). O psicopata desconhece este tipo de reação, veja o exemplo de políticos que mentem e manipulam de maneira cínica, sempre sorrindo, sem nunca perder “a linha de raciocínio”.
Quanto aos seus crimes, cabe a psiquiatria forense avaliar se ele é imputável ou semi-imputável, do ponto de vista jurídico normalmente ele é considerado semi-responsável, indo para um Hospital Psiquiátrico, sendo avaliado de tempos em tempos, para ver se existe a possibilidade de voltar ao convívio social. Mas eles se tornam um problema seja nos presídios, hospitais psiquiátricos e outros.


publicado por araretamaumamulher às 06:10 | link do post | comentar | favorito

Sábado, 21 de Novembro de 2009
Sofri tudo isso por tanto tempo, que quando vejo um artigo desses penso que quem o escreveu me conhece, e está falando de mim, dos meus filhos, da minha família.
Hoje quando olho para trás e vejo tudo o que foi feito a mim, premeditadamente, me dá uma enorme vontade de revidar, de dar o troco, de ver punido quem me fez descer tanto, quem me fez esquecer quem eu era.
Entendi que só existe uma maneira de punir, um psicopata, é denunciando, levando a publico tudo o que foi feito por ele. Denunciando e o desmentindo, só assim eles se afastam.
Este post, foi retirado do blog de Sandra Ebsaiwa
“Mulheres da terra, água, fogo, ar.
Traidores
“Uma mulher pode sobreviver aos idiotas, oportunistas e até aos gananciosos. Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de seu lar. Um inimigo exterior não é tão perigoso porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor que se move livremente dentro do seu espaço, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam por toda cidade. E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade a suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da família; ele infecta o corpo social a tal ponto que este sucumbe.”
(Baseado em Discurso de Cícero, tribuno romano, 42 a.C.)
Tem sido dada ênfase à violência doméstica que atinge as mulheres, na forma física. Acontece que, absolutamente mais comum e infinitavemente mais danosa é a violência psicológica, que não acontece apenas no ambiente doméstico sendo que esta, por ser continuada no tempo, até mesmo sem ser identificada pela vítima, é a forma de abuso mais difícil de ser identificada, porque não deixa marcas evidentes no corpo (exceto talvez, uma postura corporal). A agressão psicológica pode ficar camuflada em doenças alérgicas e auto-imunes.
Ela é comumente camuflada pela sutileza das relações intra-familiares, mas causa sofrimento e conduz a mulher às alterações de comportamento, postura corporal e/ou reações psicossomáticas. Ainda o fato de esta mulher, acossada, diminuída em sua auto-estima, repassar aos filhos, o amargor, mesmo que involuntária e inconscientemente levando à perpetuação, igualmente perversa ao criar modelo deste tipo de violência na vida adulta dos filhos.
O abuso psicológico também permeia todas as outras modalidades de abuso e isto é o mais dramático, pois exacerba o nível de possibilidades de toda a família em apresentar distúrbios de ordem psicológica adentrando nas suas relações afetivas, dificultando-as. O acúmulo da vivência desse tipo de violência faz elevar os índices de freqüência aos hospitais psiquiátricos, elevar globalmente o nível de distúrbios mentais, bem como elevar o índice das estatísticas dos suicidas.
