Quarta-feira, 07.10.09
É óbvio que livrar-e dos bloqueios interiores é o segredo que falta para você atrair tudo o que quiser. Como saber se você precisa se livrar de alguma coisa agora? Se você esta fazendo essa pergunta, provavelmente é porque precisa. Mas apenas responda com sinceridade:
-Você tem um problema recorrente na sua vida?
-Você já tomou uma decisão na noite de Ano-Novo e deixou de cumpri-la?
-Você está se sentindo frustrado com métodos de auto-ajuda que não deram certo?
-Você está com dificuldades de agir para conseguir o que deseja?
-Você tem a impressão de que alguma coisa está sabotando o seu sucesso?
Se for totalmente sincero, saberá que existe pelo menos uma esfera em sua vida que parece praticamente impossível de ser corrigida.
Pode ser a esfera da perda de peso. Você já experimentou dietas e se exercitou, mas o seu peso não diminuiu ou você voltou a engordar rapidamente. Está se sentindo um amaldiçoado.
Pode ser os relacionamentos. Você já tentou namorar, experimentou sites de encontros on-line, quem sabe já teve relacionamentos ou talvez até tenha se casado, mas o amor não perdura. Sempre acontece alguma coisa que acaba com o romance.
Ou então as finanças. Você teve vários empregos, mas nenhum deles o deixou realizado. Você não consegue encontrar a sua vocação, por mais orientadores vocacionais que procure ou currículos que redija. Você tem a impressão de que o mundo não está ajudando a realizar seus sonhos. Você está sempre sem dinheiro, e luta para ficar em dia com as contas.
Pode ser a saúde. Talvez você sofra de uma dor de cabeça constante, ou de algo mais complicado, como câncer ou problemas musculares. Quem sabe uma alergia, uma tosse persistente ou asma. Independentemente do que seja você tem a impressão de que não consegue se curar porque parece destinado a ter essa doença.
Por trás de todos esses problemas de obstrução está o sentimento de ser uma vitima. Você acha que o problema é seu, mas a causa está em outro lugar. A culpa é do seu chefe, dos vizinhos, do presidente, do governo dos terroristas, da poluição, do aquecimento global, do seu DNA, da Receita Federal ou até mesmo de Deus.
Conheci muito bem esse sentimento de obstrução na minha vida quando estava casada, e era espancada, humilhada, traída, e explorada diariamente. Eu achava que o mundo estava querendo me pegar. Estava com raiva de todos – dos meus pais, do sistema, da sociedade, da minha família, e até de Deus. Eu não merecia a vida que levava. Lutar para sair de onde estava, foi uma experiência angustiante, frustrante, por muitas vezes. Certamente nada disso era culpa minha. Eu era uma ótima esposa, ótima mãe, fazia tudo direitinho. Eu merecia outra vida.
Eu tinha um problema recorrente e não achava que eu fosse a causa. Eu culpava as circunstâncias externas. É o que quase todos nós fazemos quando chegamos a um muro e não conseguimos contorná-lo. O problema não somos nós mesmos; é o muro. Podemos ser bem-sucedidos em todas as outras esferas da vida, mas quando nos aproximamos dessa área especifica, estamos presos e não conseguimos enxergar uma saída.
Quando eu era espancada, diariamente, precisei examinar as minhas convicções. Compreendi que a principal razão pela qual eu era infeliz e enfrentava tantas humilhações era o fato de que eu esperava que as coisas fossem assim. Percebi que eu estava moldando a minha vida pela de pessoas que sofreram muito, e que na minha infância eu achava isso lindo, sofrer! Para mim era tão romântico.
As suas crenças conscientes são o que você pensa que acredita. As suas crenças subconscientes e convicções mais profundas são o que você realmente acredita.
Vou explicar como isso funciona na pratica:
Durante nossos primeiros anos, instintivamente rechaçamos o lado negativo das inevitáveis dualidades da vida. Recuamos diante das dores e decepções da infância, e concluímos que determinadas partes de nós mesmos e/ou determinados tipos de sentimentos são inaceitáveis. Dessa forma, negamos partes da nossa experiência, limitando assim a idéia de quem somos e do que podemos manejar.
Depois de sofrer algumas decepções, tentamos afastar a dor futura, fazendo determinadas generalizações sobre a vida, extraindo conclusões baseadas na nossa experiência particular e em nossas interações com nossos pais.
Todos nós, inconscientemente impomos ao mundo exterior nossas idéias limitadas a respeito da maneira como achamos que a vida funciona e como esperamos ser tratados, em grande parte com base na maneira como fomos tratados pelos nossos pais na primeira infância. Na maioria das vezes, nossas expectativas são confirmadas pela experiência, pois a realidade criada interiormente é muito persuasiva. Tendemos a ignorar o que não se enquadra, e somos atraídos por tudo aquilo que se enquadra nas nossas pré-concepções. Além disso, nossas reações e comportamentos defensivos, criados para respaldar as expectativas, normalmente garantem o resultado esperado. Assim, nossa realidade limitada se torna auto-reforçadora, um circulo vicioso. Esperamos uma determinada resposta negativa da vida e nos comportamos de acordo com essa expectativa. Quando a resposta esperada se concretiza, ela reforça a nossa conclusão errada inicial.
Como nossa autolimitação foi criada por nós, normalmente como reação á dor e as limitações infantis impostas pelos pais e pela família, o processo de resgate de todos os nossos eus precisa passar pela volta á infância. Ao sentir as mágoas da infância, fortalecemos a capacidade adulta de acolher os opostos.
Amanhã tem mais.
Fiquem na luz e na paz.
Fátima Jacinto
Uma Mulher.