Pode-se considerar que essa forma silenciosa de violência, vivida pela mulher casada no seu cotidiano, é pouco ou nada considerada até agora. Mas essa violência não acontece apenas com as mulheres, muito mais às crianças e adolescentes, vítimas mais disponíveis.
No caso das mulheres casadas, consideramos que se de um lado existe o criminoso, em geral o marido, agindo através do poder financeiro e econômico, cultura do ciúme e mais atual, a evitação da independência da mulher no imaginário que está em formação, da ascendência profissional vista como concorrência, do outro lado está à própria mulher que, principalmente, se ama o marido, aceita a posição de vítima como uma demonstração de amor. Com certeza não é difícil alcançar que o poder econômico e financeiro do marido pode servir de alavanca da medida e do grau de dependência financeira da mulher em relação ao parceiro.
Esta mulher casada, que ama o companheiro, quando vítima de atrocidades psicológicas tende, quase sempre ao sentimento de culpada, invariavelmente. Ou não consegue identificar a capacidade do companheiro em arquitetar e manietar. Sente-se confusa, pois não acredita na possibilidade de intenção e mesmo não acreditam ser esta, uma forma de violência. Não acredita que o marido a está fazendo sofrer deliberadamente fazendo-a sentir o sabor do poder que ele detém.
A "confusão" sentida e vivida pela mulher vítima de atrocidades psicológicas reside, na maioria das vezes, no equívoco de "confundir" os sentimentos. Desvalia ódio, rejeição. Esta mesma mulher que pensa que ama, pode não amar o marido. Muitos outros motivos podem estar contribuindo para que ela viva o sentimento de "confusão". Medo de encarar outra realidade que ela pensa ser mais difícil, que ela pensa que não vai conseguir alcançar. O medo da separação, do divórcio. O medo de ter "fracassado" no seu casamento e por fim, também a possibilidade de ela confundir no sentimento de culpa e perder-se no desconhecimento da autopunição ou autodestruição.
Essa violência pode estar sendo demonstrada através da ridicularização do físico mulher - gorda, magricela, pele e osso, velha, relaxada, não capaz de ganhar dinheiro para ajudar a família etc. - da incapacidade intelectual - burrinha, desinformada, fora da realidade. Atitudes constantes de censura, pressões, cobranças, comparações, a exemplo.
Pode-se considerar que a forte pressão psicológica alcança características de tortura quando movida por objetivo definido da qual a vítima é o meio.
Muitos exemplos poderiam ser extraídos. O marido que premeditadamente força a pressão psicológica até que ela chegue a atingir níveis insuportáveis pela vítima que cede diante da fragilidade psicológica e emocional. Esse objetivo pode ser conseguir o descrédito da mulher ao ser considerada mentalmente incapacitada para administrar patrimônio, por exemplo. Outro tipo de tortura com objetivos de conseguir informações; essa seria a tortura política e objeto de outro enfoque.


publicado por araretamaumamulher às 09:26 | link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito

Quinta-feira, 19 de Novembro de 2009
Toda a mulher tem direito a que se respeite sua integridade psíquica e moral. Na medida em que nossa sociedade produz modelos de comportamento desiguais a serem obedecidos por homens e mulheres, ou seja, a mulher é mais valorizada quando se dedica inteiramente à família, aos filhos, ao marido, ao cuidado com a casa etc., a violência psicológica contra a mulher passa a fazer parte da própria cultura. As práticas sociais e culturais baseadas em conceitos de inferioridade e subordinação da mulher passam a ter um valor positivo. Fica claro que, nessas circunstâncias, metade da humanidade passa toda a sua vida vivendo sob uma arraigada tensão psicológica.
De maneira geral, a violência psicológica está sempre presente na violência física e sexual contra a mulher, principalmente na violência doméstica ou intrafamiliar, quando o agressor é um membro da família. Neste contexto o agressor vai minando a auto-estima da mulher, anulando ou desclassificando suas emoções, desvalorizando suas realizações e ridicularizando-a em casa ou na rua.
Falam-se muito em violência doméstica, murros, pontapés e coisas bem piores.
Este tipo de violência é mais fácil de denunciar, uma vez que existem marcas físicas da agressão. Mas existe um outro tipo de agressão que por norma não se fala, até porque não existem provas. É a chamada agressão psicológica, que se poderá se tornar tão ou mais agressiva que a agressão física, porque destrói a pessoa por dentro deixando marcas psíquicas, paralisando-a tornando-a paranóica, doente por dentro, no que existe de mais intimo. É existe um perfil para este tipo de agressor, que gosta de atrair mulheres, bem sucedidas profissionalmente, com boa estabilidade emocional e financeira.
São indivíduos quase sempre simpáticos, extrovertidos e educados, com enormes complexos de inferioridade.
Daí terem como objetivo a destruição de pessoas bem sucedidas que lhe estão próximo.
Começam com pequenos “conselhos”, do gênero: “Está mais gordinha! Tem de prestar atenção à sua alimentação!”. “Depois vão avançando para discretos comentários em público, que a paralisem e a façam sentir insegura, sem que os outros percebam: “Estás com mau hálito”, “Estão a gozar com você,” Ouvi comentar que está mal vestida “““…
Perante isto, e com o passar do tempo à pessoa vai perdendo a auto-estima, enquanto que ele brilha cada vez mais. Aos poucos vai ganhando fama de tímida e lá se vai desculpando com o trabalho e o cansaço, recusando educadamente os convites dos seus amigos… E incrível como a vitima não consegue realmente perceber que está sendo manipulada, até que seja tarde demais.
Porque a violência começa de uma forma tão sutil, tão como se fosse até um carinho, um gesto de boa vontade, e quando percebemos já caímos.
Curioso é que a vítima acredita o outro é o seu único amigo e mesmo quando o abuso é insuportável, há uma tendência enorme para acreditar nas críticas e nos insultos que lhe são dirigidos.
É de suma importância ter em mente que esse individuo é alguém com um enorme complexo de inferioridade, que não tem nenhuma segurança, e por isso vivi de tentar minar a auto-estima de outros, pois só assim ele se sentirá superior. Essa é a vontade de todo agressor, a de ser superior, é ele quem manda, ele que dá as cartas, ele é o senhor todo-poderoso, a quem todos devem respeito, e reverencias. Pessoas desse tipo vivem demarcando território, ele não quer mais não se interessa mais, mas o território é dele, ninguém pode se aproximar.
E por isso tipos como esses cometem assassinatos, como o que aconteceu em Rondonópolis, onde um psicopata entrou em um restaurante e assassinou sua ex namorada e seu padrasto e sua mãe, justificativa do assassino (que alias se sente ofendido, quando é chamado assim: ela o estava desprezando).
Homens desse tipo não conseguem viver se não estiver controlando todas as situações em volta deles.
O medo tremendo que sentem em perder o controle da situação é tal ou mais do que o medo que eles nos causam.
Nosso problema é que ficamos tão enredadas em suas tramas que não conseguimos ver o obvio.
Em casa ele não liga, grita a toda a hora, manda-a calar, chama-lhe burra, diz-lhe que está com cara de velha e que nem vale a pena maquilar-se porque ainda fica pior… Em público, abraça-a, beija-a, elogia-a em voz alta, mas lá a vai humilhando em segredo, sempre à espera que tenha um ataque de fúria perante toda a gente que o acha o máximo, de forma a que todos concordem que endoideceu de vez, quando na verdade o doente é ele!
Reconhece este quadro?
Se a resposta for afirmativa, talvez esteja na altura de tomar uma atitude, mas não sem antes preparar um grande jantar de amigos, contarem umas histórias e anedotas, e lá uma vez por outra, aproxime-se dele com o sorriso mais convincente do mundo e segrede-lhe que, além de estar com um hálito de morte e um macaco na ponta do nariz, está mais mal vestido que um palhaço! Abrace-o e continue a distribuir sorrisos pelos seus convidados! Afinal, faz bem provar do próprio veneno!
É tão avassalador porque é uma situação em que você fica realmente sem ter como provar o que está se passando.
Não tem como as pessoas saberem que você está falando a verdade. Que a verdade é que você esta sendo psicologicamente violentada. Não existem formas materiais de se provar uma situação dessas.
Vivemos isso por muitos anos, meus filhos e eu, mas parece que agora eu encontrei uma forma de dar ao malandro um pouquinho do seu remédio. Vamos ver se ele vai gostar...


publicado por araretamaumamulher às 09:43 | link do post | comentar | ver comentários (3) | favorito

Quarta-feira, 18 de Novembro de 2009
Alienação parental é a criação de uma relação de caráter exclusivo entre a criança e um dos genitores, com o objetivo de banir o outro genitor.
Uma criança totalmente alienada, neste contexto, é a criança que não quer ter qualquer tipo de contato com um dos progenitores e que expressa apenas sentimentos negativos sobre esse pai e ou essa mãe, e somente positivos sobre o outro. Esta criança perdeu completamente o alcance da totalidade dos sentimentos que uma criança normal nutre por ambos os progenitores.
Ao progenitor que age no sentido de criar esta relação exclusivista com a criança chamamos "progenitor alienante". Ao progenitor excluído chamamos "progenitor alienado".
Os efeitos nas crianças vítimas da síndrome da alienação parental são devastadores.
No imediato, a criança sente os efeitos de uma enorme perda. A sua magnitude só é comparável á morte de um dos pais, o avô e a avó, e os familiares próximos e amigos, todos de uma só vez.
A médio prazo, a contínua ausência do progenitor alienado (e avós, familiares e amigos) traduzir-se-á naquele conhecido sentimento de que "faltou sempre qualquer coisa". O que se perdeu irremediavelmente foi à interação no dia-a-dia, a aprendizagem, o apoio e o amor que naturalmente flui dos pais e avós.
A investigação reporta que estas crianças agem duma forma difusamente transtornada, evidenciando ansiedade, tensão, depressão e doença psicossomática. São mais impacientes e nervosas e menos capazes de conceitualizar situações complexas – com as quais terão necessariamente que se confrontar na vida adulta.
Infelizmente, a alienação de um dos progenitores pode tornar-se tão forte que resulta em comportamentos de grande inadaptação.
Este parece ser o preço emocional a pagar pela criança vítima da síndrome de alienação parental.
Os investigadores constatam que o progenitor alienante, utiliza tanto meios explícitos como contidos, tais como a lavagem cerebral ou a indução, mentir acerca do pai ou/mãe, estabelecendo um sutil pacto de abandono se a criança não se aliar a ela.
Alienação parental é a criação de uma relação de caráter exclusivo entre a criança e um dos genitores, com o objetivo de banir o outro genitor.
Uma criança totalmente alienada, neste contexto, é a criança que não quer ter qualquer tipo de contato com um dos progenitores e que expressa apenas sentimentos negativos sobre esse pai e ou essa mãe, e somente positivos sobre o outro. Esta criança perdeu completamente o alcance da totalidade dos sentimentos que uma criança normal nutre por ambos os progenitores.
Ao progenitor que age no sentido de criar esta relação exclusivista com a criança chamamos "progenitor alienante". Ao progenitor excluído chamamos "progenitor alienado".
Os efeitos nas crianças vítimas da síndrome da alienação parental são devastadores.
No imediato, a criança sente os efeitos de uma enorme perda. A sua magnitude só é comparável á morte de um dos pais, o avô e a avó, e os familiares próximos e amigos, todos de uma só vez.
A médio prazo, a contínua ausência do progenitor alienado (e avós, familiares e amigos) traduzir-se-á naquele conhecido sentimento de que "faltou sempre qualquer coisa". O que se perdeu irremediavelmente foi à interação no dia-a-dia, a aprendizagem, o apoio e o amor que naturalmente flui dos pais e avós.
A investigação reporta que estas crianças agem duma forma difusamente transtornada, evidenciando ansiedade, tensão, depressão e doença psicossomática. São mais impacientes e nervosas e menos capazes de conceitualizar situações complexas – com as quais terão necessariamente que se confrontar na vida adulta.
Infelizmente, a alienação de um dos progenitores pode tornar-se tão forte que resulta em comportamentos de grande inadaptação.
Este parece ser o preço emocional a pagar pela criança vítima da síndrome de alienação parental.
Os investigadores constatam que o progenitor alienante, utiliza tanto meios explícitos como contidos, tais como a lavagem cerebral ou a indução, mentir acerca do pai ou/mãe, estabelecendo um sutil pacto de abandono se a criança não se aliar a ela.
O ideal seria prevenir a alienação. E por isso que é recomendado pelos especialistas a retirada da criança da esfera de influencia do progenitor alienante, logo que se identifica a alienação.
Pois a experiência revela que o comportamento do genitor alienador não para enquanto o mesmo não atingir seu grau mais grave. As condutas vão se sofisticando, e sendo adaptadas às diferentes idades dos filhos, que passam a ficar cada vez mais enredados nessa situação alienante. Infelizmente, se não detectada a tempo, o menor torna-se maior, muitas vezes bem maior, e chega à idade adulta ignorando o mal que lhe foi causado. E, assim, pode, na casa dos 30, 40 ou 50 anos de idade, dar conta de que perdeu uma vida inteira afastado do outro genitor, que, ao contrário do que lhe era informado, nutria pelo filho alienado muito amor, respeito e carinho. E aí já se foi uma vida toda de tristeza, frustração e sensação de abandono de ambas as partes, do filho alienado e do pai (ou mãe) alijado.
A prática da alienação parental, infelizmente, é bastante freqüente. Tanto que, no último dia 8 de agosto, foi publicada no Diário Oficial da União uma Lei de autoria do senador Cristovam Buarque que altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases de Educação) obrigando as escolas a enviar a ambos os pais, se separados, todas as informações sobre o filho, tais como boletins, informativos, etc.
Para alívio de muitos pais e mães, a impunidade para esse tipo de crime está chegando ao fim. No âmbito do Direito de Família, aguarda-se com ansiedade a aprovação desse projeto de lei. Uma vez sancionada, a nova lei deverá surtir efeitos imediatos. Muitos genitores que passaram ou passam anos agindo incólumes, finalmente passarão a ser punidos não só com pena de responsabilização civil e criminal, mas também sofrerão com multas, perda da guarda e até do poder familiar.


publicado por araretamaumamulher às 10:06 | link do post | comentar | favorito

Terça-feira, 17 de Novembro de 2009
As pessoas que sofrem de síndrome de Estocolmo terminam por se identificar e até mesmo por gostar daqueles que os seqüestram, ou maltratam, em um gesto desesperado e em geral inconsciente de preservação pessoal. O problema costuma surgir na maioria das situações psicologicamente traumáticas, como casos que envolvem seqüestro ou tomada de reféns, e ou em caso de violência doméstica em longo prazo, em geral esses efeitos não se encerram com o final da crise. Na maioria dos casos, as vítimas continuam a defender e a gostar de seus algozes mesmo depois de escapar do cativeiro. Sintomas da síndrome de Estocolmo também foram identificados no relacionamento entre senhor e escravo, em casos de cônjuges agredidos e em membros de cultos destrutivos.
Tomando por base sua origem. Em 1973, dois homens invadiram o Kreditbanken em Estocolmo, Suécia, com a intenção de roubá-lo. Quando a polícia chegou ao local, os assaltantes trocaram tiros com os policiais, e em seguida fizeram reféns. A situação perdurou por seis dias, com os dois assaltantes armados mantendo quatro reféns em um cofre do banco, durante parte do tempo com explosivos presos ao corpo e em outros momentos com cordas em torno dos pescoços. Quando a polícia tentou resgatar os reféns, foi impedida por eles mesmos; os reféns repeliram o ataque dos policiais, e atribuíram a culpa pela situação à polícia e não aos raptores. Um dos reféns libertados criou um fundo para cobrir os custos da defesa judicial dos raptores. Assim nasceu a "síndrome de Estocolmo", e psicólogos de todas as partes do mundo passaram a dispor de um termo para definir esse clássico fenômeno do relacionamento entre raptor e prisioneiro.
A fim de que a síndrome de Estocolmo possa ocorrer em qualquer situação, pelo menos três traços devem estar presentes:
• uma relação de severo desequilíbrio de poder na qual o algoz dita aquilo que o prisioneiro pode e não pode fazer;
• a ameaça de morte ou danos físicos ao prisioneiro por parte do algoz;
• um instinto de auto-preservação de parte do prisioneiro e ou da vitima.
Parte desses traços é a crença (correta ou incorreta) do prisioneiro quanto à impossibilidade de fuga, o que significa que a sobrevivência precisa ocorrer nos termos das regras impostas pelo algoz todo-poderoso; e o isolamento do prisioneiro com relação a pessoas não cativas, o que impede que a visão externa quanto aos seqüestradores interfira com os processos psicológicos que geram a síndrome de Estocolmo. Da maneira mais básica e generalizada, o processo, tal qual visto em uma situação de seqüestro ou violência doméstica, transcorre mais ou menos assim:
1. em um evento traumático e extraordinariamente estressante, uma pessoa se vê prisioneira de um homem que a ameaça de morte caso desobedeça. A pessoa pode sofrer abusos - físicos sexuais e/ou verbais - e enfrentar dificuldade para pensar direito. De acordo com o algoz, escapar é impossível. A pessoa terminará morta. Sua família também pode morrer. A única chance de sobreviver é a obediência;
2. com o passar do tempo, a obediência, por si, pode se tornar algo menos seguro - já que o algoz também sofre estresse, e uma mudança em seu humor poderia representar conseqüências desagradáveis para o prisioneiro. Compreender o que poderia deflagrar atos de violência de parte do algoz, para evitar esse tipo de atitude, se torna uma segunda estratégia de sobrevivência. Com isso, a pessoa aprende a conhecer quem a capturou;
3. um simples gesto de gentileza de parte do algoz, que pode se limitar simplesmente ao fato de ainda não ter matado a vitima, posiciona o raptor como salvador da vitima, como alguém "em última análise bom", para mencionar a famosa caracterização, pela jovem Anne Frank, dos nazistas que por fim a levaram à morte. Nas circunstâncias traumáticas e ameaçadoras que a vitima enfrenta o menor gesto de gentileza - ou a súbita ausência de violência - parece um ato de amizade em um mundo de outra forma hostil e aterrorizante, e a vitima se apega a ele com grande fervor;
4. o algoz lentamente começa a parecer menos ameaçador - mais um instrumento de sobrevivência e proteção do que de dano. A vitima sofre daquilo que alguns definem como uma ilusão auto-imposta: a fim de sobreviver psicológica, além de fisicamente, e a fim de reduzir o inimaginável estresse de sua situação, a vitima, vem a acreditar verdadeiramente que o algoz é seu amigo, que não a matará, e que de fato ambos podem se ajudar mutuamente a "sair dessa encrenca". As pessoas do lado de fora que se esforçam por resgatar a vitima parecem-lhe menos aliados, porque querem ferir a pessoa que o protege contra todos os males. O fato de que a pessoa em questão seja ela mesma a potencial origem desses males termina ignorada em meio ao processo de auto-ilusão.
As tentativas de libertação são, por esse motivo, vistas como uma ameaça, porque o refém pode correr o risco de ser magoado. É importante notar que os sintomas são conseqüência de um stress físico e emocional extremo. O complexo e dúbio comportamento de afetividade e ódio simultâneo junto aos algozes é considerado uma estratégia de sobrevivência por parte das vítimas.
É importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. A mente fabrica uma estratégia ilusória para proteger a psique da vítima. A identificação afetiva e emocional com o algoz acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta a qual a pessoa está sendo submetida. Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente conserva-se alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do algoz em algum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.
A síndrome pode se desenvolver em vítimas de seqüestro, em cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas que são submetidas à prisão domiciliar por familiares e também em vítimas de abusos pessoais, como mulheres e crianças submetidas à violência doméstica e familiar. É comum também no caso de violência doméstica e familiar em que a mulher é agredida pelo marido e continua a amá-lo e defendê-lo como se as agressões fossem normais.


publicado por araretamaumamulher às 10:00 | link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito

Sábado, 14 de Novembro de 2009
Apartir de hoje tentarei fazer sempre um post, explicativo do que realmente é a violência dentro de um lar, para que as pessoas possam entender o que se passa em um lar violento


Infelizmente, quase todos nós conhecemos mulheres que são física ou emocionalmente abusadas pelos companheiros. Desde a vizinha que se queixa de levar uns tabefes quando o marido bebe demais, até a moça bonita e inteligente que ninguém percebe por que é que não se separa do namorado que a insulta á frente de todos. Aos olhos de familiares e amigos, bater com a porta é o único caminho que faz sentido, mas também o mais fácil. Quem trabalha em contexto clínico com estas mulheres sabe bem que quando se fala numa ruptura com um companheiro agressor não se trata de uma decisão simples, mas antes de um processo complexo, que envolve muito mais do que a segurança está em jogo.
Os anos de abuso físico e/ou emocional afetam a percepção das vitimas acerca dos limites, o que as leva a hesitar muitas vezes entre a separação e a manutenção da relação. Às vezes experimentam sair de casa, mas sentem-se emocionalmente ligadas ao companheiro, vê-no como parte do seu projeto familiar, como o pai dos seus filhos, e a vontade de voltar a ver a família unida fá-las regressarem. Em outros casos, mantêm-se em casa, mas sentem-se emocionalmente distantes do cônjuge.
Nestes processos, marcados por grande ambivalência, é possível identificar diferentes fases. No princípio, a mulher reconhece que o companheiro não é carinhoso, nem se preocupa (como deveria) com o seu bem-estar, ou com a estabilidade emocional das crianças envolvidas, mas sente-se ainda emocionalmente ligada ao seu casamento. Numa segunda fase a mulher começa a sentir-se emocionalmente desligada da sua relação – nesta altura é possível ouvi-la queixar-se, ou até a manifestar algum desprezo pelo companheiro dizendo coisas como “Deixei de me preocupar com ele” ou “Já não quero saber”. Numa terceira fase, normalmente marcada por abusos freqüentes que podem estender-se às crianças, a mulher começa a considerar a hipótese de deixar o marido. Pode até programar alguns esforços no sentido de procurar um local onde possa ficar, ou colocar algum dinheiro a parte. Só numa quarta fase passa verdadeiramente à ação, com a tentativa de sair de casa. Mas, mesmo aí, o processo pode ser marcado por avanços e recuos. Por maior que seja a mágoa, as emoções não deixam de estar envoltas em dúvidas e, não raras vezes, para desespero das pessoas que se preocupam com o seu bem-estar, a mulher manifesta vontade de voltar a relacionar-se com o agressor. A quinta fase, chamada de manutenção da decisão, implica que a mulher esteja há pelo menos seis meses afastada do agressor. Ainda assim, e em função das investidas do ex-marido, muitas vezes ocorridas quando das visitas aos filhos, a ambivalência pode prolongar-se durante muito tempo.
Ainda que para quem esteja de fora à segurança e a estabilidade constitua valores imprescindíveis, capazes de suplantar qualquer esboço de amor que ligue estas mulheres aos seus agressores, a verdade é que o arrastamento do processo de ruptura é realmente complexo. O agressor pode tomar decisões, fazer ameaças ou tentativas de manipulação usando os filhos como joguetes e condicionando as resoluções da mulher. Todos nós sabemos que, em nome do suposto bem-estar das crianças, muitas mulheres são capazes de (quase) tudo.


publicado por araretamaumamulher às 12:42 | link do post | comentar | favorito

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